Contabilidade de Gestão em Empresas Internacionalizadas: Algumas Evidências de Empresas Brasileiras
Palavras-chave:
Contabilidade de gestão, controle gerencial, empresas internacionalizadas, sistema de controleResumo
O objetivo deste estudo foi verificar se a internacionalização das operações de uma empresa tem algum impacto sobre o sistema de controle gerencial. Para tanto, foram comparados os resultados obtidos em três estudos de caso de empresas brasileiras que internacionalizaram as suas atividades.
As premissas que nortearam o trabalho foram que à medida que aumenta o escopo geográfico das operações de uma empresa, a complexidade administrativa também cresce, exigindo a adoção de novos e mais sofisticados sistemas de controle. O processo se agrava no caso de empresas internacionalizadas que tenham realizado investimentos diretos em outros países, dada a necessidade de ampliação do escopo do controle sobre os recursos humanos e financeiros alocados externamente. Um único sistema de controle não pode se coadunar com as características culturais de diversos países exigindo a utilização de macanismos adicionais de controle para lidar com a nova situação dos negócios. Tais premissas encontram base no pensamento de Dyment (1987), segundo o qual a gestão de uma empresa globalizada deverá diferir significamente de uma empresa doméstica e, mesmo, de uma multinacional, devendo o desenho do sistema de controle gerencial adequar-se a uma estratégia global.
As evidências coletadas nos casos examinados apontam que em algumas situações ou circunstâncias a esperada adequação do sistema de controle gerencial ao novo contexto, assim como sua sofisticação, pode não ocorrer. Os resultados obtidos no primeiro caso sugerem que a exposição da empresa ao cenário internacional, além de desnudarem pontos negativos relativos ao "custo Brasil", indicam uma sensível melhora no desenpenho econômico-financeiro, traduzido em relevantes reduções de custos de suas operações e no aumento da produtividade. Outro achado refere-se à simplicidade do sistema de controle utilixado pela empresa neste processo de internacionalização, quando sofisticados recomendados pela literatura sobre controle gerencial, para ambientes globalizados, com acirrada concorrência internacional.
O segundo caso sugere que a opção pela interncionalização por parte da empresa, embora não tenha implicado em mudança significativa no sistema de controle gerencial, o que está, em alguns aspectos, em desacordo com as premissas básicas da pesquisa, apresenta muitos pontos importantes sobre o sistema de controle adotado pela empresa que a coloca bastante próxima das recomendações de diversos autores utilizados neste trabalho, na parte referente a empresas de serviços, principalmente a consideração adequada ao capital intelectual. Outro achado, é que , no caso da empresa estudada, ela conseguiu a ampliação dos negócios domésticos em decorrência de novos negócios realizados em outros países. Por se tratar de uma empresa de consultoria, onde a carteira de clientes é um fator importantíssimo no fechamento de novos negócios, a exposição internacional parece ter agregado valor ao negócio, por viabilizar novos projetos nacionais importantes que, antes da internacionalização, eram atendidos por firmas de consultoria estrangeiras.
No último caso, por fim, o grau de dificuldade e complexidade das operações forma acentuadas, impondo às áreas responsáveis pelo controle das atividades inerentes ao comércio exterior um cuidado maior. Observou-se que este caso exemplifica de forma bastante apropiada os aspectos relevantes referenciados na literatura de controle gerencial quanto a necessidade de uso de indicadores de controle mais abrangentes para lidar com a crescente complexidade atual. Segundo estes resultados, pode-se perceber a importância de se considerar como significantes as variávies contextuais e organizacionais em complemento às usuais medidas finaceiras, como forma de atender aos interesses dos diversos colaboradores da organização, de forma eficiente e eficaz.
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