ASSOCIAÇÃO ENTRE AS EMPRESAS DE AUDITORIA INDEPENDENTE E AS ESCOLHAS CONTÁBEIS DE COMPANHIAS BRASILEIRAS LISTADAS

Autores

  • Aline Fernandes Pinto Universidade Federal de Uberlândia
  • Sirlei Lemes Universidade Federal de Uberlândia

DOI:

https://doi.org/10.22561/cvr.v32i2.5387

Palavras-chave:

Escolhas Contábeis , Auditoria, Mudança da empresa de auditoria

Resumo

O presente estudo tem como objetivo verificar a associação entre as empresas de auditoria independente e as escolhas contábeis. A amostra foi composta por 135 companhias de capital aberto brasileiras, listadas na B3, no período de 2010 a 2017. Foram avaliadas as escolhas contábeis relativas à mensuração de propriedades para investimentos, mensuração dos estoques, taxa de depreciação, método de depreciação, reconhecimento das parcelas do arrendamento mercantil operacional, reconhecimento das compras ou vendas regulares de ativos financeiros, classificação de juros pagos, classificação de dividendos e juros sobre o capital próprio pagos e dividendos e juros sobre o capital próprio recebidos. Essas escolhas foram selecionadas por estarem contidas explicitamente nas normas contábeis e, portanto, serem de fácil identificação nas demonstrações contábeis. Para testar a associação entre as empresas de auditoria e as escolhas contábeis foi utilizado o teste Qui-quadrado. Os resultados apontam a associação da mudança da empresa de auditoria com todas as escolhas contábeis investigadas, exceto a mensuração dos estoques e a classificação dos dividendos e juros sobre o capital próprio pagos. Adicionalmente, verificou-se que o fato de a empresa de auditoria ser uma Big Four está associado à mudança de práticas relativas à mensuração de propriedades para investimentos, mensuração de estoques e classificação de dividendos e juros sobre o capital próprio pagos. As evidências do estudo indicam que a auditoria pode ser um fator relevante para o entendimento das práticas contábeis adotadas pelas empresas.

Biografia do Autor

Aline Fernandes Pinto, Universidade Federal de Uberlândia

Mestre em Ciências Contábeis pela Faculdade de Ciências Contábeis da Universidade Federal Uberlândia - FACIC/UFU.

Sirlei Lemes, Universidade Federal de Uberlândia

Doutora em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo - USP. Professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Uberlândia – UFU.

Referências

Ali, M. J.; Ahmed, K. (2017). Determinants of accounting policy choices under international accounting standards: Evidence from South Asia. Accounting Research Journal, 30(4), 430-446. DOI: https://doi.org/10.1108/ARJ-02-2015-0020

Astami, E. W.; Tower, G. (2006). Accounting-policy choice and firm characteristics in the Asia Pacific region: An international empirical test of costly contracting theory. The International Journal of Accounting, 41(1), 1-21. DOI: https://doi.org/10.1016/j.intacc.2005.12.004

Beattie, V.; Fearnley, S.; Brandt, R. (2000). Behind the audit report: a descriptive study of discussions and negotiations between auditors and directors. International Journal of Auditing, 4(2), 177-202. DOI: https://doi.org/10.1111/1099-1123.00312

Botinha, R. A.; Lemes, S. (2017). Comparabilidade das escolhas contábeis em propriedades para investimentos de empresas listadas na BM&FBOVESPA e NYSE. Contabilidade, Gestão e Governança, 20(1), 113-132, 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.21714/1984-3925_2017v20n1a7

Christensen, H. B.; Nikolaev, V. V. (2013). Does fair value accounting for non-financial assets pass the market test? Review of Accounting Studies, 18(3), 734-775. DOI: https://doi.org/10.1007/s11142-013-9232-0

Cole, V.; Branson, J.; Breesch, D. (2013). Determinants influencing the IFRS accounting policy choices of European listed companies. SSRN. DOI: http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2217498

Costa, P. S.; Pinto, A. F.; Nunes, F. M.; Lemes, S. (2019). Comparability of Accounting Choices in the Statement of Cash Flow: Evidence from Brazil. Contaduría y Administración, 64(3), 1-32. DOI: http://dx.doi.org/10.22201/fca.24488410e.2018.1445

Daniels, B. W.; Booker, Q. (2011). The effects of audit firm rotation on perceived auditor independence and audit quality. Research in Accounting Regulation, 23(1), 78-82. DOI: https://doi.org/10.1016/j.racreg.2011.03.008

Deangelo, L. E. (1981). Auditor independence, “low balling”, and disclosure regulation. Journal of Accounting and Economics, 3(2), 113-127. DOI: https://doi.org/10.1016/0165-4101(81)90009-4

De George, E. T.; Li, X.; Shivakumar, L. (2016). A review of the IFRS adoption literature. Review of Accounting Studies, 21(3), 898-1004. DOI: http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2664475

Defond, M. L.; Jiambalvo, J. (1994). Debt covenant violation and manipulation of accruals. Journal of Accounting and Economics, 17(1-2), 145-176. DOI: https://doi.org/10.1016/0165-4101(94)90008-6

Defond, M. L.; Subramanyam, K. R. (1998). Auditor changes and discretionary accruals. Journal of accounting and Economics, 25(1), 35-67. DOI: https://doi.org/10.1016/S0165-4101(98)00018-4

Dichev, I. D.; Li, F. (2013). Growth and accounting choice. Australian Journal of Management, 38(2), 221-252. DOI: https://doi.org/10.1177/0312896212469520

Francis, J., Pinnuck, M., & Watanabe, O. (2014). Auditor Style and Financial Statement Comparability. The Accounting Review, 89(2), 605-633. DOI: https://doi.org/10.2308/accr-50642

Francis, J. R., & Yu, M. D. (2009). Big 4 office size and audit quality. The Accounting Review, 84(5), 1521-1552. DOI: https://doi.org/10.2308/accr.2009.84.5.1521

Fields, T. D.; Lys, T. Z.; Vincent, L. (2001). Empirical research on accounting choice. Journal of Accounting and Economics, 31(1), 255-307. DOI: https://doi.org/10.1177/0312896212469520

Firmino, J. E.; Damascena, L. G.; Paulo, E. (2011). Qualidade da auditoria no Brasil: um estudo sobre a atuação das auditorias independentes denominadas Big Four. Sociedade, Contabilidade e Gestão, 5(3), 40-50. DOI: https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v5i3.13215

Gordon, E. A.; Henry, E.; Jorgensen, B.N.; Linthicum, C.I. (2017). Flexibility in cash-flow classification under IFRS: determinants and consequences. Review of Accounting Studies, 22(2), 839-872. DOI: https://doi.org/10.1007/s11142-017-9387-1

Hagerman, R. L.; Zmijewski, M. E. (1979). Some economic determinants of accounting policy choice. Journal of accounting and economics, 1(2), 141-161. DOI: https://doi.org/10.1016/0165-4101(79)90004-1

Hatfield, R. C.; Mullis, C. (2015). Negotiations between auditors and their clients regarding adjustments to the financial statements. Business Horizons, 58(2), 203-208. DOI: https://doi.org/10.1016/j.bushor.2014.11.008

Holthausen, R. W.; Leftwich, R. W. (1983). The economic consequences of accounting choice implications of costly contracting and monitoring. Journal of Accounting and Economics, 5, 77-117. DOI: https://doi.org/10.1016/0165-4101(83)90007-1

Jones, S.; Higgins, A. D. (2006). Australia's switch to international financial reporting standards: a perspective from account preparers. Accounting & Finance, 46(4), 629-652. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-629X.2006.00186.x

Kothari, S.P., Ramanna, K., and D. Skinner. (2010). Implications for GAAP from an analysis of positive research in accounting. Journal of Accounting and Economics, 50 (2–3): 246–286. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.09.003

Lemes, S.; Costa, P. S.; Martins, V. A. (2018). Comparabilidade das escolhas contábeis na mensuração do imobilizado de empresas listadas na BM&FBOVESPA e na NYSE. Revista Contabilidade, Gestão e Governança, 21(2), 231-249. DOI: https://doi.org/10.21714/1984-3925_2018v21n2a5

Levine, M. D.; Berenson, M. L.; Stephan, D. (2000). Estatística: teoria e aplicações. Rio de Janeiro: LTC Editora.

Martinez, A. L. (2010). Corporate governance, auditing and earnings management through accounting choices and operational decisions in Brazil. SSRN. DOI: http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.1595089

Messier, W. F.; Quick, L. A.; Vandervelde, S. D. (2014). The influence of process accountability and accounting standard type on auditor usage of a status quo heuristic. Accounting, Organizations and Society, 39(1), 59-74. DOI: https://doi.org/10.1016/j.aos.2013.12.002

Missonier‐Piera, F. (2004). Economic determinants of multiple accounting method choices in a Swiss context. Journal of International Financial Management & Accounting, 15(2), 18-144. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-646X.2004.00104.x

Paulo, E. (2007). Manipulação das informações contábeis: uma análise teórica e empírica sobre os modelos operacionais de detecção de gerenciamento de resultados. (Tese de Doutorado) Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. DOI: https://doi.org/10.11606/T.12.2007.tde-28012008-113439

Perreault, S.; Kida, T. (2011). The relative effectiveness of persuasion tactics in auditor–client negotiations. Accounting, Organizations and Society, 36(8), 534-547. DOI: https://doi.org/10.1016/j.aos.2011.09.001

Quick, R.; Warming‐Rasmussen, B. (2009). Auditor independence and the provision of non‐audit services: Perceptions by German investors. International Journal of Auditing, 13(2), 141-162. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1099-1123.2009.00397.x

Reynolds, J. K.; Francis, J. R. (2000). Does size matter? The influence of large clients on office-level auditor reporting decisions. Journal of Accounting and Economics, 30(3), 375-400. DOI: https://doi.org/10.1016/S0165-4101(01)00010-6

Rusmin, R. (2010). Auditor quality and earnings management: Singaporean evidence. Managerial Auditing Journal, 25(7), 618-638. DOI: https://doi.org/10.1108/02686901011061324

Salterio, S.; Koonce, L. (1997). The persuasiveness of audit evidence: the case of accounting policy decisions. Accounting, Organizations and Society, 22(6), 573-587. DOI: https://doi.org/10.1016/S0361-3682(97)00002-0

Silva, D. M. (2016). Escolhas contábeis e características corporativas de empresas de grande porte na adoção do IFRS em duas etapas: diagnóstico e análise. (Tese de Doutorado). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. DOI: https://doi.org/10.11606/T.96.2016.tde-11082016-104205

Souza, F. E. A.; Lemes, S. (2016), A comparabilidade das escolhas contábeis na mensuração subsequente de ativos imobilizados, de ativos intangíveis e de propriedades para investimento em empresas da América do Sul. Revista Contabilidade & Finanças, 27(71), 169-184. DOI: https://doi.org/10.1590/1808-057x201501480

Watts, R. L. (1992). Accounting choice theory and market-based research in accounting. The British Accounting Review, 24(3), 235-267. DOI: https://doi.org/10.1016/S0890-8389(05)80023-X

Watts, R. L. (2003). Conservatism in accounting part I: Explanations and implications. Accounting Horizons, 17(3), 207-221. DOI: https://doi.org/10.2308/acch.2003.17.3.207

Watts, R. L.; Zimmerman, J. L. (1990). Positive accounting theory: a ten-year perspective. The Accounting Review, 65(1), 131-156. DOI: https://www.jstor.org/stable/247880

Waweru, N. M.; Ntui, P.; Mangena, M. (2011), Determinants of different accounting methods choice in Tanzania: A positive accounting theory approach. Journal of Accounting in Emerging Economies, 1(2), 144-159. DOI: https://doi.org/10.1108/20421161111138503

Publicado

2021-07-29

Como Citar

PINTO, A. F.; LEMES, S. ASSOCIAÇÃO ENTRE AS EMPRESAS DE AUDITORIA INDEPENDENTE E AS ESCOLHAS CONTÁBEIS DE COMPANHIAS BRASILEIRAS LISTADAS. Contabilidade Vista & Revista, [S. l.], v. 32, n. 2, p. 8–37, 2021. DOI: 10.22561/cvr.v32i2.5387. Disponível em: https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/5387. Acesso em: 18 abr. 2024.