AMEAÇAS À INDEPENDÊNCIA DO AUDITOR: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE AUDITORES INDEPENDENTES EM CONSONÂNCIA A NBC PA 290

Autores

  • Vania Regina Morás Universidade Regional de Blumenau (FURB)
  • Taciana Rodrigues de Souza Universidade do Vale do Rio do Sinos (UNISINOS)
  • Paulo Roberto da Cunha Universidade Regional de Blumenau (FURB)

DOI:

https://doi.org/10.22561/cvr.v30i3.4885

Palavras-chave:

Independência do auditor, Ameaças à independência, Auditoria independente.

Resumo

O objetivo da pesquisa é identificar como os auditores independentes se comportam diante de situações de ameaças em relação a sua independência, conforme a NBC PA 290 (R2) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Para tanto, realizou pesquisa descritiva, de levantamento e com abordagem quantitativa. A amostra compreende 45 auditores independentes e o instrumento de coleta de dados é constituído por um questionário com 17 assertivas, sendo 7 de caracterização da amostra e 10 casos que caracterizam ameaças e não ameaças à independência do auditor, conforme NBC PA 290 (R2). Os dados foram analisados mediante estatística descritiva e por meio da entropia informacional. Os resultados demonstram que uma parte significativa dos auditores tem uma percepção equivocada quanto às ameaças à independência do auditor. Quando analisados os casos em que consta a ameaça à independência, constatou-se maior assertividade dos respondentes. Os destaques foram o caso 4 com 97,78% de identificação de ameaças, o caso 7 com 88,89% e o caso 8 com 82,24% com alguma ameaça identificada pelos auditores. Estes casos referem-se a ameaças de interesse próprio, de auto revisão ou de familiaridade. Os resultados elucidam a necessidade do constante monitoramento e observância às possibilidades de ameaça à independência do auditor, visto que, diferentes stakeholders utilizam o resultado final da auditoria para acompanhamento ou tomada de decisão.

Referências

Arruñada, B. (1999). The economics of audit quality: private incentives and the regulation. LKluwer Academic Publishers. Barcelona.

Blay, A. D. (2005). Independence Threats, Litigation Risk, and the Auditor's Decision Process. Contemporary Accounting Research. 22(4), 759-789.

Bugeja, M. (2011). Takeover premiums and the perception of auditor independence and reputation. The British Accounting Review. 43(4), 278-293.

Chahine, S., & Filatotchev, I. (2011). The effects of corporate governance and audit and non-audit fees on IPO value. The British Accounting Review. 43(3), 155-172.

Chen, K. Y.; Elder, R. J., & Liu, J. L. (2005). Auditor independence, audit quality and auditor-client negotiation outcomes: some evidence from Taiwan. Journal of Contemporary Accounting & Economics. 1(2), 119-146.

Costa, M., & Moreira, J. (2010). A experiência do auditor como determinante da qualidade da auditoria: uma análise para o caso português. Revista Contabilidade & Gestão, (9), 9-47.

Conselho Federal de Contabilidade - CFC (2010). Resolução 1.311, de 09 de dezembro de 2010. Aprova a NBC PA 290 (R2) – Independência – Trabalhos de auditória e revisão. Brasília. 2010. Disponível em: http://www.portalcfc.org.br/coordenadorias/camaratecnica /normas_brasileiras_de_contabilidade/>. Acesso em: 15 jan 2017.

Conselho Federal de Contabilidade - CFC (2017). NBC PA 290 (R2) – Independência – trabalhos de auditoria e revisão. Brasília. 2017. Disponível em: http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2017/NBCPA290(R2)&arquivo=NBCPA290(R2).doc. Acesso em: 20 jun 2019.

Dantas, J. A., & Barreto, I. T., & de Carvalho, P. R. M. (2017). Relatório com modificação de opinião: risco para o auditor? Revista Contemporânea de Contabilidade, 14(33), 140-157.

Dantas, J. A., & Medeiros, O. R. (2015). Determinantes de qualidade da auditoria independente em bancos. Revista Contabilidade & Finanças, 26(67), 43-56.

DeAngelo, L. E. (1981). Auditor independence, ‘low balling’, and disclosure regulation. Journal of accounting and economics. 3(2), 113-127.

Dykxhoorn, H. J., & Sinning, K. E. (1982). Perceptions of auditor independence: Its perceived effect on the loan and investment decisions of German financial statement users. Accounting, Organizations and Society. 7(4), 337-347.

Dutra, M. H., Alberton, L., & Bornia, A. C. (2012). Sobre o “Parecer da Auditoria Independente” emitido no Brasil: uma reflexão. Revista Brasileira de Contabilidade, (176), 54-71.

Falk, H., Lynn, B., Mestelman, S., & Shehata, M. (1999). Auditor independence, self-interested behavior and ethics: some experimental evidence. Journal of Accounting and Public Policy, 18(4-5), 395-428.

Felker, N. (2003). The origins of the SEC’s position on auditor independence and management responsibility for financial reports. Research in Accounting Regulation. 16, 45-60.

Gramling, A. A.; Rittenberg, L. E., & Johnstone, K. M. (2012). Auditoria. Tradução técnica: Antonio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Cengage Learning.

Healy, P. M., & Palepu, K. G. (2001). Information asymmetry, corporate disclosure, and the capital markets: A review of the empirical disclosure literature. Journal of accounting and economics. 31(1), 405-440.

Husnin, A. I., Nawawi, A., & Salin, A. S. A. P. (2016). Corporate governance and auditor quality–Malaysian evidence. Asian Review of Accounting, 24(2), 202-230.

Ianniello, G., & Galloppo, G. (2015). Stock market reaction to auditor opinions–Italian evidence. Managerial Auditing Journal, 30(6/7), 610-632.

Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (2009). Código das melhores práticas de governança corporativa, 4. ed., São Paulo.

Köse, Y., & Ertan, S. (2016). Türkiye'de bagimsiz denetçilik ve bagimsiz denetçinin sorumlulugu/independent auditing in turkey and independent auditor responsibility. International Journal of Management Economics & Business, 12, 290.

Krishnamurthy, S.; Zhou, J., & Zhou, N. (2006). Auditor reputation, auditor independence, and the stock‐market impact of andersen's indictment on its client firms. Contemporary Accounting Research, 23(2), 465-490.

Lavin, D. (1977). Some effects of the perceived independence of the auditor. Accounting, Organizations and Society. 2(3), 237-244.

Law, P. (2008). An empirical comparison of non-Big 4 and Big 4 auditors' perceptions of auditor independence. Managerial Auditing Journal. 23(9), .917-934.

Lehman, C. R. (2007). Independente accounts: the possibilities for auditor independence in the age of financial scandal.v. 12. Elsevier JAI. Nova York, EUA.

Lu, T., & Sivaramakrishnan, K. (2009). Mandatory audit firm rotation: Fresh look versus poor knowledge. Journal of Accounting and Public Policy. 28(2), 71-91.

Martín, A. R., Hermosa, P. Y., & Laguna, L. M. (2006). La independencia del auditor y los conflictos de interés en auditoría. Partida Doble, (180), 54-67.

Martinez-Blasco, M., Garcia-Blandon, J., & Vivas-Crisol, L. (2016). El informe de auditoría con salvedades:¿ una mayor independencia y competencia del auditor aumenta su contenido informativo?. Revista de Contabilidad, 19(1), 89-101.

Mauldin, E. G. (2003) Improving auditor independence–the principles vs. standards debate: some evidence about the effects of type and provider of non-audit services on professional investors’ judgments. Research in Accounting Regulatio. 16, 159-169.

Moore, D. A., Tetlock, P. E., Tanlu, L., & Bazerman, M. H. (2006). Conflicts of interest and the case of auditor independence: Moral seduction and strategic issue cycling. Academy of Management Review, 31(1), 10-29.

Peixoto, J. C. D. O. (2018). Audit expectation gap e as responsabilidades do auditor na prevenção e deteção da fraude (Doctoral dissertation). Instituto Superior de Contabilidade e Administração, Porto.

Santos, A. C., Souza, M. A., Machado, D. G., & da Silva, R. P. (2009). Auditoria independente: um estudo dos pareceres emitidos sobre demonstrações contábeis de empresas brasileiras listadas na Bovespa e na Nyse. Revista Universo Contábil, 5(4), 44-62.

Serra, S. A. E., & Rodríguez, M. F. (2013). Propensão para emitir relatórios de auditoria modificados: análise da variável reputação e nível de especialização do auditor. Tourism & Management Studies, 3.

Siagian, H. L. (2018). The effect of auditor competence, emotional intelligence of auditors, and auditor independence on auditor performance. Journal Terapan Ilmu Manajemen Dan Bisnis, 1(1), 82-97.

Silva, A. B. D., & Silva, A. H. C. (2018). Qualidade da divulgação de informações sobre os serviços prestados pelos auditores independentes no relatório da administração. Pensar Contábil, 19(70).

Sousa, D. R. D. (2018). O preço da independência dos auditores (Doctoral dissertation). Instituto Superior de Contabilidade e Administração, Porto.

Veiga, R. M. B., Borges, L. J., & Amorim, E. N. C. (2014). Profissão auditor independente no brasil: percepção dos contadores registrados nos CRCs. Revista Catarinense da Ciência Contábil, 13(39), 64-78.

Vieira, J. M. (2008). Transição para a vida adulta no Brasil: análise comparada entre 1970 e 2000. Revista Brasileira de Estudos de População, 25(1), 27-48.

Viloria, N. (2009). La importancia del concepto de independencia para la auditoría. Actualidad contable FACES, 12(18), 115-124.

Windsor, C., &Warming-Rasmussen, B. (2009). The rise of regulatory capitalism and the decline of auditor independence: a critical and experimental examination of auditors’ conflicts of interests. Critical perspectives on accounting. 20(2), 267-288.

Wu, C. Y. H., Hsu, H. H., & Haslam, J. (2016). Audit committees, non-audit services, and auditor reporting decisions prior to failure. The British Accounting Review, 48(2), 240-256.

Zeleny, M. (1982). Multiple criteria decision making. New York: McGraw-Hill.

Zhang, Y.; Zhou, J.; Zhou, N. (2005). Audit committee quality, auditor independence, and internal control weaknesses. Journal of accounting and public policy. 26(3), 300-327.

Downloads

Publicado

2020-02-28

Como Citar

MORÁS, V. R.; SOUZA, T. R. de; CUNHA, P. R. da. AMEAÇAS À INDEPENDÊNCIA DO AUDITOR: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE AUDITORES INDEPENDENTES EM CONSONÂNCIA A NBC PA 290. Contabilidade Vista & Revista, [S. l.], v. 30, n. 3, p. 46–72, 2020. DOI: 10.22561/cvr.v30i3.4885. Disponível em: https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/4885. Acesso em: 29 mar. 2024.