A INSÓLITA BUSCA POR UMA POMBA EM LISBOA
DOI:
https://doi.org/10.25113/farol.v11i30.7873Palavras-chave:
Pomba, Precariedade, Vidas não passíveis de luto, Olhar, CidadeResumo
Apoiada numa conjuntura situada com um vivente real singular e por meio da articulação entre testemunho, narrativa especulativa e pensamento formal, proponho com este depoimento colocar em questão, para além do enquadramento da antroponormatividade, o encontro e o desencontro com uma pomba em intensa condição de precariedade numa região central de Lisboa, de modo a conceder-lhe um lugar de vida chorável entre a comunidade humana e assim trazer alguns elementos de análise sobre o lugar de não reconhecimento dos animais mais que humanos como vidas passíveis de luto, partícipes e pertencentes da nossa sociedade, especialmente no que concerne à maneira que criamos e gerimos as cidades, e nos organizamos nelas.
Referências
Adams, Carol (2012). A política sexual da carne: a relação entre o carnivorismo e a dominância masculina. São Paulo: Alaúde.
Araújo Júnior, Erivelto C. (2014). Cryptococcus: isolamento ambiental e caracterização bioquímica. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, Brasil.
Beckert, Cristina (2017). Ética animal: uma contradição nos termos? In Cristina Beckert. Do Animal à Biosfera: Estudos sobre o estatuto moral da natureza (pp. 47-54). Lisboa: CFUL.
Benjamin, Walter (2006). A obra de arte na época de sua possibilidade de reprodução técnica. In A Modernidade. Lisboa: Assírio & Alvim.
Bergson, Henri (2005). A evolução criadora. São Paulo: Martins Fontes.
Binberg, J. Karin (2018). Birds in the Aegean Bronze Age. Ph.D Thesis, Oxford University, Oxford, United Kingdom.
Böhme, Gernot (1993). Atmosphere as the fundamental concept of a new aesthetics. Thesis Eleven, 36(1), 113-126.
Butler, Judith (2015). Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Christo e Jeanne-Claude. (1997-98). Wrapped Trees. Fondation Beyeler and Berower Park, Riehen: Switzerland. Recuperado em 24 maio, 2023 de: https://christojeanneclaude.net/artworks/wrapped-trees/.
Coetzee, John M. (2002). A vida dos animais. São Paulo: Companhia das Letras.
Derrida, Jacques (2002). O animal que logo sou. São Paulo: Unesp.
Drummond de Andrade, Carlos. (1959). Memória. In Carlos D. Andrade. Poemas. Rio de Janeiro: J. Olympio.
Fahim, Amir (2020). Being and swine. Toronto: Between the Lines.
Foucault, Michel (2008). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal.
Jiguet, Frédéric, Sunnen, Linda, Prévot, Anne-Caroline, & Princé, Karine (2019). Urban pigeons losing toes due to human activities. Biological Conservation, 240, 108241.
Freud, Sigmund (1925/2006). A negativa. In Sigmund Freud. Obras completas. Vol. XIX. Rio de Janeiro: Imago.
Garcia da Costa, Luanda Francine (2020). A criação de atmosferas proprietaristas e expulsivas pela aletosfera. Atas do Colóquio Internacional Atmosfera, Stimmung, Aura: nos interstícios da filosofia, paisagem e política. Lisboa, Portugal: CFUL.
Geraldo, Zé (1986). Milho aos pombos. In Zé Geraldo. São Paulo: CBS.
Gillespie, Kathryn (2016). Witnessing animal others: bearing witness, grief, and the political function of emotion. Hypatia, 31(3), 572-588.
Haraway, Donna (2021). O manifesto das espécies companheiras. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo.
Lacan, Jacques (2010) O seminário, livro 8: a transferência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Lacan, Jacques (1996). O Seminário, Livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Levinas, Emmanuel (1982). Ética e infinito. Lisboa: Edições 70.
Nagel, Thomas (1974). Como é ser um morcego? Revista da Abordagem Gestáltica - Phenomenological Studies, 19(1), 109-115.
Policarpo, Verónica, Monteiro, Teresa L., Truninger, Mónica, Almeida, Ana Nunes, & Rodrigues, Leonor B. (2018). A life of their own: children, animals, and sustainable development. In Ana Delicado, Nuno Domingos, & Luís Sousa (Eds.). Changing societies: legacies and challenges. vol. iii. the diverse worlds of sustainability (pp. 203-225). Lisbon: Imprensa de Ciências Sociais.
Quinet, Antônio (2002) Édipo entre a visão e a cegueira: o olhar no teatro trágico. In Antônio Quinet. Um olhar a mais: ver e ser visto na psicanálise (s.p.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Reis 2 (2023). In A Bíblia. Recuperado em 23 junho, 2023 de: https://www.bibliaonline.com.br/acf/2rs/6.
Wadiwel, Dinesh J. (2015). The war against animals. Leiden/Boston: Brill Rodopi.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Luanda Francine Garcia da Costa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Assume-se que em qualquer das modalidades de contribuições aceitas pela Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, ao submeter um trabalho, o(s) autor(es) se reconhece(m) como detentor(es) do direito autoral sobre ele e autoriza(m) seu livre uso pelos leitores, podendo ser, além de lido, baixado, copiado, distribuído, adaptado e impresso, desde que seja atribuído o devido crédito pela criação original. Em caso de aprovação do trabalho para publicação, os direitos autorais (inclusive os direitos de tradução) são exclusivamente do(s) autor(es).
Os autores devem concordar com os seguintes termos relativos aos Direitos Autorais:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
