O SOFRIMENTO DO UNIVERSITÁRIO E SUAS RELAÇÕES COM A DINÂMICA DA UNIVERSIDADE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25113/farol.v7i18.5528

Palavras-chave:

universidade; sofrimento e adoecimento de estudantes; suicídio; Psicodinâmica e Psicossociologia do Trabalho.

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar o sofrimento do estudante e suas relações com a dinâmica e trabalho universitários. Apresentamos preliminarmente considerações teóricas sobre o suicídio e pacto de silêncio sobre a relação suicídio-trabalho. Relacionamos os aspectos psicossociais dos sofrimentos e adoecimentos docentes e discentes. A metodologia de análise das especificidades e convergências destes foi a de cotejamento entre proposições teóricas, pesquisa sobre trabalho de professores e descrição e análise de intervenções de posvenção em um caso de suicídio estudantil. Apontamos para fragilidades materiais e relacionais das vivências estudantis, assim como para estratégias de promoção e prevenção da saúde mental. Concluímos que a intensificação do sofrimento estudantil redunda em vulnerabilidade às tentativas de suicídio e aumento de riscos. Portanto, faz-se necessário aprofundamento de pesquisas sobre as condições objetivas de vida e de estudo dos estudantes, do trabalho docente e de intervenções realizadas na universidade.

Biografia do Autor

Eduardo Pinto e Silva, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

Professor Dr. Associado III do Departamento de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação. 

Ana Paula Todaro, Universidade Federal Fluminense

Professora Dra. do Curso de Graduação em Psicologia.

Ana Carolina Reis, Universidade Federal Fluminense

Graduanda em Psicologia. 

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Publicado

2020-07-28

Edição

Seção

Dossiê "Trabalho, subjetividade e contemporaneidade"