A CONSTRUÇÃO IDEOLÓGICA DO CONCEITO DE POBREZA NOS RELATÓRIOS DO BANCO MUNDIAL
DOI:
https://doi.org/10.25113/farol.v6i17.4269Palavras-chave:
Banco Mundial, Análise Crítica do Discurso, Pobreza.Resumo
Os relatórios do Banco Mundial, nos anos 90, passaram a propor ações para adaptação dos Estados nacionais à reconfiguração neoliberal do sistema capitalista. A minimização do Estado e a readequação de suas funções seria possível, de acordo com os organismos internacionais, por meio de um conjunto de reformas. Essas reformas também exigiam uma postura mais ativa dos Estados em relação as políticas sociais, reduzidas, no discurso do Banco Mundial, às políticas de combate à pobreza. Compreendendo que o conceito de pobreza que sustenta os relatórios de Banco Mundial parte de acepções neoliberais que contribuem para o acirramento das desigualdades sociais, bem como dependência internacional, a partir do arcabouço teórico metodológico da Análise Crítica do Discurso, procuramos nesse trabalho analisar de que forma a construção do conceito de pobreza nos relatórios de 1990 e 2000-2001 do Banco Mundial, dissimula relações desiguais engendradas no desenvolvimento dependente dos países da América Latina.
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