Transferências intergeracionais privadas na Amazônia rural brasileira

Autores

  • Gilvan Ramalho Guedes
  • Bernardo Lanza Queiroz
  • Leah Karin VanWey

Palavras-chave:

relações intergeracionais, transferências privadas, Amazônia, altruísmo, reciprocidade

Resumo

O que motiva os membros familiares a se envolverem na troca de recursos? Amor, benevolência e altruísmo, por um lado, e interesse na reciprocidade, por outro, são as duas principais respostas que têm sido dadas pela literatura a essa pergunta. Este trabalho trata das transferências intergeracionais privadas que ocorrem entre pais e filhos residentes fora do domicílio parental de pequenos agricultores na área rural de Altamira, no Estado do Pará. Utilizamos dados primários coletados em 2005 por uma equipe da Universidade de Indiana e aplicamos a técnica Grade of Membership de modo a delinear perfis de transferências privadas. Os resultados sugerem três perfis distintos: o de baixo envolvimento nas transferências intergeracionais, o de alto envolvimento nas trocas através de visitas e ajuda com trabalho e o de alto envolvimento nas trocas com visitas e dinheiro. Não há evidências de preferências por ordem de parturição, embora tenhamos encontrado uma especialização sexual das trocas: homens enviam dinheiro, ao passo que mulheres proveem trabalho e visitas. As transferências monetárias ascendentes são particularmente importantes entre filhos com alta escolaridade e residentes em áreas urbanas, o que indica arranjos informais de repagamento a investimentos parentais feitos no passado. Tais evidências empíricas corroboram as teorias de reciprocidade e investimento parental e sugerem que as teorias altruístas tradicionais devem ser repensadas em contextos de restrição imposta pelos desafios ambientais e institucionais que envolvem as famílias de pequenos agricultores rurais em países em desenvolvimento.

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Publicado

2011-01-26

Como Citar

GUEDES, G. R.; QUEIROZ, B. L.; VANWEY, L. K. Transferências intergeracionais privadas na Amazônia rural brasileira. Nova Economia, [S. l.], v. 19, n. 2, 2011. Disponível em: https://revistas.face.ufmg.br/index.php/novaeconomia/article/view/1049. Acesso em: 5 nov. 2024.

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