“O LIXO PODE SER MAIS QUE LIXO”: O SENTIDO DO TRABALHO PARA CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

Autores

  • Késia Aparecida Teixeira Silva Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Mozar José de Brito Universidade Federal de Lavras
  • Rafaella Cristina Campos Faculdade Presbiteriana Gammon

DOI:

https://doi.org/10.25113/farol.v7i19.4935

Palavras-chave:

Trabalho. Sentido, Sócioconstrucionismo.

Resumo

Objetiva-se compreender o sentido do trabalho para um grupo de catadores de materiais recicláveis em uma usina de triagem de resíduos urbanos em Arcos, região centro-oeste de Minas Gerais, a partir de uma abordagem sócioconstrucionista. Optou-se por pesquisar os catadores de materiais recicláveis por ser esta uma atividade relativamente recente, que surgiu devido ao acúmulo do “lixo” nos centros urbanos e da necessidade de reciclar alguns de seus componentes. O sentido do trabalho para este grupo de catadores aproxima-se mais do sofrimento que do prazer, embora seja difícil explicar onde começa um e onde termina o outro, tendo em vista que em alguns momentos esses trabalhadores mostraram-se satisfeitos e felizes por estarem lá. Porém, afirmar que se trata de prazer é renegar a trajetória de cada um e o sofrimento vivenciado em decorrência do preconceito sofrido pela sociedade.

Biografia do Autor

Késia Aparecida Teixeira Silva, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Professora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Mozar José de Brito, Universidade Federal de Lavras

Professor Titular da Universidade Federal de Lavras.

Rafaella Cristina Campos, Faculdade Presbiteriana Gammon

Professora de Educação Superior na Faculdade Presbiteriana Gammon.

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Publicado

2020-11-19

Edição

Seção

Artigos