TRABALHADORAS DO SEXO “UNIVERSITÁRIAS” EM CAMPO GRANDE (MS): AMBIENTE ON-LINE, MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA E PERFORMATIVIDADE

Autores

  • Carla Cristina Souza UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
  • Tiago Duque Universidade Federel de Mato Grosso do Sul

DOI:

https://doi.org/10.25113/farol.v8i23.5708

Palavras-chave:

Prostituição de mulheres, Universitária, Performance, Etnografia de tela

Resumo

Neste artigo propomos algumas reflexões sobre as estratégias de (in)visibilidade utilizadas por profissionais do sexo através dos usos de ambientes onlines (sites). As mulheres que, em Campo Grande (MS), compõem o cenário econômico sexual, utilizam da descrição “universitária” em “anúncios” para atingir um grau de valorização, através de performances e intersecções de marcadores sociais da diferença, entre eles: geração, classe, raça/etnia, gênero e sexualidade. Enfatizamos, a partir de uma “etnografia de tela”, a importância dessas reflexões, pois ainda é escasso os estudos sobre a prostituição “feminina” no contexto da referida cidade, que tenha como base epistemológica uma análise pós-estruturalista, compreendendo essa dinâmica sexual como performática, e/ou como um ato de resistência/agência.

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Publicado

2022-10-31

Edição

Seção

Dossiê "Trabalho sexual no Brasil: direitos, políticas e práticas"