O triunfo do autômato: a individualização da desigualdade salarial na história do pensamento econômico

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Resumo

A desigualdade salarial é entendida, pela economia ortodoxa, a partir de um indivíduo cujas ações, insuladas e perfeitamente racionais, são invariavelmente autointeressadas. As escolhas e características produtivas desse indivíduo, sob as forças de mercado, determinariam sua remuneração. Ainda que objeto de recorrentes críticas, a perspectiva neoclássica continua a ignorar fatores sociais, alheios a essas características e escolhas. Neste artigo, investigamos as origens e a consolidação desse entendimento: quando e de que modo a sociedade foi apartada da compreensão da desigualdade salarial? O ensaio revisita o pensamento de autores da escola clássica e de precursores da teoria neoclássica com o objetivo de compreender em que medida fatores sociais eram atribuídos à determinação de salários. Concluímos que a atomização da desigualdade, estranha a pensadores clássicos, permaneceu incipiente na economia ortodoxa até meados do século XX. Examinamos o processo que levou esse entendimento a tornar-se hegemônico e elencamos fatores responsáveis por sua consolidação.

Biografia do Autor

Pedro Fandiño, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Centro de Estudos sobre Desigualdade e Desenvolvimento (CEDE), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publicado

2024-09-11

Como Citar

FANDIÑO, P. O triunfo do autômato: a individualização da desigualdade salarial na história do pensamento econômico. Nova Economia, [S. l.], v. 34, n. 1, p. 1–27, 2024. Disponível em: https://revistas.face.ufmg.br/index.php/novaeconomia/article/view/8139. Acesso em: 7 out. 2024.

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