CIBERTERREIRO: CIBERATIVISMO QUE EMANCIPA?
DOI:
https://doi.org/10.25113/farol.v9i24.6501Palavras-chave:
Ciberterreiro, Ciberativismo, Esclarecimento, EmancipaçãoResumo
Em Belo Horizonte um movimento denominado Ciberterreiro procura conciliar tecnologia e arte negra, como forma de promoção cultural de povos e costumes afrodescendentes. A importância da iniciativa reside na luta antirracista em país marcado pelo racismo estrutural. Neste trabalho defendo o argumento de que conciliar tecnologia e expressões culturais, além de visibilizar pessoas e costumes invisibilizados em um contexto de racismo estrutural, pode promover o debate em torno de questões sociais complexas como a desigualdade e a exclusão. No entanto, é importante pontar que o conhecimento por si somente, o acesso a tecnologia, o aumento ao controle e vigilância na internet e a apropriação pelo âmbito econômico de manifestações artísticas e culturais, que tem esvaziado politicamente os conceitos, e em alguns casos, impossibilitado o processo de emancipação juntamente com o excesso de otimismo, configuram um desafio ao potencial observado no ciberativismo, na busca por emancipação.
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