A Etnometodologia como Abordagem Metodológica para os Estudos de Consumer Culture Theory

Autores

  • Miriam Leite Farias Universidade Federal de Pernambuco, Brasil
  • João Henriques de Sousa Júnior Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil
  • Bruno Melo Moura Universidade Federal de Pernambuco, Brasil https://orcid.org/0000-0002-8205-4576
  • André Luiz Maranhão de Souza-Leão Universidade Federal de Pernambuco, Brasil https://orcid.org/0000-0002-7660-5845
  • Salomão Alencar de Farias Universidade Federal de Pernambuco, Brasil https://orcid.org/0000-0001-5415-2606

DOI:

https://doi.org/10.29149/mtr.v6i1.6308

Palavras-chave:

Práticas, Consumer Culture Theory

Resumo

A etnometodologia é uma abordagem teórico-metodológica direcionada ao compartilhamento de significados entre as pessoas ao realizarem suas práticas cotidianas. Dessa forma, a escolha desse método conduz com uma epistemologia orientada para o cotidiano, considerando a realidade social como sendo construída na prática do dia-a-dia pelos atores sociais em interação. Buscando elucidar uma proposta de aplicação de método de pesquisa que acesse o fenômeno do consumo no âmbito das práticas sociais, e na intenção de oferecer uma orientação para os pesquisadores que gostariam de se engajar em novos projetos empíricos, este ensaio objetivou apresentar os principais aspectos e conceitos que delimitam a etnometodologia enquanto método de pesquisa, para então, propor sua aplicabilidade nos estudos de Consumer Culture Theory (CCT). Adotando a lente etnometodológica, a abordagem da CCT passa a focar menos nas escolhas individuais e nas experiências do consumo e mais no desenvolvimento coletivo das práticas cotidianas, deslocando o foco do consumidor para a organização da prática e os momentos do consumo. Assim, compreende-se que a etnometodologia é indicada como oportunidade metodológica para estudos de CCT que busquem analisar o consumo como prática.

Biografia do Autor

Miriam Leite Farias, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil

Doutoranda e Mestra em Administração, Programa de pós graduação em administração da Universidade Federal de Pernambuco (PROPAD/UFPE), Bacharela em Administração pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Bruno Melo Moura, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil

Doutorando e Mestre em Administração, Programa de pós graduação em administração da Universidade Federal de Pernambuco (PROPAD/UFPE). Professor na UNIBRA.

André Luiz Maranhão de Souza-Leão, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil

Professor Doutor em Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal de Pernambuco UFPE.

Salomão Alencar de Farias, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil

Professor Doutor em Administração no Departamento de Administração da Universidade Federal de Pernambuco UFPE.

Referências

Antonacopoulou, E. P. (2008). On the practise of practice: In-tensions and ex-tensions in the ongoing reconfiguration of practices. Handbook of new approaches to organization studies, 112-131.
Arnould, E., & Thompson, C. (2007). Consumer culture theory (and we really mean theoretics. In: Consumer culture theory, 3-22. Emerald Group Publishing Limited.
Arnould, E. J., & Thompson, C. J. (2005). Consumer culture theory (CCT): Twenty years of research. Journal of Consumer Research, 31(4), 868-882.
Arnould, E. J., & Thompson, C. J. (2015). Introduction: consumer culture theory: ten years gone (and beyond). In: Consumer Culture Theory, 1-21. Emerald Group Publishing Limited.
Askegaard, S., & Linnet, J. T. (2011). Towards an epistemology of consumer culture theory: Phenomenology and the context of context. Marketing Theory, 11(4), 381-404.
Belk, R. W., Sherry Jr., J. F., & Wallendorf, M. (1988). A Naturalistic Inquiry into Buyer and Seller Behavior at a Swap Meet, Journal of Consumer Research, 14, 449–70.
Bispo, M. D. S. (2011). A compreensão do processo de aprendizagem coletiva influenciada pelo uso da tecnologia em agências de viagens: contribuições dos estudos baseados em prática e da etnometodologia. 156 p. (Tese - Doutorado em Administração) Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo.
Bispo, M., & Godoy, A. S. (2014). Etnometodologia: uma proposta para pesquisa em estudos organizacionais. Revista de Administração, 12(2), 108-135.
Bispo, M., & Santos, I. S. A. (2014). A organização do cotidiano na orla de João Pessoa: um olhar etnometodológico da prática do voluntariado. Farol-Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, 1(2), 440-485.
Bourdieu, P. (1972). Esquisse d’une théorie de la pratique, précédé de trois études d’éthnologie kabyle. Geneva: Droz.
Casotti, L. M., & Suarez, M. C. (2016). Dez anos de Consumer Culture Theory: delimitações e aberturas. Revista de Administração de Empresas, 56(3), 353-359.
Cetina, K. K., Schatzki, T. R., & Von Savigny, E. (Eds.). (2005). The practice turn in contemporary theory. Routledge.
Coulon, A. (2005). La etnomedotología (3a ed.). Madrid: Cátedra.
Earley, A. (2014). Connecting contexts: A Badiouian epistemology for consumer culture theory. Marketing Theory, 14(1), 73-96.
Francis, D., & Hester, S. (2004). An invitation to ethnomethodology: language, society and interaction. London: Sage.
Garfinkel, H. (2006). Studios en etnometodología. Barcelona: Anthropos.
Garfinkel, H. (1967). Studies in ethnomethodology.
Giddens, A. (1984). The Constitution of Society. Cambridge: Polity.
Gherardi, S. (2006). Organizational knowledge: The texture of workplace learning.
Gram-Hanssen K (2008) Consuming technologies – developing routines. Journal of Cleaner Production, 16, 1181–1189.
Gram-Hanssen, K. (2011). Understanding change and continuity in residential energy consumption. Journal of Consumer Culture, 11(1), 61-78.
Guesser, A. H. (2003). A etnometodologia e a análise da conversação e da fala. Em Tese, 1(1), 149-168.
Halkier, B., & Jensen, I. (2011). Methodological challenges in using practice theory in consumption research. Examples from a study on handling nutritional contestations of food consumption. Journal of Consumer Culture, 11(1), 101-123.
Hargreaves, T. (2011). Practice-ing behaviour change: Applying social practice theory to pro-environmental behaviour change. Journal of Consumer Culture, 11(1), 79-99.
Heritage, J. C. (1987). Ethnomethodology. In: Giddens, A., & Turner, J. (Eds.), Social Theory Today, 224-272. Cambridge: Polity Press.
Heritage, J. C. E. (1999). In: Giddens, A., & Turner, J. (org.). Teoria Social Hoje. Tradução Gilson César Cardoso de Sousa. 1a reimpressão, São Paulo: UNESP.
Hirschman, E. C. (1992). The Consciousness of Addiction: Toward a General Theory of Compulsive Consumption, Journal of Consumer Research, 19, 155–79.
Hirschman, E. C., & Holbrook, M. (1982). Hedonic Consumption: Emerging Concepts, Methods, and Propositions, Journal of Marketing, 46, 92–01.
Marcoux, J. S. (2009). Escaping the gift economy. Journal of Consumer Research, 36(4), 671-685.
Maynard, D. W., & Clayman, S. E. (1991). The diversity of ethnomethodology. Annual Review of Sociology, 17(1), 385-418.
Moisander, J., Penãloza, L. & Valtonen, A. (2009) From CCT to CCC. Building Consumer Culture Community, in: Sherry Jr., J. F., & Fischer, E. (eds). Explorations in Consumer Culture Theory, 7–33. London: Routledge.
Nicolini, D. (2012). Practice theory, work, and organization: An introduction. OUP Oxford.
Nicolini, D., Gherardi, S., Yanow, D. (2003). Knowing in organizations: a practice-based approach. ME Sharpe.
Oliveira, S. A., & Montenegro, L. M. (2012). Etnometodologia: desvelando a alquimia da vivência cotidiana. Cadernos EBAPE. BR, 10(1), 129-145.
Rawls, A. W. (2008). Harold Garfinkel, ethnomethodology and workplace studies. Organization Studies, 29(5), 701-732.
Reckwitz, A. (2002). Toward a theory of social practices: A development in culturalist theorizing. European Journal of Social Theory, 5(2), 243-263.
Schatzki, T. (2001). Introduction: practice theory. The practice turn in contemporary theory.
Schatzki, T. (1996). Social Practices: A Wittgensteinian Approach to Human Activity and the Social. Cambridge: Cambridge University Press.
Shove, E., & Pantzar, M. (2005). Consumers, producers and practices: Understanding the invention and reinvention of Nordic walking. Journal of Consumer Culture, 5(1), 43-64.
Southerton D, Warde A and Hand M (2004). The limited autonomy of the consumer: Implications for sustainable consumption. In: Southerton D, Chappells H., & Van Vliet B (eds). Sustainable Consumption: The Implications of Changing Infrastructures of Provision. Cheltenham: Edward Elgar.
Ten Have, P. (2004). Understanding qualitative research and ethnomethodology. Sage.
Thompson, C. J., Arnould, E., & Giesler, M. (2013). Discursivity, difference, and disruption: Genealogical reflections on the consumer culture theory heteroglossia. Marketing Theory, 13(2), 149-174.
Thompson, C. J., Locander, W. B., & Pollio, H. R. (1989). ‘Putting Consumer Experience Back Into Consumer Research: The Philosophy and Method of Existential-Phenomenology’, Journal of Consumer Research, 16, 133–47.
Wahlström, M. (2006). Unformulable Practices? Articulating Practical Understanding in Sociological Theory. Distinktion: Scandinavian Journal of Social Theory, 7(2), 121-139.
Warde, A. (2005). Consumption and theories of practice. Journal of Consumer Culture, 5(2), 131-153.

Publicado

2021-03-24

Como Citar

Farias, M. L., Sousa Júnior, J. H. de, Moura, B. M., Souza-Leão, A. L. M. de, & Farias, S. A. de. (2021). A Etnometodologia como Abordagem Metodológica para os Estudos de Consumer Culture Theory. Marketing & Tourism Review, 6(1). https://doi.org/10.29149/mtr.v6i1.6308

Edição

Seção

Artigos