Construção e Validação Empírica de um Protocolo de Certificação da Qualidade Turística para Praias Urbanas (PCTP)
DOI:
https://doi.org/10.29149/mtr.v10i1.8776Palavras-chave:
praias Urbanas, certificações, índice de qualidade turística.Resumo
A maioria dos protocolos de certificação abordam prioritariamente os aspectos ambientais e de gestão da praia (infraestrutura, manutenção de serviços, etc.), mas os critérios relevantes para a qualidade turística são pouco discutidos. No Brasil, a única certificação de praia existente (Bandeira Azul) é aplicada em poucas praias e consiste em um selo ecológico que não permite a avaliação de outras dimensões necessárias para se avaliar a qualidade turística das mesmas. Desta forma, esta pesquisa objetiva construir e validar empiricamente um Protocolo de Certificação da Qualidade Turística para Praias Urbanas (PCTP), considerando a criação de indicadores específicos para o turismo, a fim de contribuir com uma metodologia de monitoramento da qualidade das praias. O estudo possui abordagem qualiquantitativa e multimetodológica e contou com quatro etapas: 1) Identificação das variáveis do Protocolo através da revisão sistemática de literatura com o auxílio do método Proknow-C (Ensslin et al., 2010); 2) Realização da técnica Delphi e Painel com especialistas da área; 3) Aplicação de questionários com os visitantes (turistas e residentes) das praias estudadas; 4) Validação do protocolo por meio do cálculo dos IQT das praias e interpretação dos resultados a partir de 5 níveis de qualidade turística. O protocolo foi composto por 4 dimensões, 17 subdimensões e 75 indicadores. O PCTP foi testado em duas praias da cidade de João Pessoa, PB – Brasil. Os resultados indicaram que a qualidade turística destas duas praias foi considerada boa (nível 4), com índices superiores a 0,61. Desta forma, as duas praias poderiam ser certificadas como 4 estrelas em uma escala de 5 níveis. Concluiu-se que os fatores mais importantes da qualidade percebida pelo visitante foram a limpeza e a segurança, seguido da infraestrutura (básica e turística).
Referências
Ariza, E., Jimenez, J. A., Sarda, R., Villares, M., Pinto, J., Fraguell, R., Roca, E., Marti, C., Valdemoro, H., Ballester, R., & Fluvia, M. (2010). Proposal for an integral quality index for urban and urbanized beaches. Environmental Management, 45(5), 998–1013. https://doi.org/10.1007/s00267-010-9472-8
Bombana, B., & Ariza, E. (2018). Clarifying some assumptions of coastal management: Analysis of values and uncertainties embedded in beach quality indexes. Ecological Indicators, 91(December 2017), 376–385. https://doi.org/10.1016/j.ecolind.2018.03.066
Botero, C., Anfuso, G., Williams, A. T., Zielinski, S., da Silva, C. P., Cervantes, O., Silva, L., & Cabrera, J. A. (2013). Reasons for beach choice: European and Caribbean perspectives. Journal of Coastal Research, 65(65), 880–885. https://doi.org/10.2112/si65-149.1
Cervantes, O., & Espejel, I. (2008). Design of an integrated evaluation index for recreational beaches. Ocean and Coastal Management, 51(5), 410–419. https://doi.org/10.1016/j.ocecoaman.2008.01.007
Chen, C. F., & Tsai, D. C. (2007). How destination image and evaluative factors affect behavioral intentions? Tourism Management, 28(4), 1115–1122. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2006.07.007
Creswell, J. W., & Clark, V. L. P. (2011). Designing and conducting mixed methods research (2nd ed.). Sage publications.
Del Bosque, I. R., & San Martín, H. (2008). Tourist satisfaction a cognitive-affective model. Annals of tourism research, 35(2), 551-573. https://doi.org/10.1016/j.annals.2008.02.006
Dodds, R., & Holmes, M. R. (2018). Education and certification for beach management: is there a difference between residents versus visitors? Ocean and Coastal Management, 160(March), 124–132. https://doi.org/10.1016/j.ocecoaman.2018.03.043
Dodds, R., & Holmes, M. R. (2020). Preferences at City and Rural Beaches: Are the Tourists Different? Journal of Coastal Research, 36(2), 393–402. https://doi.org/10.2112/JCOASTRES-D-19-00048.1
Duvat, V. (2013). Public perception of beach quality: lessons learnt from a French case study to cite this version: HAL Id: hal-00821861.
Ensslin, L., Ensslin, S. R., Lacerda, R. T. D. O., & Tasca, J. E. (2010). ProKnow-C, knowledge development process-constructivist. Processo técnico com patente de registro pendente junto ao INPI. (Patent No. 10(4)).
Empresa Paraibana de Turismo – PBTUR (2022). Indicadores Turísticos. Recuperado de: https://www.pbtur.pb.gov.br/indicadores-turisticos/
García-Morales, G., Arreola-Lizárraga, J. A., Mendoza-Salgado, R. A., García-Hernández, J., Rosales-Grano, P., & Ortega-Rubio, A. (2018). Evaluation of beach quality as perceived by users. Journal of Environmental Planning and Management, 61(1), 161–175. https://doi.org/10.1080/09640568.2017.1295924
Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa (Vol. 4). Atlas.
Guneroglu, N., Ozdemir, U., & Guneroglu, A. (2016, February). Decisions on quality assurance criteria of recreational beaches. In: Proceedings of The Institution of Civil Engineers-Municipal Engineer (Vol. 169, No. 4, pp. 233-242). Thomas Telford Ltd.
Kano, N., Seraku, N., Takahashi, F. & Tsuji, S. (1984). Attractive Quality and Must-Be Quality. Journal of the Japanese Society for Quality Control, 41, 39-48. Recuperado de: https://www.jstage.jst.go.jp/article/quality/14/2/14_KJ00002952366/_article/-char/en
Lakatos, E. M., & Marconi, M. D. A. (2019). Fundamentos de metodologia científica (8 ed.), Atlas.
Lee, S., Jeon, S., & Kim, D. (2011). The impact of tour quality and tourist satisfaction on tourist loyalty: The case of Chinese tourists in Korea. Tourism Management, 32(5), 1115–1124. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2010.09.016
Lozada, G., & Nunes, K. D. S. (2018). Metodologia científica. SAGAH.
Lozoya, J. P., Sardá, R., & Jiménez, J. A. (2014). Users expectations and the need for differential beach management frameworks along the Costa Brava: Urban vs. natural protected beaches. Land Use Policy, 38, 397–414. https://doi.org/10.1016/j.landusepol.2013.12.001
Lucrezi, S., & Van der Merwe, P. (2015). Beachgoers’ Awareness and Evaluation of the Blue Flag Award in South Africa. Journal of Coastal Research, 315, 1129–1140. https://doi.org/10.2112/jcoastres-d-13-00159.1
Marchese, L., Botero, C. M., Zielinski, S., Anfuso, G., Polette, M., & Correa, I. C. S. (2021). Beach certification schemes in Latin America: Are they applicable to the Brazilian context? Sustainability (Switzerland), 13(2), 1–20. https://doi.org/10.3390/su13020934
Morgan, R. (1999). Preferences and Priorities of Recreational Beach Users in Wales, UK. Journal of Coastal Research, 15(3), 653–667. Recuperado de: https://journals.flvc.org/jcr/article/view/81084/78255
Paranhos, R., Filho, D. B. F., Da Rocha, E. C., Júnior, J. A. da S., & Freitas, D. (2016). Uma introdução aos métodos mistos. Sociologias, 18(42), 384–411. https://doi.org/10.1590/15174522-018004221
Prebez, D., & Mikulic, J. (2016). The Kano model in tourism research: A critical note. Annals of Tourism Research, 61, 25–27. https://doi.org/10.1016/j.annals.2016.07.014
Prefeitura de João Pessoa. (2021). Projeto Acesso Cidadão retoma atividades com ampliação do serviço. Recuperado de: https://www.joaopessoa.pb.gov.br/noticias/projeto-acesso-cidadao-retoma-atividades-com-ampliacao-do-servico
Richardson, R. J. (1985). Pesquisa social: métodos e técnicas. Atlas.
Saayman, M., & Saayman, A. (2017). How Important Are Blue Flag Awards in Beach Choice? Journal of Coastal Research, 33(6), 1436–1447. https://doi.org/10.2112/JCOASTRES-D-16-00111.1
Saltarén, C. M. B., Zielinski, S., & Castro, L. A. N. (2012). Esquemas de certificación de playas en América Latina: Diagnóstico de una herramienta de Manejo Integrado Costero. Costas: revista Iberoamericana de manejo costero integrado, 1, vol. 1, julio, pp. 49–64. Recuperado de: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000227617
Schlacher, T. A., Schoeman, D. S., Dugan, J., Lastra, M., Jones, A., & Scapini, F., Mclachlan, A. (2008). Sandy beach ecosystems: Key features, sampling issues, management challenges and climate change impacts. Marine Ecology, 29(SUPPL. 1), 70–90. https://doi.org/10.1111/j.1439-0485.2007.00204.x
Semeoshenkova, V., Newton, A., Contin, A., & Greggio, N. (2017). Development and application of an Integrated Beach Quality Index (BQI). Ocean and Coastal Management, 143, 74–86. https://doi.org/10.1016/j.ocecoaman.2016.08.013
Toselli, C. & Godoy, A. F. (2011). Aplicación de directrices de calidad para la gestión y uso turístico de balnearios y playas. El Periplo Sustentable, núm. 20, enero-junio, pp. 119-147. Recuperado de: https://www.redalyc.org/pdf/1934/193417856005.pdf
Veal, A. J. (2011). Metodologia de pesquisa em lazer e turismo. Aleph.
Žabkar, V., Brenčič, M. M., & Dmitrović, T. (2010). Modelling perceived quality, visitor satisfaction and behavioural intentions at the destination level. Tourism Management, 31(4), 537–546. https://doi.org/10.1016/j.tourman.2009.06.005
Zielinski, S., & Botero, C. M. (2019). Myths, misconceptions and the true value of Blue Flag. Ocean and Coastal Management, 174 (December 2018), 15–24. https://doi.org/10.1016/j.ocecoaman.2019.03.012
Zielinski, S., & Botero Saltarén, C. M. (2012). Guía básica para certificación de playas turísticas. Santa Marta, Colombia: Editorial Gente Nueva ISBN: 978-958-8704-25-8. Recuperado de: https://www.researchgate.net/profile/Seweryn-Zielinski/publication/275644628
Zielinski, S., & Díaz Cano, M. (2014). Los esquemas de certificacion de playas turisticas en America Latina: Evaluación del componente socio-cultural y el nivel participativo. Estudios y Perspectivas En Turismo, 23(1), 156–175. Recuperado de: https://www.redalyc.org/pdf/1807/180729920009.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 RAFAELLA ESPÍNOLA, Sergio Marques Junior

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista, sem ônus para a mesma, o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores assumem exclusiva responsabilidade pelas suas opiniões emitidas nos trabalhos publicados nesta revista
