O “efeito nefasto” da corrupção no Brasil
“quem paga mais?” Aplicações com o uso de regressões quantílicas com variáveis instrumentais
Resumo
O presente estudo analisa o impacto da corrupção na dinâmica dos investimentos de empresas brasileiras. Para isto, foi adotado uma amostra de 3.444 empresas conforme os microdados disponíveis pelo Enterprise Surveys do Banco Mundial. Usando o estimador de regressão quantílica com variáveis instrumentais, proposto por Chernozhukov e Hansen (2006; 2008), os resultados do modelo apontam que, na ausência do controle devido aos problemas de endogeneidade, o estimador tradicional de Koenker e Basset (1978) tende a subestimar o impacto da corrupção na redução dos coeficientes de elasticidade dos investimentos das empresas. Firmas situadas nos quantis superiores da distribuição condicional das vendas apresentam melhores resultados na aplicação dos investimentos, mesmo após o efeito perceptivo da corrupção, ao contrário das empresas situadas nos quantis inferiores. Isto sugere que as firmas com elevada performance são menos ‘impactadas’ com a presença da corrupção em relação às firmas com baixa performance.
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