PARA ALÉM DAS MÉTRICAS: O QUE FAZ UMA ACADEMIA QUALIFICADA?
Palabras clave:
produtivismo, pós-colonialismo, ethos acadêmicoResumen
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre os efeitos do produtivismo, dos rankings acadêmicos e da aclamada internacionalização na prática dos pesquisadores e na pesquisa científica realizada no Brasil. Consideramos que, embora seja um assunto muito discutido na academia, este não vem recebendo tratamento adequado, tendo em vista que poucos pesquisadores parecem estar satisfeitos com o cenário atual, ainda que não seja possível encontrar muitos esforços para transformá-los. Neste sentido, optamos por escrever um texto de cunho ensaístico, a partir da nossa área de estudos organizacionais, apontando questões ensejadas pela anglofilia, pelas métricas avaliativas e seus efeitos na academia nacional.
Citas
Alatas, S. F. (2003). Academic dependency and the global division of labour in the social sciences. Current Sociology, 51(6), 599-613.
Alcadipani, R. (2011a). Academia e a fábrica de sardinhas. Organizações & Sociedade, 18(57), 345-348.
Alcadipani, R. (2011b). Resistir ao produtivismo: um ode à perturbação acadêmica. Cadernos EBAPE.BR, 9(4), 1174-1178.
Alcadipani, R., Khan, F., Gantaman, E., & Nkom, E. (2012). Southern voices in management and organization knowledge. Organization, 19(2), 131-143.
Bertero, C. O., Alcadipani, R., Cabral, S., Faria, A., & Rossoni, L. (2013). Os desafios da produção de conhecimento em Administração no Brasil. Cadernos EBAPE.BR, 11(1), 181-196.
British Council. (2014). Learning English in Brazil: understanding the aims and expectations of the Brazilian emerging middle classes. São Paulo: British Council.
Chanlat, J.-F. (2014). A língua e o pensar no campo da pesquisa em administração: constatações e questões para os pesquisadores que não utilizam a língua inglesa. Revista de Administração de Empresas, 54(6), 706-714.
Curry, S. (2014). Open access and the direction of travel in scholarly publishing. Ocam’s Corner. The Guardian. Recuperado em 6 março, 2015, de http://www.theguardian.com/science/occams-corner/2014/dec/09/open-access-direction-scholarly-publishing
EF – Education First. (2016). Indíce de proficiência em inglês da EF. Education First, 2016. Recuperado em 27 março, 2017, de http://mediaefcomstatic-2681.kxcdn.com/__/~/media/centralefcom/epi/downloads/full-reports/v6/ef-epi-2016-portuguese.pdf
Frigeri, M., & Alves, M. S. (2014). Qualis periódicos: indicador da política científica no Brasil? Estudos de Sociologia, 19(37), 299-315.
Hicks, D., Wouters, P., Waltman, L., Rijcke, S., & Rafols, I. (2015). The Leiden Manifesto for research metrics. Nature, 520(7548), 429-431.
Lukács, G. (1970). Introdução a uma estética marxista. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Marques, F. (2009). A escala da discórdia. Pesquisa FAPESP, 160, 32-34.
Merton, R. K. (1968). The Matthew effect in science. Science, 159(3810), 56-63.
Murphy, J., & Zhu, J. (2012). Neo-colonialism in the academy? Anglo-American domination in management journals. Organization, 19(6), 915-927.
Patrus, R., Dantas, D. C., & Shigaki, H. B. (2015). O produtivismo acadêmico e seus impactos na pós-graduação stricto sensu: uma ameaça à solidariedade entre pares? Cadernos EBAPE.BR, 13(1), 1-18.
Pegino, P. M. F. (2014). As relações acadêmicas de produção na pós-graduação em administração no Brasil. Tese de Doutorado, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, SP, Brasil, 2014.
Piñero, C. L., & Hicks, D. (2015). Reception of Spanish sociology by domestic and foreign audiences differs and has consequences for evaluation. Research Evaluation, 24(1), 78-89.
Rosa, A. R., & Alves, M. A. (2011). Pode o conhecimento em gestão e organização falar português? Revista de Administração de Empresas, 51(3), 255-264.
Spivak G. (2010). Can the subaltern speak? In R. Morris (Ed.). Can the subaltern speak? Reflections on the history of an idea. New York: Columbia.
Silva, A. O. (2009). A sua revista tem Qualis? Mediações, 14(1), 117-124.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Assume-se que em qualquer das modalidades de contribuições aceitas pela Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, ao submeter um trabalho, o(s) autor(es) se reconhece(m) como detentor(es) do direito autoral sobre ele e autoriza(m) seu livre uso pelos leitores, podendo ser, além de lido, baixado, copiado, distribuído, adaptado e impresso, desde que seja atribuído o devido crédito pela criação original. Em caso de aprovação do trabalho para publicação, os direitos autorais (inclusive os direitos de tradução) são exclusivamente do(s) autor(es).
Os autores devem concordar com os seguintes termos relativos aos Direitos Autorais:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).