A INVISIBILIDADE SOCIAL NO AMBIENTE DE TRABALHO: UM ESTUDO DE CASO COM OS TERCEIRIZADOS DE SERVIÇOS GERAIS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
DOI:
https://doi.org/10.25113/farol.v10i27.6658Palavras-chave:
Invisibilidade Social, Terceirização, Precarização do TrabalhoResumo
Esta pesquisa se insere no contexto de discussão da precarização do trabalho e teve como objetivo analisar a percepção dos trabalhadores terceirizados da UFRRJ do campus Nova Iguaçu a respeito da invisibilidade social sobre a qualidade da prestação de serviço acometida em seu ambiente de trabalho. Para atingir ao objetivo, a pesquisa qualitativa, com desenho de estudo de caso, utilizou-se de entrevistas para a coleta e da análise de conteúdo para essa investigação. Como resultado foi possível traçar o perfil dos trabalhadores entrevistados e suas percepções acerca da relevância de sua profissão. Ainda, observou-se que grande parte dos terceirizados já se sentiram invisíveis em seu ambiente de trabalho, alguns já sofreram discriminação por conta da sua profissão, porém todos atribuem o fator da invisibilidade a sua função empregatícia, principalmente, enquanto terceirizados. Contudo, notou-se que a invisibilidade social, na percepção dos entrevistados não influencia na qualidade de serviço dos funcionários.
Referências
Alcadipani, Rafael (2012). Invisíveis organizacionais. GV-Executivo, 11(1), 65.
Antunes, Ricardo (2001). Trabalho e precarização numa ordem neoliberal. In Pablo Gentili & Gaudência Frigotto (Orgs.). A cidadania negada: políticas de exclusão na educação e no trabalho (pp. 35-48). São Paulo: Cortez.
Antunes, Ricardo & Druck, Graça (2013). A terceirização como regra. Revista do Tribunal Superior do Trabalho, 79(4), 214-231.
Antunes, Ricardo & Praun, Luci (2015). A sociedade dos adoecimentos no trabalho. Serviço Social & Sociedade, 123, 407-427.
Araújo, Taísa S. & Silva, Edla R. R. (2018). O significado do trabalho para os garis: um estudo sobre a invisibilidade social. Psicologia.pt, Recuperado em 5 janeiro, 2021 de: https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1219.pdf.
Bardin, Laurence (1977). Análise de conteúdo. São Paulo: Martins Fontes.
Becker, Howard S. (1970). The nature of a profession. In Howard S. Becker (Ed.) Sociological work: method and substance (pp. 87-104). New Brunswick: Transaction Books.
Brasil. (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal. Recuperado em 26 abril, 2022 de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Brasil. (2017). Lei nº 13.429, de 31 de março de 2017. Altera dispositivos da Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1974, que dispõe sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas e dá outras providências; e dispõe sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros. Recuperado em 19 maio, 2020 de: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13429.htm.
Brito, Valéria G. P., Marra, Adriana V., & Carrieri, Alexandre P. (2012). Práticas discursivas de trabalhadores terceirizados e construções sociais da identidade de exclusão. Revista de Ciências da Administração, 14(32), 77-91.
Candido, Gerardo G. (2021). Precarização do trabalho: a nova cepa da lógica capitalista autofágica. Lex Humana, 13(1), 50-74.
Cardoso, Priscila S., Silva, Talita, & Zimath, Sofia C. (2017). Todo mundo olha, quase ninguém vê: a percepção de trabalhadores operacionais com relação à invisibilidade social de seus trabalhos. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 25(4), 701-711.
Carelli, Rodrigo L. (2003). Terceirização e intermediação de mão-de-obra: ruptura do sistema trabalhista, precarização do trabalho e exclusão social. Rio de Janeiro: Renovar.
Carneiro, Ava S. C. (2009). A desigualdade e a invisibilidade social na formação da sociedade brasileira. Anais do Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, Salvador, BA, Brasil, V.
Celeguim, Cristiane R. J. & Roesler, Heloísa M. K. N. (2009). A invisibilidade social no âmbito do trabalho. Revista Interação, 3(1), 1-19.
Coelho, Edmundo C. (2003). As profissões Imperiais: medicina, engenharia e advocacia. Rio de Janeiro: Record.
Costa, Fernando B. (2004). Homens invisíveis: relato de uma humilhação social. Rio de Janeiro: Globo Livros.
Costa, Elizardo S. & Almada, Pablo (2018). Mundo do trabalho e pluralidade epistemológica: uma contribuição para o estudo da precariedade. Sociologia, XXXV, 161-179.
Costa, Elizardo S. & Costa, Hermes A. (2018). Precariousness and call centre work: operators’ perceptions in Portugal and Brazil. European Journal of Industrial Relations, 24(3), 243-259.
Dieese-Cut. (2014). Terceirização e desenvolvimento: uma conta que não fecha: dossiê acerca do impacto da terceirização sobre os trabalhadores e propostas para garantir a igualdade de direitos. São Paulo: CUT.
Diogo, Maria F. (2007). Os sentidos do trabalho de limpeza e conservação. Psicologia em estudo, 12(3), 483-492.
Druck, Graça (2011). Trabalho, precarização e resistências: novos e velhos desafios? Caderno CRH, 24, 37-57.
Dubar, Claude A. (2005). Socialização: construção das identidades sociais e profissionais. São Paulo: Martins Fontes.
Folha de S. Paulo (2012). Pesquisa mostra que garis são invisíveis à maioria das pessoas. Recupero de 28 abril, 2020 de: https://f5.folha.uol.com.br/humanos/1038259-pesquisa-mostra-que-garis-sao-invisiveis-a-maioria-das-pessoas-veja.shtml.
Franzoi, Naira L. (2006). Entre a formação e o trabalho: trajetórias e identidades profissionais. Porto Alegre: UFRGS.
Gastal, Camila A. & Pilati, Ronaldo (2016). Escala de necessidade de pertencimento: adaptação e evidências de validade. Psico-USF, 21(2), 285-292.
Gemma, Sandra F. B., Fuentes-Rojas, Marta, & Soares, Maurilio J. B. (2017). Agentes de limpeza terceirizados: entre o ressentimento e o reconhecimento. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 42, 1-10.
Goffman, Erving (1987). Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva.
Gonçalves Filho, José M. (1998). Humilhação social-um problema político em psicologia. Psicologia USP, 9(2), 11-67.
Goulart, Sueli & Carvalho, Cristina A. (2005). O pesquisador e o design da pesquisa qualitativa em administração. Pesquisa Qualitativa em administração: teoria e prática (pp. 119-140). Rio de Janeiro: FGV.
Hughes, Everett C. (1994). On work, race, and the sociological imagination. Chicago: The University of Chicago Press.
Leite, Cesar E. (2015) A terceirização de serviços e suas implicações. Anais do Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, Resende, RJ, Brasil, V.
Lima, Jacob C. (2010). A terceirização e os trabalhadores: revisitando algumas questões. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 13(1), 17-26.
Lima, Évelin R., Gomes, Josenir P. S., & Spaziani, Luís C. (2015) Invisibilidade pública: Um estudo sobre profissionais considerados invisíveis no ambiente organizacional. Recuperado em 20 dezembro, 2020 de: https://docplayer.com.br/43003057-Invisibilidade-publica-um-estudo-sobre-profissionais-considerados-invisiveis-no-ambiente-organizacioanal.html.
Martins, Daiane L., Boava, Diego L. T., Macedo, Fernanda M. F., & Pereira, Jussara J. (2019). Invisibilidades no âmbito do trabalho de limpeza: um estudo em uma instituição federal de ensino superior. Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, 6(17), 994-1034
Moraes, Paulo R. S. (2008) Terceirização e precarização do trabalho humano. Revista do Tribunal Superior do Trabalho, 74(4), 148-168.
ONU (2002). Declaração Universal dos Direitos Humanos. Recuperado em 26 junho, 2020 de: https://www.ohchr.org/en/human-rights/universal-declaration/translations/portuguese?LangID=por.
Pereira, Maria E. R., Tassigny, Mônica M., & Bizarria, Fabiana P. A. (2017). Terceirização e precarização do trabalho na política pública de assistência social. Administração Pública e Gestão Social, 9(3), 171-183.
Porto, Juliana (2006). Invisibilidade social e a cultura do consumo. Rio de Janeiro: Departamento de Artes e Design/PUC-RIO.
Santos, Wanderley G. (1979). Cidadania e justiça. Rio de Janeiro: Campus.
Silva, Cláudia S. A. (2016). A invisibilidade social na terceirização: um estudo da experiência do Polo naval de Rio Grande. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, Brasil.
Silva, Késia A. T., Brito, Mozar J., & Campos, Rafaella C. (2020). “O lixo pode ser mais que lixo”: o sentido do trabalho para catadores de materiais recicláveis. Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, 7(19), 622-658.
Tomás, Júlia (2012). A invisibilidade social, uma construção teórica. Anais do Colóquio “Crises das Socializações”.
Vergara, Sylvia C (1988). Projetos e relatórios de pesquisa em administração (2a ed). São Paul: Atlas.
Vieira, Marcelo M. F. & Zouain, Deborah M. (2004). Por uma boa pesquisa (qualitativa) em administração. In Marcelo M. F. & Deborah M. Zouain (Orgs.). Pesquisa qualitativa em administração (pp. 13-28). Rio de Janeiro: FGV.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Gabriela de Barros Fernandes, Cynthia Adrielle da Silva Santos, Rafaela Carvalho Nascimento Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Assume-se que em qualquer das modalidades de contribuições aceitas pela Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, ao submeter um trabalho, o(s) autor(es) se reconhece(m) como detentor(es) do direito autoral sobre ele e autoriza(m) seu livre uso pelos leitores, podendo ser, além de lido, baixado, copiado, distribuído, adaptado e impresso, desde que seja atribuído o devido crédito pela criação original. Em caso de aprovação do trabalho para publicação, os direitos autorais (inclusive os direitos de tradução) são exclusivamente do(s) autor(es).
Os autores devem concordar com os seguintes termos relativos aos Direitos Autorais:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).