O TEMPO
DOI:
https://doi.org/10.25113/farol.v7i19.6375Palavras-chave:
-Resumo
A imagem é uma foto tirada nas escadas do Hotel Voltaire, em Paris. Desde a primeira vez que a vi, me senti provocado pelo tempo, dimensão marcante da nossa existência e ainda intrigante como conceito para análise, sobretudo dos fenômenos organizacionais. Nesse agradável hotel, não apenas as escadas, mas também os quartos, a recepção e até os proprietários são referências ao passado e futuro, numa convergência temporal peculiar.
Os quartos, bastante coloridos, com visual moderno são o oposto dos corredores, que guardam a provável decoração elaborada em outra época. Ne entrada, um conjunto de lembranças de diferentes países, heranças de viagens ou de hóspedes de várias nacionalidades, contam a história de uma ou mais gerações daqueles que cuidam do estabelecimento. E sobre eles... um casal de simpáticos velhinhos sempre dispostos a conversar sobre fatos da atualidade e a situação no país dos hóspedes. É o tempo experimentado de diferentes formas: cronológico, histórico, objetivo e interpretativo.
A posição da foto, tirada no terceiro dos seis andares do prédio, permite a visão do redemoinho temporal percorrido ao olhar para baixo e um percurso semelhante, mas menos nítido, ao olharmos para cima. Uma metáfora para a conexão de passado e futuro no momento presente. Assim como as escadas nossa reflexão ao elaborar um texto, uma aula ou um seminário, bem como as respostas que encontramos no momento de uma entrevista trazem essa conexão. O pensamento, as ideias, a narrativa, as respostas do presente são construídas a partir do conjunto de memórias arquivadas que são continuamente reorganizadas com o vislumbre do futuro.
Nosso encontro com o tempo é contínuo, mas ainda refletimos pouco sobre ele e suas marcas nos modos de pensar, narrar e agir. Abracemos mais conscientemente o redemoinho temporal olhando o passado, refletindo o futuro e transformando o presente.
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