O Ronco do V8 Objeto de Desejo: Estudo de Caso do Automóvel Ford Maverick em Diferentes Gerações sob a Ótica das Cadeias Meio Fim
DOI:
https://doi.org/10.29149/mtr.v6i2.6624Palavras-chave:
Nostalgia, Gerações, Laddering, Saudosismo, MaverickResumo
No início do ano de 1970, a Ford do Brasil S.A., trouxe um campeão de vendas dos USA, o Ford Maverick. O automovel caiu rapidamente no gosto popular, neste novo segmento de carros médios, passando a ter uma legião de admiradores. Esta pesquisa objetiva, a luz da teoria das cadeias meio-fim, comparar o comportamento e valores de usuários do Maverick de duas diferentes gerações em épocas diferentes: nos anos 70 quando o automóvel foi lançado, cujos principais consumidores eram da geração Baby Boomers e dos filhos de esta geração, a geração X. Para este estudo foi utilizado a técnica de laddering, com entrevistas em profundidade com 47 entrevistados, sendo 20 pertencentes a geração Baby Boomers (indivíduos nascidos entre 1940 e 1960) e os outros 27 entrevistados, nascidos entre 1970 e 1990 que fazem parte da geração X, em que seus depoimentos permitiram acomparação das gerações. Os resultados da análise de conteúdo e da análise utilizando o laddering permitiu o desenvolvimento de mapas hierárquicos dos valores respectivos de cada geração. Estes mapas deram como resultado: a geração Baby Boomers demostrou como valor fundamental para a aquisição do Maverick na época a questão da segurança financeira e motor potente V8 como maior fator motivacional para aquisição deste automóvel. No caso da geração X o estudo indicou como esperado, o valor nostalgia e saudosismo como maior impulsionador para ainda ter este automóvel, seja como colecionador ou hobby. As gerações apresentam como em comum, o valor de nostalgia e saudosismo. Os resultados sugerem novas abordagens para os estudos do comportamento de consumo e marketing geracional.
Referências
Aaker, D. A. (2007). Construindo marcas fortes. Bookman Editora.
Allen, M. W. (2001). A practical method for uncovering the direct and indirect relationships between human values and consumer purchases. Journal of consumer marketing.
Bardin, L. (2011) Análise de Conteúdo. (Tradução: Luís Antero Reto, Augusto Pinheiro). São Paulo: Edições 70.
Barth, F. (1996). 18 Ethnic Groups and Boundaries (1969). Theories of Ethnicity: A Classical Reader, 294.
Belk, R. W. (1995). Collecting as luxury consumption: Effects on individuals and households. Journal of economic psychology, 16(3), 477-490.
Brandão, A. C., & Duarte, M. F. (2004). Movimentos culturais de juventude. Editora Moderna.
Brown, S; Kozinets, R.; Sherry, J. (2003) Teaching old brands new tricks: retro branding and the revival of brand meaning, Journal of Marketing, 67 (3), 19-33.
Corsten, M. (1999). The time of generations. Time & Society, 8(2-3), 249-272.
Datafolha (2008) Jovens brasileiros. São Paulo, 30 jul. 2008. Disponível em: <http://datafolha.folha.uol.com.br/ po/ver_po.php?session=700>. Acesso em: 30 set. 2020.
Engel, J.F.; Blackwell, R. D.; Miniard, P. W. (2000). Comportamento do Consumidor. 8 ed. Rio de Janeiro: LTC
Erickson, T. J. (2011). E agora, geração X? Como se manter no auge profissional e exercer a liderança plena numa época de intensa transformação. Rio de Janeiro: Elsivier.
Gengler, C. E., Howard, D. J., & Zolner, K. (1995). A personal construct analysis of adaptive selling and sales experience. Psychology & Marketing, 12(4), 287-304.
Gil, A. C. (2007). Como elaborar projetos de pesquisa (Vol. 4, p. 175). São Paulo: Atlas.
Gil, A. C. (2014) Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas.
Gregson, P.W. (2011) Clássicos do Brasil: a história do Maverick. Editora Alaúde, SP.
Gutman, J. (1981). A means-end model for facilitating analyses of product markets based on consumer judgement. ACR North American Advances.
Holbrook, M. B., & Hirschman, E. C. (1982). The experiential aspects of consumption: Consumer fantasies, feelings, and fun. Journal of consumer research, 9(2), 132-140.
Izquierdo, I. (2018) Memória , 3a Ed. Editora ArtMed, Porto Alegre.
Jones, J. P. (2004). publicidade na construção de grandes marcas, A–Grupo de mídia. NBL Editora.
Kotler, P., & Keller, K. L. (2006). Marketing para o século XXI. Pearson Prentice Hall.
Kozinets, R., Patterson, A., & Ashman, R. (2017). Networks of desire: How technology increases our passion to consume. Journal of Consumer Research, 43(5), 659-682.
Langerak, F., Peelen, E., & Nijssen, E. (1999). A laddering approach to the use of methods and techniques to reduce the cycle time of new‐to‐the‐firm products. Journal of Product Innovation Management: AN INTERNATIONAL PUBLICATION OF THE PRODUCT DEVELOPMENT & MANAGEMENT ASSOCIATION, 16(2), 173-182.
Lyu, J., & Kim, J. (2020). Antecedents of Social Media Induced Retail Commerce Activities: Impact of Brand-Consumer Relationships and Psychological Sense of Community. Journal of Interactive Advertising, (just accepted), 1-34.
Malhotra, N. K. (2006) Pesquisa de marketing: Uma orientação aplicada. 4 ed. Porto Alegre: Bookman.
Minkowski, E. (1965). Il tempo vissuto. Roma: Einaude.
Murphy, H. (2000). They’ve gotta have it. Forbes Global Life. Dezembro.
N.A (Noticias Automotivas) (2014) Disponível em: https://www.noticiasautomotivas.com.br/ford-maverick/. Acesso em 10/10/2020
Oliveira, S. (2010). Geração Y: o nascimento de uma nova versão de líderes. São Paulo: Integrare.
Peter, J. P.; Olson, J. C. (2010). Comportamento do consumidor e estratégia de marketing. Trad. Beth Honorato. 8 ed. Porto Alegre: AMGH.
Rezsohazy, R. (2001). Sociology of values. International Encyclopedia of the Social & Behavioral Sciences.
Reynolds, T. J.; Gutman, J. (1988). Laddering theory, method, analysis, and interpretation. Journal of Advertising Research, New York, v. 28, p. 11-31, Feb.-Mar.
Reynolds, T. J., & Gutman, J. (2001). Laddering theory, method, analysis, and interpretation.
Rokeach, M. (1972). Beliefs, attitudes and values: A theory of organization and change. Jossey-Bass,.
Slater, J. S. (2001). Collecting brand loyalty: A comparative analysis of how Coca-Cola and Hallmark use collecting behavior to enhance brand loyalty. ACR North American Advances.
Solomon, M. R. (2016). O Comportamento do consumidor-: comprando, possuindo e sendo. Bookman Editora.
Tajfel, H., Turner, J. C., Austin, W. G., & Worchel, S. (1979). An integrative theory of intergroup conflict. Organizational identity: A reader, 56, 65.
Tarkovski, A. (2002). Esculpir o tempo. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
Vriens, M.; Hofstede, F.T. (2000). Linking attributes, benefits and consumers values, Journal of Marketing Research, Vol. 12 No 3, p.4-10.
Walker, B. A., & Olson, J. C. (1991). Means-end chains: Connecting products with self. Journal of business research, 22(2), 111-118.
Wasson, C. R. (1978). Dynamic competitive strategy & product life cycles. Austin Press.
Woodruff, R. B.; Gardial, S. F. (1969). Know your customer: new approaches to understanding customer value and satisfaction. Malden, MA, USA: Blackwell Business.
Zeithaml, V. A., Parasuraman, A., Berry, L. L., & Berry, L. L. (1990). Delivering quality service: Balancing customer perceptions and expectations. Simon and Schuster.
Zaluar, A. (1985). A Máquina e a Revolta, São Paulo, Ed Brasiliense, 1985.
Vinson, D. E., Scott, J. E., & Lamont, L. M. (1977). The role of personal values in marketing and consumer behavior. Journal of marketing, 41(2), 44-50.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Gabriel Levrini, Alexandre Silveira
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista, sem ônus para a mesma, o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores assumem exclusiva responsabilidade pelas suas opiniões emitidas nos trabalhos publicados nesta revista