O PERCURSO DO CONTRATO DE LEGITIMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: ANÁLISE DOS TEMAS ATRELADOS NO RELATO INTEGRADO DO BNDES
DOI:
https://doi.org/10.22561/cvr.v31i2.5318Palabras clave:
desenvolvimento sustentável, relato integrado, BNDESResumen
Os bancos de desenvolvimento atuam concedendo financiamento a projetos de longo prazo em vista ao desenvolvimento. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que é o maior banco de desenvolvimento da América Latina e um dos maiores do mundo, adotou voluntariamente o Relato Integrado em 2013. Este estudo objetivou analisar quais os temas relacionados ao desenvolvimento sustentável que o BNDES tem trabalhado no Relato Integrado e realizar um levantamento biográfico com reflexões sobre o percurso das fases de mandatos políticos do banco entre as décadas de 1960 e os anos 2000. A sustentação teórica é com a ótica da Teoria da Legitimidade, acrescida da discussão sobre desenvolvimento sustentável com os fatores econômico, social e ambiental. Aplicou-se a técnica de análise de conteúdo nos relatos dos anos de 2013 a 2016. Conclui-se que o BNDES consegue atrelar capital econômico, social e ambiental, mas faltam indicadores para mensurá-los. Este estudo contribui ao inferir que o Relato Integrado pode ser uma forma comunicação do contrato de legitimação do banco com diversos stakeholders para o desenvolvimento sustentável, atrelando a missão do banco de desenvolvimento a longo prazo ainda que a sua gestão esteja relaciona aos mandatos públicos de curto prazo.
Citas
Abramovay, R. (2010) Desenvolvimento sustentável : qual a estratégia para o Brasil ? Novos Estudos Cebrap (Impresso), v. 87, p. 97–113. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/nec/n87/a06n87.pdf
Abramovay, R. (2012). Muito Além da Economia Verde. Editora Ab ed. São Paulo.
Adams, C. A. (2015). The International Integrated Reporting Council : A call to action. Critical Perspectives on Accounting, v. 27, p. 23–28. https://doi.org/10.1016/j.cpa.2014.07.001.
Aronovich, S.; Fernandes, A. G. (2006). A Atuação do Governo no Mercado de Crédito: Experiências de IFDs em Países Desenvolvidos. Revista do BNDES, v. 13, n. 25, p. 3–34, 2006. Disponível em: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/13513
Bachiller, J. V. (2016). Das Privatizações à Nova Estratégia de Desenvolvimento A Trajetória do BNDES entre 1990 e 2010. Desenvolvimento em Questão, v. 14, n. 36, p. 5–30. https://doi.org/10.21527/2237-6453.2016.36.5-30
BNDES. (2017). Livro Verde: nossa história como ela é / BNDES. 2017
Bommel, K. VAN. Towards a legitimate compromise ? An exploration of Integrated Reporting in the Netherlands. Accounting, Auditing & Accountability Journal, v. 27, n. 7, p. 1157–1189, 2014.
Burke, J. J.; Clark, C. E. (2016). The business case for integrated reporting : Insights from leading practitioners , regulators , and academics. Business Horizons, v. 59, p. 273–283. https://doi.org/10.1016/j.bushor.2016.01.001
Chen, J. C.; Roberts, R. W. (2010). Toward a More Coherent Understanding of the Organization–Society Relationship. Journal of Business Ethics, v. 97, p. 651–665, 2010. https://doi.org/10.1007/s10551-010-0531-0
Cho, C. H.; Freedman, M.; Patten, D. M. (2012) Corporate disclosure of environmental capital expenditures A test of alternative theories. Accounting, Auditing & Accountability Journal, v. 25, n. 3, p. 486–507. https://doi.org/10.1108/09513571211209617
Colombo, A. L.; Andrade, N. T. H. Desigualdades regionais e bancos públicos: o papel do bndes na federação brasileira. Perspectivas, v. 47, p. 67–87, 2016.
Cosenza, J. P.; Mamede, E.; Laurencel, L. DA C. (2010). Análise dos fundamentos teóricos associados à pesquisa contábil na área ambiental. Enfoque, v. 29, n. 1, p. 18–38. https://doi.org/10.4025/enfoque.v29i1.10359
Deegan, C. (2002) The Legitimising Effect of Social and Environmental Disclosures – A Theoretical Foundation. Accounting, Auditing & Accountability Journal, v. 15, n. 3, p. 282–311. https://doi.org/10.1108 / 09513570210435852
Doctor, M. (2005). Assessing the Changing Roles of the Brazilian Development Bank. Bulletin of Latin American Research, v. 34, n. 2, p. 197–213. https://doi.org/10.1111/blar.12210
Elkington, J. Cannibals with forks: the triple bottom line of 21st century business. Oxford: Capstone Publishing Limited, 1999.
Fank, O. L.; Beuren, I. M. (2010). Evidenciação das estratégias de legitimidade da tipologia de suchman (1995) nos relatórios da administração da petrobras. RCO – Revista de Contabilidade e Organizações, v. 4, n. 10, p. 25–47. https://doi.org/10.11606/rco.v4i10.34775
Ferraz, J. C.; Coutinho, L. (2017). Investment policies, development finance and economic transformation: Lessons from BNDES. Structural Change and Economic Dynamics. https://doi.org/10.1016/j.strueco.2017.11.008.
Flower, J. (2015). The International Integrated Reporting Council : A story of failure. Critical Perspectives on Accounting, v. 27, p. 1–17. https://doi.org/10.1016/j.cpa.2014.07.002
Garzon, L. F. N. (2015). Política socioambiental e de entorno do BNDES : dos ajustes espaciais aos corretivos territoriais – os casos das UHEs de Santo Antônio e Jirau ( RO ) e da UHE de Belo Monte ( PA ). Revista Política e Planejamento Regional, v. 2, n. 2.
Giambiagi, F.; Pinheiro, F.; Giambiagi, F. (2011). A capacidade de desembolso do BNDES durante a década de 2010 A capacidade de desembolso do BNDES durante a década de 2010. Revista BNDES, v. 36.
Gray, R. (2010). Is accounting for sustainability actually accounting for sustainability and how would we know ? An exploration of narratives of organisations and the planet. Accounting, Organizations and Society, v. 35, n. 1, p. 47–62, 2010. https://doi.org/10.1016/j.aos.2009.04.006
Hanley, A.; Pires, J. M.; Marcondes, R. L.; Faria, R. N.; Sakurai, S. N. (2016). Critiquing the Bank : 60 Years of BNDES in the Academy. Journal of Latin American Studies, v. 48, n. 4, p. 823–850. https://doi.org/10.1017/S0022216X16001814
Hochstetler, K. (2014). The Brazilian National Development Bank goes International : Innovations and Limitations of BNDES ’ Internationalization Special Section Article. Global Policy, v. 5, n. 3, p. 360–365. https://doi.org/10.1111/1758-5899.12131
Hopwood, A. G. (2009). Accounting and the environment. Accounting, Organizations and Society, v. 34, p. 433–439. https://doi.org/10.1016/j.aos.2009.03.002
Kraychete, E. S. (2016). O Banco Nacional De Desenvolvimento Econômico E Social (Bndes) E A Expansão De Empresas Brasileiras De Construção Civil Para A América Do Sul. CRH, v. 29, n. 03, p. 125–134. https://doi.org/10.1590/S0103-49792016000400009.
Lai, A.; Melloni, G.; Stacchezzini, R. (2014). Corporate Sustainable Development: is Integrated Reporting a Legitimation Strategy? Business Strategy and the Environment, v. 25, p. 165–177. https://doi.org/10.1002/bse.1863
Latres, H. M. M.; Lemos, C.; Falcon, M.; Magalhães, W. (2014). Arranjos produtivos locais e a experiência do BNDES. Liinc em Revista, v. 10, n. 2, p. 652–664. Disponível em: http://revista.ibict.br/liinc/article/view/3596/3075
Lazzarini, S. G.; Musacchio, A.; Bandeira-de-Mello, R.; Marcon, R. (2015). What Do State-Owned Development Banks Do ? Evidence from BNDES , 2002 – 09. World Development, v. 66, p. 237–253. https://doi.org/10.1016/j.worlddev.2014.08.016
Perego, P.; Kennedy, S.; Whiteman, G. (2016). A lot of icing but little cake ? Taking integrated reporting forward. Journal of Cleaner Production, v. 136, n. July 2014, p. 53–64. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2016.01.106
Pezzin, D. C. (2015). Financiamentos do BNDES para concessões em transportes no Brasil : uma análise a partir da ótica do desenvolvimento regional. Revista Política e Planejamento Regional, v. 2, n. 1, p. 173–198.
Preston, L. E.; Post, J. E. (1981). Private Management and Public Policy. California Management Review, v. 23, n. 3, p. 56–62.
Quaglio, G. D. M.; Paiva, C. C. (2017). A questão regional e o BNDES : uma análise da conformidade entre a atuação do Banco e a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). Economia e Sociedade, v. 26, n. 2, p. 337–368. https://dx.doi.org/10.1590/1982-3533.2017v26n2art3.
Rezende, F. (2015). Working Paper N. 825 Why Does Brazil ’ s Banking Sector Need Public Banks ? What Should BNDES Do ? by Hobart and William Smith Colleges Electronic copy available at : http://ssrn.com/abstract=2544722 Preferred URL : why-does-brazils-banking-sector-need-. Levy Economics Institute, n. 825.
Richardson, A. J. (1987). Accounting as a legitimating institution. Accounting Organizations and Society, v. 12, n. 4, p. 341–355. https://doi.org/10.1016/0361-3682(87)90023-7
Roberts, R. W. (1992). Determinants Of Corporate Social Responsibility Disclosure : An Application Of Stakeholder Theory. , v. 17, n. 6. https://doi.org/10.1016/0361-3682(92)90015-K
Schapiro, M. G. (2017). Legalidade ou discricionariedade na governança de bancos públicos : uma análise aplicada ao caso do BNDES. Revista de Administração Pública, v. 51, n. 1, p. 105–128. https://doi.org/10.1590/0034-7612155828
Schlickmann, P. (2016). A Distribuição Geográfica Dos Aportes Do Bndes Para A Indústria Do Plástico, Da Borracha E Da Química No Brasil. Bol. Goia. Geogr, v. 36, n. 3, p. 463–481. https://doi.org/10.5216/bgg.v36i3.44553
Silva, L.; Pereira, M. (2017). Os financiamentos do BNDES à logística do setor sucroenergético ( 2002-2015 ): concentração e reforço do uso corporativo do território no Brasil 1. As ações do Estado Brasileiro e atividades sucroenergéticas. Revista de Geografia e Ordenamento do Território, , n. 12, p. 335–356. http://dx.doi.org/10.17127/got/2017.12.015
Simonassi, Andrei Gomes, Arraes, Ronaldo de Albuquerque e, & Silva, José Henrique Felix. (2017). Política de Crédito do BNDES e Sustentabilidade de Crescimento do Setor Primário. Revista de Economia e Sociologia Rural, 55(1), 31-46. https://doi.org/10.1590/1234-56781806-94790550102
Sobreira, R.; Martins, N. M. (2011). Os Acordos de Basileia e bancos de desenvolvimento no Brasil : uma avaliação do BNDES e do BNB. Revista de Administração Pública, v. 45, n. 2, p. 349–376. https://doi.org/10.1590/S0034-76122011000200004.
Souza, M. J. P. DE; Ferreira, A. L.; Hanley, A.; (2015). A quantitative analysis of the academic economic literature regarding the Brazilian Development Bank ( BNDES ). Economi, v. 16, n. 2, p. 157–175. http://dx.doi.org/10.1016/j.econ.2015.03.006
Spence, C. (2007). Social and environmental reporting and hegemonic discourse. Journal Accounting, Auditing & Accountability, v. 20, n. 6, p. 855–882. https://doi.org/10.1108/09513570710830272.
Suchman, M. C. (1995). Managing Legitimacy: Strategic And Institutional And Strategic Managing Legitimacy : Approaches. Academy of Management Review, v. 20, n. 3, p. 571–610. https://doi.org/10.2307/258788
Thomson, I. (2015). But does sustainability need capitalism or an integrated report ’ a commentary on ‘ The International Integrated Reporting Council : A story of failure ’ by Flower , J . Critical Perspectives on Accounting, v. 27, p. 18–22, 2015. 10.1016/j.cpa.2014.07.003
Torres, E. T. F.; Nogueira, F. (2012). BNDES e o financiamento do desenvolvimento. Economia e Sociedade, v. 21, p. 975–1009. https://doi.org/10.1590/S0104-06182012000400011
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
A submissão do texto para avaliação implica no compromisso de que o material não seja submetido a um outro periódico nacional ou internacional e autoriza, caso aprovado, a sua publicação.
Os artigos publicados são de responsabilidade dos autores não traduzindo, necessariamente, a opinião da revista. A reprodução dos artigos, total ou parcial, pode ser feita desde que citada esta fonte.
Considerando que o(s) autor(es) do texto concorda(m) com a sua publicação, caso o mesmo seja aprovado pela revista, sem que disso lhe seja devido qualquer remuneração, reembolso ou compensação de qualquer natureza, a Revista Contabilidade Vista & Revista através do Departamento de Ciências Contábeis da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, detém todos os direitos autorais dos textos publicados, conforme a legislação brasileira vigente.
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais. A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não-comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público.