A SAÚDE DOS TRABALHADORES EM TURNOS – IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA E LEI DA TERCEIRIZAÇÃO

Autores

  • Anna Flávia Ferreira Borges Faccidade
  • Kátia Barbosa Macêdo Pontifícia Universidade Católica de Goiás
  • Carla Maria Santos Carneiro Pontifícia Universidade Católica de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.25113/farol.v7i18.5516

Palavras-chave:

Trabalho em turnos, Saúde do trabalhador, Organização do trabalho

Resumo

Este artigo pretende discutir teoricamente os prejuízos causados à saúde do trabalhador atribuídos ao trabalho em turnos. O estudo está estruturado em duas partes: a primeira apresenta um breve histórico, conceitos e modalidades do trabalho em turnos, além de trazer a revisão de literatura realizada no portal de periódico CAPES/MEC, no período de janeiro e fevereiro de 2017, sobre o tema em estudo; a segunda parte aborda os principais prejuízos que essa modalidade de trabalho causa na saúde do trabalhador, apresenta alguns efeitos das Leis nº 13.429/2017 e nº 13.467/2017 para os trabalhadores em turnos e, por fim, aponta algumas medidas de prevenção/mitigação, propondo sugestões nos âmbitos coletivo, individual e familiar, no intuito de contribuir para a minimização desses efeitos negativos na saúde do trabalhador. Conclui-se que investir na prevenção é a melhor forma de evitar ou intervir para minimizar esses impactos.

Biografia do Autor

Anna Flávia Ferreira Borges, Faccidade

Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), Professora do Departamento de Serviço Social da FACCIDADE.

Kátia Barbosa Macêdo, Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Professora da Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

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Publicado

2020-07-28

Edição

Seção

Dossiê "Trabalho, subjetividade e contemporaneidade"