ECOS DE UM CATIVEIRO: O PROCESSO (DES) INFORMACIONAL SOBRE A EXPORTAÇÃO DAS DEZOITO GIRAFAS
DOI:
https://doi.org/10.25113/farol.v11i30.7858Palavras-chave:
desinformação, zoológicos, ética do cativeiro, educação ambiental, ecofeminismoResumo
O presente artigo pretende analisar os aspectos éticos e informacionais contidos no caso das dezoito girafas trazidas pelo estabelecimento Bioparque Rio, da África para o Brasil, em circunstâncias obscuras, conforme sugere o documento de nota técnica emitido pelo Ibama. O arcabouço teórico foi constituído por levantamento bibliográfico que abrangeu, principalmente, os campos da Ciência da Informação e dos Estudos críticos animalistas. Contudo, a ausência de publicações sobre o evento específico tornou necessária a curadoria, por meio de critérios de autoridade e confiabilidade das fontes, de materiais sobre o caso advindos da cobertura jornalística e de entrevistas concedidas por especialistas e pesquisadores. Nesse sentido, recorremos ao conceito de “ética do cativeiro” proposto pela autora Lori Gruen para incitar o debate acerca da compreensão de uma educação ambiental comprometida com o fomento do pensamento crítico e com base em preceitos do ecofeminismo
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