AS PRÁTICAS, O SOM E A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO NA RUA DA LAMA
DOI:
https://doi.org/10.25113/farol.v9i24.6588Palavras-chave:
Cidade, Espaço, Fronteiras, Negociar, PráticasResumo
A pesquisa objetivou compreender como o negociar das práticas nos bastidores de um evento musical entremeia a construção espacial e o estabelecimento de fronteiras reguladoras das práticas na cidade. Para isto, foi realizado um estudo qualitativo, com entrevistas semiestruturadas cujas transcrições foram organizadas segundo códigos que apontaram para cinco práticas em constante negociação: exibir, organizar, regulamentar, resistir e mediar. Os achados ajudam a desvendar a produção do espaço em sua dimensão micropolítica, na medida em que práticas são negociadas e autorizadas pelos diferentes sujeitos, orientando as apropriações e usos do espaço da cidade.
Referências
Alvarenga, Poliana (2019). Projeto de lei quer festas só 3 dias da semana na Rua da Lama em Vitória. G1. Recuperado em 12 agosto, 2019 de: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2019/07/15/projeto-de-lei-quer-festas-so-3-dias-da-semana-na-rua-da-lama-em-vitoria.ghtml.
Andrade, Ana C. J. S. & Domingues, Fabiana F. (2020a). Cidade “linda” pra quem? “Limpeza” na Cracolândia, região central da cidade de São Paulo. In Ana C. J. S. Andrade & Fabiana F. Domingues (Orgs.). Estudos organizacionais & cidades (pp. 4-23). Piracanjuba: Conhecimento Livre.
Andrade, Ana C. J. S. & Domingues, Fabiana F. (2020b). Honrando a “escola do coração”: a dádiva como prática social. In Ana C. J. S. Andrade & Fabiana F. Domingues (Orgs.). Estudos organizacionais & cidades (pp. 24-45). Piracanjuba: Conhecimento Livre.
Andrade, Ana C. J. S. & Domingues, Fabiana F. (2020c). Tempo e espaço: significados atribuídos ao contexto no qual uma escola de samba acontece. In Ana C. J. S. Andrade & Fabiana F. Domingues (Orgs.). Estudos organizacionais & cidades (pp. 54-72). Piracanjuba: Conhecimento Livre.
Angrosino, Michael (2007). Doing ethnographic and observational research. London: Sage.
Augoyard, Jean F. & Torgue, Henri (2006). Sonic experience. Montreal: McGill-Queen’s University Press.
Bevilacqua, Lisiane M., Silva, Maiara M., Oliveira, Josiane S., & Nakata, Tales T. (2018). Percepções e usos dos espaços de shopping centers: um estudo na cidade de Maringá. Cadernos de Gestão e Empreendedorismo, 6(3), 1-13.
Beyes, Timon & Steyaert, Chris (2012). Spacing organization: non-representational theory and performing organizational space. Organization, 19(1), 45-61.
Bezerra, Mariana M., Lopes, Luma L. S., Silva, Joelma S., & Ipiranga, Ana S. R. (2019). Spatial practices in the city: the kidnapping of an arts organization. Brazilian Administration Review, 16(4), 1-23.
Bild, Edda, Coler, Matt, Pfeffer, Karin, & Bertolini, Luca (2016). Considering sound in planning and designing public spaces: a review of theory and applications and a proposed framework for integrating research and practice. Journal of Planning Literature, 31(4), 419-434.
Brinkmann, Svend (2018). The interview. In Norman K. Denzin & Yvonna S. Lincoln (Eds.). The SAGE Handbook of Qualitative Research (5a ed.) (pp. 576-599). London: Sage.
Camargo, Lara R. F., Oliveira, Josiane S., Mendes, Euna C. L., & Bernardo, Gisele (2020). Organizational practices in the constitution of the right to the culture and to the city: understanding the struggle for the rights of a cultural organization in Goiás city, Brazil. Desenvolvimento em Questão, 18(53), 105-119.
Casaleiro, Paula & Quintela, Pedro (2008). As paisagens sonoras dos Centros Históricos de Coimbra e do Porto: um exercício de escuta. Anais do Congresso Português de Sociologia, Lisboa, Portugal, VI.
Certeau, Michel (1998). A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes.
Coimbra, Kary E. R. & Saraiva, Luiz Alex S. (2014). Confrontos entre o espaço produzido e o espaço vivido em Belo Horizonte: um estudo sobre o Quarteirão do Soul. Revista Economia & Gestão, 14(37), 28.
Correia, Gabriel F. A., Colares, André F. V. e Saraiva, Luiz Alex S. (2017). Onde termina o público e começa o privado? Análise da privatização da cultura na Praça da Liberdade em Belo Horizonte. Acta Scientiarum Human and Social Sciences, 39(2), 109-120.
Creswell, John W. (2014). Research design: qualitative, quantitative, and mixed methods approaches (4a ed.). Thousand Oaks: Sage.
Dias, Allan D., Ipiranga, Ana S. R., & Bezerra, Mariana M. (2021). O organizar temporário de um festival de música. Farol - Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, 8(22), 302-342.
Domingues, Fabiana F., Fantinel, Letícia D., & Figueiredo, Mariana D. D. (2019). Between the conceived and the lived, the practiced: the crossing of spaces at the arts and crafts fair of Namorados Square in Vitória/ES, Brazil. Organizações & Sociedade, 26(88), 28-49.
Drumond, Guilherme B. & Fantinel, Letícia D. A Lama e as Lamas: significados de um espaço boêmio. Anais do Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Belo Horizonte, MG, Brasil, XXXIX.
ESHOJE (2019). Prefeitura de Vitória é notificada sobre evento na Rua da Lama. ES HOJE. Recuperado em 12 novembro, 2020 de: https://eshoje.com.br/prefeitura-de-vitoria-e-notificada-sobre-evento-na-rua-da-lama/.
Feldman, Martha S. & Orlikowski, Wanda J. (2011). Theorizing practice and practicing theory. Organization Science, 22(5), 1240-1253.
Gherardi, Silvia (2009). Introduction: the critical power of the “practice lens.” Management Learning, 40(2), 115-128.
Gibbs, Graham (2009). Análise de dados qualitativos. São Paulo: Artmed.
Gomes, Romulo, Cardoso, Sâmela P., & Domingues, Fabiana F. (2021). A (re)produção dos espaços urbanos brasileiros nos estudos organizacionais: que cidade é essa? Gestão & Regionalidade, 37(110), 43-63.
Honorato, Bruno E. F. & Viegas, Glauce C. F. S. (2020). Espaço organizacional e poder: uma análise das tentativas de ordenamento do tráfego e das subversões em uma instituição federal de ensino superior. Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, 7(19), 589-621.
Ipiranga, Ana S. R. (2010). A cultura da cidade e os seus espaços intermediários: os bares e os restaurantes. Revista de Administração Mackenzie, 11(1), 65-91.
Ipiranga, Ana S. R. & Lopes, Luma L. S. (2017). O organizar da estética espacial: uma história táctil da praça dos leões. Sociedade, Contabilidade e Gestão, 12(31), 130-153.
Ipiranga, Ana. S. R., Moreira, Michelle F. C., Lopes, Luma L. S., Frota, Luís A. A., & Coimbra, Luciana M. B. (2014). A aprendizagem social subjacente às práticas de negociação: uma abordagem das questões socioambientais em uma organização multiatores. Revista de Administração Pública, 48(1), 131-158.
Johnson, John M. & Rowlands, Timothy (2012). The SAGE handbook of interview research: the complexity of the craft. London: Sage.
Kvale, Steinar (2007). Doing interviews. London: SAGE.
Leite, Rogério P. (2017). Razão e cidade moderna. Revista Brasileira de Sociologia, 5(10), 290-310.
Leite, Rogerio P. (2010). A inversão do cotidiano: práticas sociais e rupturas na vida urbana contemporânea. Dados: Revista de Ciências Sociais, 53(3), 737-756.
Marra, Pedro. S. & Garcia, Luiz H. (2012). Ouvir música na cidade: experiência auditiva na paisagem sonora urbana do hipercentro de Belo Horizonte. Revista Contemporânea, 10(2), 43-57.
Medeiros, Cintia R. O., Valadão Júnior, Valdir M., & Ferreira, Alessandra P. (2008). Condomínios horizontais fechados: segregação do espaço social. Revista Eletrônica de Administração, 11(12), s.p.
Mendes, Luciano & Cavedon, Neusa R. (2015). Território como ordem e caos: relações de poder entre camelôs, poder público e comerciantes. Base, 12(1), 15-26.
Minayo, Maria C. S. (2007). Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In Maria C. S. Minayo, Suely F. Deslandes, & Romeu Gomes. Pesquisa social: teoria, método e criatividade (pp. 9-29). Petrópolis: Vozes.
Munro, Iain & Jordan, Silvia (2013). ‘Living space’ at the Edinburgh Festival Fringe: spatial tactics and the politics of smooth space. Human Relations, 66(11), 1497-1525.
Nascimento, Mauro C. R., Teixeira, Juliana C., Oliveira, Josiane S., & Saraiva, Luiz Alex S. (2016). Práticas de segregação e resistência nas organizações: uma análise discursiva sobre os “rolezinhos” na cidade de Belo Horizonte (MG). Revista de Administração Mackenzie, 17(1), 55-81.
Oliveira, Josiane S. & Cavedon, Neusa R. (2015). As tramas políticas emocionais na gênese de processos organizativos em uma organização circense. Organizações & Sociedade, 22(72), 61-78.
Oliveira, Josiane S., Mendes, Euna, & Lopes, Bárbara F. (2019). Práticas de organização na (re) organização da cidade: etnografando a Procissão do Fogaréu na cidade de Goiás, Goiás. Pensamento & Realidade, 34(1), 45-67.
Permuy, Pedro (2018). Projeto movimenta a Rua da Lama e dá espaço a artistas capixabas. Gazeta Online. Recuperado em 12 agosto, 2019 de: https://www.gazetaonline.com.br/entretenimento/cultura/2018/05/projeto-movimenta-a-rua-da-lama-e-da-espaco-a-artistas-capixabas-1014132784.html 10/1.
Pistrick, Eckehard & Isnart, Cyril (2013). Landscapes, soundscapes, mindscapes: introduction. Etnográfica, 17(3).
Raimbault, Manon & Dubois, Danièle (2005). Urban soundscapes: experiences and knowledge. Cities, 22(5), 339-350.
Reckwitz, A. (2002). Toward a theory of social practices: a development in culturalist theorizing. European Journal of Social Theory, 5(2), 243-263.
Sabella, Anton R. & El-Far, Mira T. (2019). Enterpreneuring as na everyday form of resistance: na exploration of the experiences of Palestinian women street vendors in the occupied old city of Jerusalem. International Journal of Enterpreneurial Behavior & Research, 25(6), 1212-1235.
Santos, Elisabeth C., Silva, Ítalo H. F. R., Dias, Pâmela K., & Morais, Wilson M. (2021). Saberes e práticas organizativas das culturas populares na cidade de Caruaru, Pernambuco, Brasil. Organizações & Sociedade, 28(98), 467-486.
Saraiva, Luiz Alex S. (2019). Os estudos organizacionais e as cidades. In Luiz Alex S. Saraiva & Alessandro G. Enoque (Orgs.). Cidades e estudos organizacionais: um debate necessário (pp. 21-74). Ituiutaba: Barlavento.
Saraiva, Luiz Alex S., Carrieri, Alexandre P., & Soares, Ari S. (2014). Territorialidade e identidade nas organizações: o caso do Mercado Central de Belo Horizonte. Revista de Administração Mackenzie, 15(2), 97-126.
Saraiva, Luiz Alex S. & Ipiranga, Ana Silvia R. (2020). Introduzindo histórias, práticas sociais e gestão das/nas cidades. In Luiz Alex S. Saraiva & Ana S. R. Ipiranga (Orgs.). História, práticas sociais e gestão das/nas cidades (pp. 10-25). Ituiutaba: Barlavento.
Schafer, Raymond M. (1977). A afinação do mundo. São Paulo: Unesp.
Silva, Sullivan (2019). MP quer fim de festa na Rua da Lama devido a interdição de rua e barulho. A Gazeta. Recuperado em 28 outubro, 2019 de: https://www.agazeta.com.br/es/gv/mp-quer-fim-de-festa-na-rua-da-lama-devido-a-interdicao-de-rua-e-barulho-1019?utm_medium=redacao&ut%E2%80%A6.
Simões, Vinicius (2018). Projeto de Lei (PL) nº 5023, de 2018. Fixa no calendário Oficial de Datas e Eventos do Município de Vitória o Evento “Na Lama” e outras providências. Recuperado em 19 outubro, 2019 de: http://camarasempapel.cmv.es.gov.br/spl/processo.aspx?id=184776.
Taylor, Scott & Spicer, André (2007). Time for space: a narrative review of research on organizational spaces. International Journal of Management Reviews, 9(4), 325-346.
Teixeira, Sonia M. F., Subirats, Joan, Lacerda, Daniel S., & Blanco, Ismael (2018). Políticas públicas e a cidade: produzindo espaços urbanos inclusivos. Revista de Administração Pública, 52(6), 1007-1014.
Viegas, Glauce C. F. S. & Saraiva, Luiz Alex S. (2015). Discursos, práticas organizativas e pichação em Belo Horizonte. Revista de Administração Mackenzie, 16(5), 68-94.
Westerkamp, Hildegard (1974). Soundwalking. Sound Heritage, 3(4), 18-27.
Yamamoto, Gabriel C. & Oliveira, Josiane S. (2021). Immigration as practice of organization: discussions about practices of organization, displacement and integration of Haitian immigrants in the Goiânia Metropolitan Region, in Goiás, Brazil. Cadernos EBAPE.BR, 19(2), 292-306.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Guilherme Badaró Drumond
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Assume-se que em qualquer das modalidades de contribuições aceitas pela Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, ao submeter um trabalho, o(s) autor(es) se reconhece(m) como detentor(es) do direito autoral sobre ele e autoriza(m) seu livre uso pelos leitores, podendo ser, além de lido, baixado, copiado, distribuído, adaptado e impresso, desde que seja atribuído o devido crédito pela criação original. Em caso de aprovação do trabalho para publicação, os direitos autorais (inclusive os direitos de tradução) são exclusivamente do(s) autor(es).
Os autores devem concordar com os seguintes termos relativos aos Direitos Autorais:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
