“EU TE QUERO SÓ PRA MIM” – O PROCESSO DE SENSEBREAKING E A RUPTURA REFLEXIVA DA IDENTIDADE COMO UM MOMENTUM PARA O SEQUESTRO DA SUBJETIVIDADE
DOI:
https://doi.org/10.25113/farol.v7i19.5157Palavras-chave:
sequestro da subjetividade; sensebreaking; identidade; identificação; táticas de socialização organizacional.Resumo
Objetiva-se neste ensaio teórico detalhar como as organizações atuam para criar um vazio-existencial no neófito, de maneira a poderem suplantar uma nova perspectiva identitária. Respaldados pela literatura de sensebreaking e construção de identidade em organizações não tradicionais, apresentamos o argumento de que o sensebreaking gera a ruptura reflexiva da identidade, que se caracteriza como um momentum para o sequestro da subjetividade. Para tanto, identificamos três rotinas empregadas para gerar a ruptura de sentido, que são: (i) a quebra da identidade vigente; (ii) a socialização dirigida para imbuir novo significado; e (iii) a privação do indivíduo no controle de seus atos, seus desejos e seus sonhos. Em termos de contribuição teórica, evidenciamos o ‘resgate’ do conceito de sequestro da subjetividade, como forma de organizar nosso ensaio teórico para analisar a ruptura reflexiva da identidade do indivíduo em seu processo de socialização.
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