CORRUPÇÃO E AS RODAS DO DESEMPENHO NO MERCOSUL

Autores

  • Lauro Vinício de Almeida Lima UFPB
  • Maria Audenora Rufino UEPB
  • Paulo Amilton Maia Leite Filho UFPB
  • Márcia Reis Machado UFPB

DOI:

https://doi.org/10.22561/cvr.v32i1.5984

Palavras-chave:

Corrupção, Desempenho Econômico-financeiro, Teoria da graxa sobre rodas, Mercosul

Resumo

Com base na Teoria da Graxa sobre as Rodas, o estudo defende a possibilidade de a corrupção favorecer o desempenho econômico das empresas à medida que desate as amarras da burocracia e reduza os custos transacionais das empresas. Assim, a pesquisa teve como escopo investigar o reflexo da percepção da sociedade acerca da corrupção do setor público no desempenho econômico das empresas nos países do Mercosul. A amostra da pesquisa foi composta por 8 países integrantes do Mercosul, entre os anos de 2010 a 2017, com um total de 667 empresas e 4.812 observações. Os dados foram estimados usando modelo de regressão em painel de efeitos fixos. A variável dependente foi à percepção de corrupção no setor público (IPC) e as variáveis independentes foram as medidas de desempenho ROE, ROA e EBIT. Os resultados encontrados conduzem ao entendimento que uma maior percepção da corrupção nos países do Mercosul aumenta o desempenho econômico das empresas naqueles países. As evidências empíricas encontradas acrescentam novas centelhas para o constructo argumentativo no qual se pauta a Teoria da Graxa sobre Rodas, com isto, fomenta-se fortes embates éticos, impondo uma ampla discussão sobre as políticas públicas de combate à corrupção no mundo e o prejuízo da corrupção para a sociedade, de forma sistêmica, sendo possível que estas consequências atinjam outros países ou blocos econômicos além do Mercosul.

Biografia do Autor

Lauro Vinício de Almeida Lima, UFPB

Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis – PPGCC/UFPB, Universidade Federal da Paraíba.

Maria Audenora Rufino, UEPB

Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis – PPGCC/UFPB, professora assistente da Universidade Federal de Sergipe.

Paulo Amilton Maia Leite Filho , UFPB

Doutor em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco, UFPE, Professor do PPGCC/UFPB, Universidade Federal da Paraíba.

Márcia Reis Machado, UFPB

Pós-Doutura em Educação Contábil pela Griffith University, Doutora em Ciências Contábeis pela USP, Professora Adjunta da UFPB - Universidade Federal da Paraíba.

Referências

Aidt, T. (2003). Economic analysis of corruption: A survey. Economic Jornal, 113(491), pp. 632–652. https://doi.org/10.1046/j.0013-0133.2003.00171.x

Barber, B. M., & Lyon, J. D. (1996). Detecting abnormal operating performance: the empirical power and specification of test statististics. Journal of Financial Economics, 41(3), 359-399. https://doi.org/10.1016/0304-405X(96)84701-5

Barría, C. (2017, Outubro 29). Como a Bolívia se tornou o país que mais cresce na América do Sul. BBC Mundo. Retrieved Maio 10, 2018, from https://www.bbc.com/portuguese/internacional-41753995

Bennet, B., Bettis, J. C., Gopalan, R., & Milbourn, T. (2017). Compensation goals and firm performance. Journal of Financial Economics, 124(2), pp. 307-330. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2017.01.010

Bonett, D. G., & Wright, T. A. (2000). A. Sample size requirements for estimating Pearson, Kendall and Spearman correlations. Psychometrika, 65, pp. 23-28. https://doi.org/10.1007/BF02294183

Bonfim, E. T., & Callado, A. L. (2016). Análise dos Efeitos Provocados pelas Operações de Fusões e Aquisições no Desempenho Econômico-Financeiro de Empresas Brasileiras. Contabilidade Vista & Revista, 27(3), pp. 105-123.

Clark, T. S., & Linzer, D. A. (2015). Should I use fixed or random effects? Political Science Research and Methods, 3(2), pp. 399-408.

Dreher, A., & Gassebner, M. (2013). Greasing the wheels? The impact of regulations and corruption on firm entry. Public Choice, pp. 155, pp. 413–432. DOI 10.1007/s11127-011-9871-2

Fávero, L. P. (2013). Dados em painel em contabilidade e finanças: teoria e aplicação. BBR-Brazilian Business Review, 10(1), pp. 131-156.

Feldkircher, M. (2014). The determinants of vulnerability to the global financial crisis 2008 to 2009: Credit growth and other sources of risk. Journal of international Money and Finance, 43, pp. 19-49. https://doi.org/10.1016/j.jimonfin.2013.12.003

Fortunato, G., Funchal, B., & Motta, A. P. (2012). Impacto dos Investimentos no Desempenho das Empresas Brasileiras. Revista de Administração Mackenzie, 13(4), pp. 75-98.

Goedhuys, M., Mohnen, P., & Taha, T. (2016). Corruption, innovation and firm growth: firm-level evidence from Egypt and Tunisia. Eurasian Business Review, pp. Volume 6, Issue 3, 299–322. 10.1007/s40821-016-0062-4

Ittner, C. D., Larcker, D. F., & Rajan, M. V. (1997). The choice of performance measures in annual bonus contracts. The Accounting Review, 72(2), pp. 231-255. https://www.jstor.org/stable/248554

Kato, A., & Sato, T. (2015). Greasing the wheels? The effect of corruption in. Canadian Journal of Development Studies, 36(4), pp. 459-483. https://doi.org/10.1080/02255189.2015.1026312

Lopes Júnior, E., Cãmara, S., Rocha, L., & Brasil, A. (2018). Influência da Corrupção nos Gastos das Empresas Estatais. Revista de Administração Pública, pp. 52(4), pp. 695-711. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7612173631

Mazzioni, S., & Klann, R. (2016). Determinantes da qualidade da informação contábil no contexto internacional . Revista Contemporânea de Contabilidade, pp. 13(29), pp. 3-32. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2016v13n29p3

Méon, P., & Sekkat, K. (2005). Does corruption grease or sand the. Public Choice, pp. 122(1–2), pp. 69-97. https://doi.org/10.1007/s11127-005-3988-0

Méon, P.G., & Weill, L. (2010). Is Corruption an Efficient Grease? World Development, pp. Volume 38, Issue 3, pp. 244-259. https://doi.org/10.1016/j.worlddev.2009.06.004

Morsfield, S. G., & Tan, C. E. (2006). Do venture capitalists influence the decision to manage earnings in initial public offerings? Accounting Review, 81, pp. 1119-1150. https://doi.org/10.2308/accr.2006.81.5.1119

Ribeiro, R., Pereira, V., & Ribeiro, K. (2017). Estrutura de Capital, Internacionalização e Países de Destino de Empresas Brasileiras: Uma Análise da Hipótese Upstream-Downstream. Brazilian Business Review, pp. 14(6), pp. 575-591.

Rock, M., & Bonnett , H. (2004). The comparative politics of corruption: Accounting for the East Asian paradox in empirical studies of corruption,growth and investment. World Development, pp. 32(6), pp. 999–1017. https://doi.org/10.1016/j.worlddev.2003.12.002

Vial, V., & Hanoteau, J. (2010). Corruption, manufacturing plant growth, and the Asian paradox: Indonesian evidence. World Development, pp. 38(5), pp. 693–705. https://doi.org/10.1016/j.worlddev.2009.11.022

Vu, H., Tran, T., Nguyen, T., & Lim, S. (2018). Corruption, Types of Corruption and Firm Financial Performance: New Evidence from a Transitional Economy. Journal of Business Ethics, pp. Abril, Volume 148, Issue 4, 847–858. https://doi.org/10.1007/s10551-016-3016-y

Watts, R. L., & Zimmermann, J. L. (1990). Positive accounting theory: a ten-year perspective. 65(1), pp. 131-156. https://www.jstor.org/stable/247880

Wooldridge, J. M. (2002). Econometric analysis of cross section and panel data. Cambridge.

Zuccolotto, R., & Teixeira, M. (2014). A efetividade dos institutos supremos de auditoria e dos legislativos na transparência fiscal. Revista de Contabilidade e Organizações, pp. 8(22), pp. 26-38. https://doi.org/10.11606/rco.v8i22.55608

Downloads

Publicado

2021-03-02

Como Citar

LIMA, L. V. de A. .; RUFINO, M. A.; LEITE FILHO , P. A. M. .; MACHADO, M. R. . CORRUPÇÃO E AS RODAS DO DESEMPENHO NO MERCOSUL. Contabilidade Vista & Revista, [S. l.], v. 32, n. 1, p. 247–265, 2021. DOI: 10.22561/cvr.v32i1.5984. Disponível em: https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/5984. Acesso em: 29 mar. 2024.