Gestão de Risco no Turismo.
Análise dos Destinos Turísticos no Brasil e a Vulnerabilidade a Desastres Naturais
DOI:
https://doi.org/10.29149/mtr.v6i1.6463Palavras-chave:
Brasil, Turismo, Desastre, Gestão, Destinos.Resumo
Em muitos países destinos turísticos têm sido atingidos por eventos extremos associados às mudanças climáticas. Estas mudanças climáticas também estão relacionadas aos desastres naturais (como seca, inundações, ciclones e incêndios), cada vez mais constantes em muitas regiões. Isto tem contribuído para a incorporação da problemática da vulnerabilidade a desastres naturais nas discussões do planejamento e gestão do turismo em todas as escalas espaciais, sobretudo, em escala local. Todavia, no Brasil em particular, nas ações de planejamento e gestão de destinos turísticos, pouco tem sido considerada por parte dos formuladores de políticas públicas as consequências dos eventos extremos sobre a dinâmica do desenvolvimento turístico, como é o caso dos desastres naturais. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo analisar os municípios no Brasil categorizados pelo Ministério do Turismo – MTUR – como destinos e, que apresentam vulnerabilidade a desastres naturais. A análise metodológica foi feita a partir do cruzamento de dados do MTUR, do Plano Nacional de Turismo (2018-2022), associados com dados da Base Territorial Estatística de Áreas de Risco – BATER, metodologia de mapeamento desenvolvida por Assis Dias (et al., 2018), pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais- CEMADEM. Os resultados demonstram que um número de municípios categorizados como destinos turísticos no Brasil apresenta vulnerabilidade a riscos de desastres naturais. Todavia, verifica-se que nas políticas públicas de turismo não estão contempladas nas suas diretrizes ações estratégicas da gestão de riscos a desastres naturais para o setor de turismo.
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