Turismo de memória enquanto prática social de rememoração dos patrimônios sensíveis:
possibilidades para a preservação da memória de Bento Rodrigues, Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.29149/mtr.v10i1.8733Palavras-chave:
Turismo de memoria, patrimônios sensíveis, identidade, memória, Bento RodriguesResumo
A emergência de novas perspectivas sobre o patrimônio tem suas raízes nos acontecimentos do século XX. As vivências das ditaduras cívico-militares, o Holocausto, os crimes coloniais e os impactos das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki impuseram à sociedade contemporânea a demanda e o desafio de transformar locais associados a eventos traumáticos em espaços de memória e turismo. Essa transformação visa alertar e politizar a sociedade, além de buscar justiça memorial às vítimas desses eventos. Nesse contexto, este estudo se concentra em um dos maiores crimes socioambientais recentes do Brasil: a queda da barragem do Fundão, em 5 de novembro de 2015, no subdistrito de Bento Rodrigues, localizado no distrito de Santa Rita Durão em Mariana, MG. Por meio de revisão bibliográfica e pesquisa documental do Dossiê de Tombamento de Bento Rodrigues e as 80 edições do jornal ‘A Sirene’, este artigo busca compreender se a modalidade de turismo de memória pode contribuir com a narrativa das vítimas, especialmente no que tange à consciência política social, compreendendo ainda as possibilidades de preservação dos vestígios arqueológicos a partir das práticas comunitárias como o Museu das Remoções no Rio de Janeiro em contraponto às propostas verticalizadas de preservação do patrimônio para o contexto de desterritorialização da comunidade de Bento Rodrigues.
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