Mercados de trabalho formal e informal: uma análise da discriminação e da segmentação

Autores

  • Nancy de Deus Vieira Silva
  • Ana Lúcia Kassouf

Resumo

Este trabalho pretende verificar a existência de desigualdade entre rendimentos devida à segmentação do mercado de trabalho e vinculada à discriminação por gênero, utilizando dados individuais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1995. Equações de participação dos indivíduos no mercado de trabalho foram estimadas por máxima verossimilhança, usando o modelo lógite multinomial. Com base nos coeficientes estimados nas equações de participação a variável lambda foi calculada e usada nas equações de rendimentos para obter estimativas consistentes dos parâmetros, sem viês de seletividade amostral, que pode ser observado quando somente trabalhadores que possuem rendimentos entram nos cálculos das equações.
Baseados nos coeficientes estimados das equações de rendimentos, verificou-se que a discriminação salarial por gênero ocorre em grandes proporções nos mercados de trabalho formal e informal, sendo maior no mercado formal. Na ausência de discriminação, no mercado formal, os rendimentos das mulheres aumentariam em aproximadamente 47%, atingindo valores superiores aos dos homens em 15%. No mercado de trabalho informal, as diferenças nas caracteristicas individuais explicam 3% do diferencial de rendimentos, e os restantes 97% são determinados pela discriminação. Constatou-se que não existe segmentação no mercado de trabalho para as mulheres e, para os homens, o grau de segmentação é expressivo, sendo que 56% do diferencial dos rendimentos se devem à segmentação do mercado de trabalho. O restante do diferencial (44%) é explicado pelas diferenças nas características individuais entre os trabalhadores dos dois segmentos.

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Publicado

2013-10-03

Como Citar

VIEIRA SILVA, N. de D.; KASSOUF, A. L. Mercados de trabalho formal e informal: uma análise da discriminação e da segmentação. Nova Economia, [S. l.], v. 10, n. 1, 2013. Disponível em: https://revistas.face.ufmg.br/index.php/novaeconomia/article/view/2143. Acesso em: 18 mar. 2024.

Edição

Seção

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