AGRESSIVIDADE TRIBUTÁRIA, ESTÁGIOS DO CICLO DE VIDA E NÍVEL DE INVESTIMENTOS: UMA ANÁLISE DO EFEITO MODERADOR EM EMPRESAS LISTADAS NA B3
DOI:
https://doi.org/10.22561/cvr.v33i2.6796Palavras-chave:
Agressividade Tributária, Nível de Investimento, Retorno sobre o InvestimentoResumo
O presente estudo analisou o efeito moderador dos estágios do ciclo de vida das firmas (ECV) na relação entre agressividade tributária e o nível de investimentos das empresas brasileira listadas na B3. A pesquisa descritiva, documental e com abordagem quantitativa utilizou dados trimestrais do período de 2012-2020 de 3.853 observações de 270 empresas disponíveis nas bases de dados Refinitiv e COMDINHEIRO. Os dados foram analisados através de estatística descritiva, teste de diferenças entre as médias, análise de correlação e regressão com dados em painel por meio do software Stata 16. Os resultados evidenciaram que os ECV exercem um efeito moderador na relação entre a agressividade tributária e o nível de investimentos. Observou-se que em empresas nos estágios de Crescimento e de Turbulência e Declínio, a agressividade tributária tem um efeito positivo sobre o nível de investimentos, reforçando a importância do planejamento tributário sobretudo em empresas. Os resultados foram consistentes para diferentes proxies de nível de investimentos e de agressividade tributária, inclusive, utilizando-se a carga tributária medida a partir da Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Os achados evidenciaram que a agressividade tributária tem um efeito moderador e defasado sobre o nível de investimentos, trazendo insights importantes para contadores, gestores, auditores e assim contribuindo para discussão sobre a utilização de proxies alternativas na identificação dos efeitos da agressividade tributária no contexto brasileiro.
Referências
Alm, J., Liu, Y., & Zhang, K. (2019). Financial constraints and firm tax evasion. International Tax and Public Finance, 26(1), 71–102. https://doi.org/10.1007/s10797-018-9502-7
Araújo, R. A. de M., & Leite Filho, P. A. M. (2019). Reflexo do Nível de Agressividade Fiscal sobre a Rentabilidade de Empresas Listadas na B3 e NYSE. Revista Universo Contábil, 14(4), 115. https://doi.org/10.4270/ruc.2018430
Araújo, R. A. de M., Santos, L. M. da S., Leite Filho, P. A. M., & Camara, R. P. de B. (2018). Agressividade Fiscal: Uma comparação entre empresas listadas na NYSE e BM&FBOVESPA. Enfoque: Reflexão Contábil, 37(1), 39. https://doi.org/10.4025/enfoque.v37i1.32926
Arikan, A. M., & Stulz, R. M. (2016). Corporate Acquisitions, Diversification, and the Firm’s Life Cycle: Corporate Acquisitions, Diversification, and the Firm’s Life Cycle. The Journal of Finance, 71(1), 139–194. https://doi.org/10.1111/jofi.12362
Armstrong, C. S., Blouin, J. L., & Larcker, D. F. (2012). The incentives for tax planning. Journal of Accounting and Economics, 53(1–2), 391–411. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2011.04.001
Asiri, M., Al-Hadi, A., Taylor, G., & Duong, L. (2020). Is corporate tax avoidance associated with investment efficiency? The North American Journal of Economics and Finance, 52, 101143. https://doi.org/10.1016/j.najef.2020.101143
Baltagi, B. H. (2005). Econometrics Analysis of Panel Data (Third). John Wiley & Sons, Inc.
Baranova, V., & Janickova, L. (2012). Taxation of Corporations and Their Impact on Economic Growth: The Case of EU Countries. Journal of Competitiveness, 4(4), 96–108. https://doi.org/10.7441/joc.2012.04.07
Biddle, G. C., Hilary, G., & Verdi, R. S. (2009). How does financial reporting quality relate to investment efficiency? Journal of Accounting and Economics, 48(2–3), 112–131. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2009.09.001
Brennan, M. J. (2003). Corporate Investment Policy. In Handbook of the Economics of Finance (Vol. 1, p. 167–214). Elsevier. https://doi.org/10.1016/S1574-0102(03)01007-0
Brooks, C., Godfrey, C., Hillenbrand, C., & Money, K. (2016). Do investors care about corporate taxes? Journal of Corporate Finance, 38, 218–248. https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2016.01.013
Chiachio, V. F. de O., & Martinez, A. L. (2019). Efeitos do Modelo de Fleuriet e Índices de Liquidez na Agressividade Tributária. Revista de Administração Contemporânea, 23(2), 160–181. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2019180234
Costa, F. M. da, & Amorim Júnior, R. L. (2020). Reorganizações Societárias e Agressividade Tributária. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 8(3), 5–22. https://doi.org/10.22478/ufpb.2318-1001.2020v8n3.51368
De Simone, L., Klassen, K., & Seidman, J. K. (2018). The Effect of Income-Shifting Aggressiveness on Corporate Investment. SSRN Electronic Journal. https://doi.org/10.2139/ssrn.3232036
Diamond, P. A., & Mirrlees, J. A. (1971). Optimal Taxation and Public Production I: Production Efficiency. The American Economic Review, 61(1), 8–27.
Dickinson, V. (2011). Cash Flow Patterns as a Proxy for Firm Life Cycle. The Accounting Review, 86(6), 1969–1994. https://doi.org/10.2308/accr-10130
Faff, R., Kwok, W. C., Podolski, E. J., & Wong, G. (2016). Do corporate policies follow a life-cycle? Journal of Banking & Finance, 69, 95–107. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2016.04.009
Gallemore, J., Maydew, E. L., & Thornock, J. R. (2014). The Reputational Costs of Tax Avoidance. Contemporary Accounting Research, 31(4), 1103–1133. https://doi.org/10.1111/1911-3846.12055
Gokalp, O. N., Lee, S.-H., & Peng, M. W. (2017). Competition and corporate tax evasion: An institution-based view. Journal of World Business, 52(2), 258–269. https://doi.org/10.1016/j.jwb.2016.12.006
Goldman, N. C. (2016). The effect of tax aggressiveness on investment efficiency [Dissertation of Doctor in Philosophy, University of Arizona]. http://hdl.handle.net/10150/612100
Hanlon, M., & Heitzman, S. (2010). A review of tax research. Journal of Accounting and Economics, 50(2–3), 127–178. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.09.002
Hanlon, M., Maydew, E. L., & Shevlin, T. (2008). An unintended consequence of book-tax conformity: A loss of earnings informativeness. Journal of Accounting and Economics, 46(2–3), 294–311. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2008.09.003
Hasan, M. M., & Habib, A. (2017). Corporate life cycle, organizational financial resources and corporate social responsibility. Journal of Contemporary Accounting & Economics, 13(1), 20–36. https://doi.org/10.1016/j.jcae.2017.01.002
Hill, M. D., Kubick, T. R., Brandon Lockhart, G., & Wan, H. (2013). The effectiveness and valuation of political tax minimization. Journal of Banking & Finance, 37(8), 2836–2849. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2013.04.002
Jacob, M. (2018). A note on tax research. Revista Contabilidade & Finanças, 29(78), 339–342. https://doi.org/10.1590/1808-057x201890280
Jacob, M., Michaely, R., & Müller, M. A. (2019). Consumption Taxes and Corporate Investment. The Review of Financial Studies, 32(8), 3144–3182. https://doi.org/10.1093/rfs/hhy132
Jaimovich, N., & Rebelo, S. (2017). Nonlinear Effects of Taxation on Growth. Journal of Political Economy, 125(1), 265–291. https://doi.org/10.1086/689607
Khurana, I. K., Moser, W. J., & Raman, K. K. (2018). Tax Avoidance, Managerial Ability, and Investment Efficiency. Abacus, 54(4), 547–575. https://doi.org/10.1111/abac.12142
Kubick, T. R., Lynch, D. P., Mayberry, M. A., & Omer, T. C. (2015). Product Market Power and Tax Avoidance: Market Leaders, Mimicking Strategies, and Stock Returns. The Accounting Review, 90(2), 675–702. https://doi.org/10.2308/accr-50883
Lamont, O. (1997). Cash Flow and Investment: Evidence from Internal Capital Markets. The Journal of Finance, 52(1), 83–109. https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1997.tb03809.x
Lennox, C., Lisowsky, P., & Pittman, J. (2013). Tax Aggressiveness and Accounting Fraud. Journal of Accounting Research, 51(4), 739–778. https://doi.org/10.1111/joar.12002
Li, C., Zhou, P., & Li, Y. (2019). Managerial overconfidence, overinvestment, and R&D spillover. Managerial and Decision Economics, 40(7), 858–861. https://doi.org/10.1002/mde.3051
Marchesi, R. F., & Zanoteli, E. J. (2020). Agressividade Fiscal e Investimentos no Mercado Acionário Brasileiro. Advances in Scientific and Applied Accounting, 1(1), 065–083. https://doi.org/10.14392/asaa.2020130304
Martinez, A. L. (2017). Agressividade Tributária: Um Survey da Literatura. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC), 11(0), 106–124. https://doi.org/10.17524/repec.v11i0.1724
Martinez, A. L., Lessa, R. C., & Moraes, A. D. J. (2014). Remuneração ds Auditores Perante a Agressividade Tributária e Governança Corporativa no Brasil. Revista Contabilidade e Controladoria, 6(3). https://doi.org/10.5380/rcc.v6i3.34593
Martinez, A. L., & Martins, V. A. M. (2016). Alavancagem Financeira e Agressividade Fiscal no Brasil. Revista de Contabilidade da UFBA, 10(3), 4. https://doi.org/10.9771/rc-ufba.v10i3.18383
Martinez, A. L., & Motta, F. P. (2020). Agressividade fiscal em sociedades de economia mista no Brasil. Revista Contemporânea de Contabilidade, 17(43), 136–148. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2020v17n43p136
Martinez, A. L., & Reinders, A. P. G. S. (2018). Qual o Efeito da Agressividade Tributária na Rentabilidade Futura? Uma Análise das Companhias Abertas Brasileiras. Revista de Gestão e Contabilidade da UFPI, 5(1), 3. https://doi.org/10.26694/2358.1735.2018.v5ed16485
Martinez, A. L., Ribeiro, A. C., & Funchal, B. (2019). Sarbanes Oxley Act and Taxation: A study of the effects ob the tax aggressiveness of Brazilian firms. Contabilidade Vista & Revista, 30(1), 16. https://doi.org/doi.org/10.22561/cvr.v30i1.4525
Martinez, A. L., & Silva, R. F. (2017). Agressividade Fiscal e o Custo de Capital de Terceiros no Brasil. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, 7(1), 240–251. https://doi.org/10.18028/2238-5320/rgfc.v7n1p240-251
McNichols, M. F., & Stubben, S. R. (2008). Does Earnings Management Affect Firms’ Investment Decisions? The Accounting Review, 83(6), 1571–1603. https://doi.org/10.2308/accr.2008.83.6.1571
Moreira, A. M. (2003). Elisão e Evasão Fiscal—Limites ao Planejamento Tributário. Revista da Associação Brasileira de Direito Tributário, 18.
Park, J., Ko, C. Y., Jung, H., & Lee, Y.-S. (2016). Managerial ability and tax avoidance: Evidence from Korea. Asia-Pacific Journal of Accounting & Economics, 23(4), 449–477. https://doi.org/10.1080/16081625.2015.1017590
Rodrigues, D. V., & Galdi, F. C. (2020). Taxa de imposto efetiva nas empresas brasileiras: Uma comparação entre as companhias abertas e fechadas. Revista Contemporânea de Contabilidade, 17(42), 57–69. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2020v17n42p57
Slemrod, J. (1990). Optimal Taxation and Optimal Tax Systems. Journal of Economic Perspectives, 4(1), 157–178. https://doi.org/10.1257/jep.4.1.157
Wooldridge, J. (2011). Econometric Analysis of Cross Section and Panel Data (2a.). MIT-Massachussets Institute Technology.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão do texto para avaliação implica no compromisso de que o material não seja submetido a um outro periódico nacional ou internacional e autoriza, caso aprovado, a sua publicação.
Os artigos publicados são de responsabilidade dos autores não traduzindo, necessariamente, a opinião da revista. A reprodução dos artigos, total ou parcial, pode ser feita desde que citada esta fonte.
Considerando que o(s) autor(es) do texto concorda(m) com a sua publicação, caso o mesmo seja aprovado pela revista, sem que disso lhe seja devido qualquer remuneração, reembolso ou compensação de qualquer natureza, a Revista Contabilidade Vista & Revista através do Departamento de Ciências Contábeis da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, detém todos os direitos autorais dos textos publicados, conforme a legislação brasileira vigente.
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais. A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não-comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público.