IMPACTO DAS PROVISÕES TRIBUTÁRIAS E PASSIVOS CONTINGENTES TRIBUTÁRIOS NA AGRESSIVIDADE FISCAL DE EMPRESAS BRASILEIRAS NÃO FINANCEIRAS DA B3
DOI:
https://doi.org/10.22561/cvr.v35i1.7847Palavras-chave:
Agressividade Fiscal, Provisões tributárias, Passivos contingentes tributáriosResumo
O estudo analisou o impacto das provisões tributárias e passivos contingentes tributários na agressividade fiscal de empresas brasileiras abertas. Em consonância com a literatura, foram propostas três hipóteses, no sentido de que tanto as provisões tributárias, como os passivos contingentes tributários, e a soma de ambos, impactam a agressividade fiscal das empresas. Para testá-las, foram obtidos dados de 2017 a 2020 e aplicado o método de regressão linear múltipla para dados em painel com efeitos aleatórios e estimados pelos Generalized Least Squares - GLS. As métricas utilizadas para mensuração da agressividade fiscal, variável dependente, foram ETR Gaap, ETR Cash, ETR DVA e BTD. Os resultados indicaram que as provisões tributárias e os passivos contingentes tributários não impactam na agressividade fiscal das empresas, portanto, as hipóteses de pesquisas foram refutadas. Os testes estatísticos evidenciaram, ainda, que a agressividade tributária é impactada pela alavancagem (LEV), retorno dos ativos (ROA) e setor, de modo geral, bem como pelo tamanho da empresa e governança corporativa para alguns modelos utilizados. Para aprofundar os resultados, foram feitas análises adicionais com um modelo lag-lead, ao investigar a variável independente em momentos diferentes (t-1, t+0, t+1) das demais variáveis. Os resultados das regressões adicionais não indicaram diferenças significativas com o modelo principal analisado, em âmbito geral, cabendo destaque apenas às variáveis PPC e PCT que influenciam na agressividade tributária, desde que considerada, como variável dependente, tão somente a ETR Gaap, e, um parâmetro estatístico de até 10% de significância.
Referências
Atwood, T. J., Drake, M. S., Myers, J. N., & Myers, L. A. (2012). Home country tax system characteristics and corporate tax avoidance: International evidence. The Accounting Review, 87(6), 1831–1860. https://doi.org/10.2308/accr-50222
Baldoino, E., & Borba, J. A. (2015). Passivos contingentes na bolsa de valores de Nova York: uma análise comparativa entre as empresas estrangeiras. Revista de Contabilidade e Organizações, 9(23), 58-81. https://doi.org/10.11606/rco.v9i23.68395
Chen, S., Chen, X., Cheng, Q., & Shevlin, T. (2010). Are family firms more tax aggressive than non-family firms? Journal of Financial Economics, 95(1), 41–61. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2009.02.003
Christensen, D. M., Kenchington, D. G., & Laux, R. C. (2021). How do most low ETR firms avoid paying taxes? Review of Accounting Studies. https://doi.org/10.1007/s11142-021- 09614-8
Chun, H. M., Kang, G. I. J., Lee, S. H., & Keun Yoo, Y. (2020). Corporate tax avoidance and cost of equity capital: international evidence. Applied Economics, 52(29), 3123–3137. https://doi.org/10.1080/00036846.2019.1706716
Desai, M. A., & Dharmapala, D. (2006). Corporate tax avoidance and high-powered incentives. Journal of Financial Economics, 79(1), 145–179. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2005.02.002
Dhawan, A., Ma, L., & Kim, M. H. (2020). Effect of corporate tax avoidance activities on firm bankruptcy risk. Journal of Contemporary Accounting and Economics, 16(2), 100187. https://doi.org/10.1016/j.jcae.2020.100187
Favero, L. P. L. (2013). Dados em painel em contabilidade e finanças: teoria e aplicação. BBR - Brazilian Business Review, 10(1), 131–156.
Filho, F. de H. B. (2017). A Crise Econômica De 2014/2017. Estudos Avancados, 31(89), 51–60. https://doi.org/https://doi.org/10.1590/s0103-40142017.31890006
Gaaya, S., Lakhal, N., & Lakhal, F. (2017). Does family ownership reduce corporate tax avoidance? The moderating effect of audit quality. Managerial Auditing Journal, 32(7), 731–744. https://doi.org/10.1108/MAJ-02-2017-1530
Gomes, A. P. M. (2020). O impacto da complexidade tributaria e dos parcelamentos especiais na tomada de decisao da (des)obediencia tributaria das empresas brasilieras listadas na b3: um estudo sob a otica da teoria dos jogos [Universidade Federal de Minas Gerais]. http://repositorio.unan.edu.ni/2986/1/5624.pdf
Hanlon, M., & Heitzman, S. (2010). A review of tax research. Journal of Accounting and Economics, 50(2–3), 127–178. https://doi.org/https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.09.002
Hartmann, C. F., & Martinez, A. L. (2020). Agressividade fiscal e as empresas de auditoria Big4. Revista de Administração, Ciências Contábeis e Sustentabilidade, 10(2), 37–46. https://doi.org/10.18696/reunir.v10i3.843
Hoopes, J. L., Mescall, D., & Pittman, J. A. (2012). Do IRS audits deter corporate tax avoidance? Accounting Review, 87(5), 1603–1639. https://doi.org/10.2308/accr-50187
Kubick, T. R., Lynch, D. P., Mayberry, M. A., & Omer, T. C. (2016). The effects of regulatory scrutiny on tax avoidance: An examination of SEC comment letters. The Accounting Review, 91(6), 1751–1780. https://doi.org/10.2308/accr-51433
Lampenius, N., Shevlin, T., & Stenzel, A. (2021). Measuring corporate tax rate and tax base avoidance of U.S. Domestic and U.S. multinational firms. Journal of Accounting and Economics, 72(1), 101406. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2021.101406
Lee, Y. J. (2021). The effects of analysts’ tax expense forecast accuracy on corporate tax avoidance: An international analysis. Journal of Contemporary Accounting and Economics, 17(2), 100243. https://doi.org/10.1016/j.jcae.2021.100243
Lennox, C., Lisowsky, P., & Pittman, J. (2013). Tax Aggressiveness and Accounting Fraud. Journal of Accounting Research, 51(4), 739–778. https://doi.org/10.1111/joar.12002 Machado, M. C., & Nakao, N. (2012). Diferenças entre o Lucro Tributável e o Lucro Contábil das empresas Brasileiras de capital aberto. Revista Universo Contábil, 100–112. https://doi.org/10.4270/ruc.2012324
Mamade J, E., Brugni, T. V., Monte-Mor, D. S., & Beiruth, A. X. (2023). Efeito da Remuneração como Incentivo Gerencial ao Risco e Agressividade Tributária no Brasil. Revista Gestão Organizacional, 16(1), 117-134. https://doi.org/10.22277/rgo.v16i1.6748
Marchesi, R. F., & Zanoteli, E. J. (2020). Agressividade Fiscal E Investimentos No Mercado Acionário Brasileiro. Advances in Scientific and Applied Accounting, 1(1), 065–083. https://doi.org/10.14392/asaa.2020130304
Marinho, L. L. da S., Almeida, L. M. R., & Machado, L. de S. (2022). A influência da qualidade de auditoria na Tax Avoidance de empresas brasileiras listadas na B3. Revista Contabilidade e Controladoria, 14(1), 115–132. https://doi.org/http://dx.doi.org/10.5380/rcc.v14i1.81927
Martinez, A. L. (2017). Agressividade Tributária: Um Survey da Literatura. Revista de Educação e Pesquisa Em Contabilidade (REPeC), 11(0), 106–124. https://doi.org/10.17524/repec.v11i0.1724
Martinez, A. L., & Cerize, N. M. F. (2020). A influência da estrutura de controle na agressividade tributária corporativa. Enfoque: Reflexão Contábil, 39(2), 153–163. https://doi.org/10.4025/enfoque.v39i2.43978
Martinez, A. L., & Martins, V. A. M. (2016). Alavancagem financeira e agressividade fiscal no Brasil. Revista de Contabilidade Da UFBA, 10(3), 5–22. https://doi.org/10.14392/asaa.2020130304
Martinez, A. L., & Ramalho, G. C. (2014). Family Firms and Tax Aggressiveness in Brazil. International Business Research, 7(3), 129–136. https://doi.org/10.5539/ibr.v7n3p129
Martinez, A. L., Santana Júnior, J. L. D., & Sena, T. R. (2022). Agressividade tributária como fator determinante do conservadorismo condicional no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças, 33. https://doi.org/10.22277/rgo.v16i1.6748
Martinez, A. L., & Silva, R. F. (2019). Agressividade Fiscal e o Custo de Capital de Terceiros no Brasil. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, 7(1), 240–251. https://doi.org/10.18028/2238-5320/rgfc.v7n1p240-251
Martinez, A. L., & Sonegheti, K. (2015). Contingências Fiscais em Face das Mudanças de Incidência do PIS e da COFINS. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 3(3), 6–18. https://doi.org/10.18405/recfin20150301
Mattos, A. J. N. (2017). Maximização da utilidade esperada, planejamento tributário e governança corporativa [Universidade de São Paulo]. https://cutt.ly/wbLIi1A
Mattos, A. J. N. (2022). Maximização da utilidade esperada, planejamento tributário e governança corporativa [Universidade de São Paulo]. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-03102022-111116/publico/AlexandreJNMattos_Corrigida.pdf
Mocanu, M., Constantin, S. B., & Vasile, R. (2020). Determinants of tax avoidance–evidence on profit tax-paying companies in Romania. Economic Research-Ekonomska Istrazivanja, 0(0), 1–20. https://doi.org/10.1080/1331677X.2020.1860794
Olivon, B. (2022, March 4). IPTU gera mais litígio do que o Icms, aponta estudo do CNJ. https://valor.globo.com/legislacao/valor-juridico/noticia/2022/03/04/iptu-gera-mais- litigio-que-o-icms-aponta-estudo-do-cnj.ghtml
Rezende, A. J., Dalmácio, F. Z., & Rathke, A. A. T. (2018). Avaliação do impacto dos incentivos fiscais sobre os retornos e as políticas de investimento e financiamento das empresas. Revista Universo Contábil, 14(4), 28–49. https://doi.org/10.4270/ruc.2018426
Ribeiro, A. de C. (2018). Provisões previdenciarias, trabalhistas e tributárias: gerenciamento de resultados no Brasil [Universidade de São paulo]. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-20042018-144751/pt-br.php
Ribeiro, A. C., Ribeiro, M. S, & Weffort, E. F. J. (2013). Provisões, contingências eo pronunciamento CPC 25: as percepções dos protagonistas envolvidos. Revista Universo Contábil, 9(3), 38-54.https://doi.org/10.4270/ruc.2013321
Santana, S. L. L., & Rezende, A. J. (2016). Corporate tax avoidance and firm value: evidence from Brazil. Revista Contemporânea de Contabilidade, 13(30), 114. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2016v13n30p114
Santos, D. G., & Oliveira, A. S. (2020). Agressividade fiscal e a lucratividade nas empresas do setor de energia elétrica do Brasil. Revista Catarinense da Ciência Contábil, 19.
Santos, L. P. G., Soares, P. A., Freitas, S. C. de, & Dias Filho, J. M. (2021). A influência dos serviços tributários prestados pelo auditor na tax avoidance das empresas: evidências do Brasil. Revista de Contabilidade e Organizações, 15(71), e175839. https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2021.175839
Shen, Y. (2023). Contingency Information Disclosure and Corporate Tax Avoidance. Frontiers in Business, Economics and Management, 7(2), 112-119. https://doi.org/10.54097/fbem.v7i2.4853
Silva, J. M., & Rezende, A. J. (2016). A influencia do ciclo de vida organizacional no nível de planejamento tributario. Congresso Anpcont. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-06012017-151945/en.php
Vello, A., & Martinez, A. L. (2014). Planejamento tributário eficiente: uma análise de sua relação com o risco de mercado. Revista Contemporânea de Contabilidade, 11(23), 117. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2014v11n23p117
Wang, F., Xu, S., Sun, J., & Cullinan, C. P. (2019). Corporate Tax Avoidance: A Literature Review and Research Agenda. Journal of Economic Surveys, 34(4), 793–811. https://doi.org/10.1111/joes.12347
Wilson, R. J. (2009). An Examination of Corporate Tax Shelter Participants. The Accounting Review, 84(3), 969–999. https://doi.org/https://doi.org/10.2308/accr.2009.84.3.969
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão do texto para avaliação implica no compromisso de que o material não seja submetido a um outro periódico nacional ou internacional e autoriza, caso aprovado, a sua publicação.
Os artigos publicados são de responsabilidade dos autores não traduzindo, necessariamente, a opinião da revista. A reprodução dos artigos, total ou parcial, pode ser feita desde que citada esta fonte.
Considerando que o(s) autor(es) do texto concorda(m) com a sua publicação, caso o mesmo seja aprovado pela revista, sem que disso lhe seja devido qualquer remuneração, reembolso ou compensação de qualquer natureza, a Revista Contabilidade Vista & Revista através do Departamento de Ciências Contábeis da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, detém todos os direitos autorais dos textos publicados, conforme a legislação brasileira vigente.
Os direitos autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais. A revista permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não-comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público.