PROPRIEDADE FAMILIAR E DESEMPENHO EMPRESARIAL: EVIDÊNCIAS DE EMPRESAS BRASILEIRAS QUE COMPÕEM O ÍNDICE IBRx100 DA B3

Autores

  • Dalci Mendes Almeida Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL
  • Leonardo Flach Flach Universidade Federal de Santa Catarina UFSC

DOI:

https://doi.org/10.22561/cvr.v31i2.4924

Palavras-chave:

Propriedade familiar, Desempenho empresarial, Empresa familiar, Empresa não familiar.

Resumo

Este estudo tem por objetivo verificar se há uma relação significativa entre propriedade familiar e o desempenho de empresas brasileiras que compõem o índice IBRx100 da B3. Nesta pesquisa, a amostra é formada por 80 empresas, composta por 45 não familiares e 35 familiares. Os dados foram coletados na base de dados Economática®, e também no formulário de referência, para os períodos de 2012 a 2016. O modelo aplicado seguiu o estudo de Shyu (2011) e o método estatístico utilizado foi a modelagem de equações simultâneas em painel e análise descritiva. Não foram confirmadas as hipóteses de que existe relação significativa da propriedade familiar no desempenho de empresas brasileiras, e de que existe um grau de propriedade propício para otimizar o desempenho de empresas familiares brasileiras. A pesquisa traz contribuições teórica, pois avança na temática entre empresa familiar e desempenho empresarial, quando relaciona propriedade familiar com o desempenho econômico, financeiro e de mercado, e prática, por meio da evidência à gestores que o negócio com propriedade familiar nem sempre possui relação significativa nos resultados.  Embora os resultados contradigam alguns estudos empíricos anteriores, o conjunto de evidências empíricas desta pesquisa devem ser interpretados com cautela, pois não há consenso entre propriedade familiar e desempenho empresarial. Conclui-se que a propriedade familiar não possui influência no desempenho empresarial.

Biografia do Autor

Dalci Mendes Almeida, Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL

Professora nos Cursos de Graduação em Ciências Contábeis, Administração e Engenharia Civil e Pós Graduação Latu Sensu. 

Líder do Grupo de Pesquisa em Controladoria GRUPEC.

Membro da Comissão Própria de Avaliação CPA.

Leonardo Flach Flach, Universidade Federal de Santa Catarina UFSC

Professor do Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Referências

Abor, J. & Biekpe, N. (2007). Corporate governance, ownership structure and performance of SMEs in Ghana: implications for financing opportunities. Corporate Governance, 7 (3), 288-300. DOI:10.1108/14720700710756562.

Acquaah, M. (2013). Management control systems, business strategy and performance: A comparative analysis of family and non-family businesses in a transition economy in sub-Saharan Africa. Journal of Family Business Strategy, 4 (2), 131-146. DOI:10.1016/j.jfbs.2013.03.002.

Altman, E. I. (1971). Railroad bankruptcy propensity. The Journal of Finance, 26 (2), 333-345. DOI:10.2307/2326049.

Anderson, R. C. & Reeb, D. M. (2003). Founding-family ownership and firm performance:evidence from the S&P 500. The Journal of Finance, 58 (3), 1301-1328. DOI:10.1111/1540-6261.00567.

Anderson, R. C., Duru, A. & Reeb, D. M. (2012). Investment policy in family controlled firms. Journal of Banking & Finance, 36 (61744-1758. DOI: 10.1016/j.jbankfin.2012.01.018.

Audretsch, D. B., Hülsbeck, M. & Lehmann, E. E. (2013). Families as active monitors of firm performance. Journal of Family Business Strategy, 4 (2), 118-130. DOI: 10.1016/j.jfbs.2013.02.002.

Andres, C. (2008). Large shareholders and firm performance – an empirical examination of founding-family ownership. Journal of Corporate Finance, 14 (1), 431-445. DOI:10.1016/j.jcorpfin.2008.05.003.

Barontini, R. & Caprio, L. (2006). The effect of family control on firm value and performance: evidence from Continental Europe. European Financial Management, 12 (5), 689-723. DOI:10.1111/j.1468-036x.2006.00273.x.

Beaver, W. H. (1966). Financial ratios as predictors of failure. Journal of accounting research, 4 (1), 71-111. DOI:10.2307/2490171

Black, B. S. (1992). Institutional investors and corporate governance: the case for institutional voice. Journal of Applied Corporate Finance, 5 (3), 19-32. DOI:10.1111/j.1745-6622.1992.tb00223.x.

Casson, M. (1999). The economics of the family firm. Scandinavian Economics History Review, 47 (1), 10-23. DOI:10.1080/03585522.1999.10419802.

Colarossi, F., Giorgino, M., Steri, R. & Viviani, D. (2008). A corporate governance study on Italian family firms. Corporate ownership & control, 5 (4), 93-103. DOI:10.22495/cocv5i4p8.

Chen, C. R., Guo, W. & Mande, V. (2003). Managerial ownership and firm valuation: evidence from Japanese firms. Pacific-Basin Finance Journal, 11 (3), 267-283. DOI:10.1016/s0927-538x(03)00024-6.

Chen, C. R. & Steiner, T. L. (1999). Managerial ownership and agency conflicts: a nonlinear simultaneous equation analysis of managerial ownership, risk taking, debt policy, and dividend policy. The Financial Review, 34 (1), 119-136. DOI:10.1111/j.1540-6288.1999.tb00448.x.

Chung, K. H. & Pruitt, S. W. (1994). A simple approximation of Tobin’s Q. Financial Management, 23 (3), 70-74. DOI:10.2307/3665623

Demsetz, H. & Villalonga, B. (2001). Ownership structure and corporate performance. Journal of Corporate Finance, 7 (3), 209-233. DOI:10.1016/s0929-1199(01)00020-7.

Filatotchev, I., Lien, Y. C. & Piesse, J. (2005). Corporate governance and performance in publicly listed, family-controlled firms: evidence from Taiwan. Asian Pacific Journal of Management, 22, 257-283. DOI:10.1007/s10490-005-3569-2.

Faccio, M., Lang, L. H. P. & Young, L. (2001). Dividend and expropriation. American Economics Review, 91 (1), 54-78. DOI: 10.1257/aer.91.1.54

Family Firm Institute. (2017). Pontos de dados globais. Recuperado em: http://www.ffi.org/?page=GlobalDataPoints, 2017. Acesso em 12 setembro.

Goes, T. H. M., Martins, H. H., & Machado Filho, C. A. P. (2017). Desempenho Financeiro de Empresas com Características Familiares: Análise de Empresas Brasileiras Listadas na BM&F. Revista de Gestão, 24(3), 197-209. DOI:10.1016/j.rege.2016.06.011.

Castro, G. R. & Aguilera, R. V. (2014). Family involvement in business and financial performance: A set-theoretic cross-national inquiry. Journal of Family Business Strategy, 5 (1), 85-96. DOI:10.1016/j.jfbs.2014.01.006.

Holderness, C. G. & Sheehan, D. P. (1988). The role of majority shareholders in publicly held corporations: an exploratory analysis. Journal of Financial Economics, 20, 317-346. DOI:10.1016/0304-405x(88)90049-9.

James, H. (1999). Owner as manager, extended horizons and the family firm. International Journal of Economics and Business, 6 (1), 41-56. DOI:10.1080/13571519984304.

Jensen, G.R., Solberg, D.P. & Zorn, T.S. (1992). Simultaneous determination of insider ownership, debt and dividend policies. Journal of Financial and Quantitative Analysis, 27 (2), 247-263. DOI:10.2307/2331370.

Lunardi, M. A., Barbosa, E. T., Rodrigues Junior, M. M., Silva, T. P. & Nakamura, W. T. (2017). Criação de Valor no Desempenho Econômico de Empresas Familiares e não Familiares Brasileiras. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 5 (1), 94-112. DOI:10.18405/recfin20170106.

Martínez, J. I., Stöhr, B. S. & Quiroga, B. F. (2007). Family ownership and firm performance: Evidence from public companies in Chile. Family Business Review, 20 (2), 83-95. DOI:10.1111/j.1741-6248.2007.00087.x.

McConnell, J. & Servaes, H. (1990). Additional evidence on equity ownership and corporatevalue. Journal of Financial Economics, 27 (2), 595-612. DOI: 10.1016/0304-405X(90)90069-C

Minichilli, A., Brogi, M. & Calabrò, A. (2015). Weathering the storm: Family ownership, governance, and performance through the financial and economic crisis. Corporate Governance (Oxford), 24 (6), 552-568. DOI:10.1111/corg.12125.

Morck, R. K., Shleifer, A. & Vishny, R. (1988). Management ownership and market valuation: empirical analysis. Journal of Financial Economics, 20, 293-315. DOI: 10.1016/0304-405x(88)90048-7.

Oro, I. M., Beuren, I. M. & Hein, N. (2009). Análise da eficiência de empresas familiares brasileiras. RAE-eletrônica, 8 (2), 1-27.

Oro, I. M., Beuren, I. M. & Hein, N. (2009a). Análise da relação entre a estrutura de capital e o lucro operacional nas diversas gerações de empresas familiares brasileiras. Contabilidade Vista & Revista, 20 (1), 67-94.

Pound, J. (1991). Proxy voting and the SEC: investor protection versus market efficiency. Journal of Financial Economics, 29 (2), 241-285. DOI:10.1016/0304-405x(91)90003-3.

Price Waterhouse Coopers. Pesquisa global sobre empresas familiares. Disponível em: http://www.pwc.com.br/pt/setores-de-atividade/empresas-familiares/2017/tl_pgef_17.pdf. Acesso em: 26 junho, 2017.

Ross, S. A. (1977). The determination of financial structure: the incentive-signalling approach. Bell Journal of Economics, 8 (1), 23-40. DOI:10.2307/3003485.

Scarpin, J. E., Almeida, D. M. & Machado, D. G. (2012). Endividamento e lucratividade: um estudo em empresas familiares e não familiares que compõem o índice IBRX-100 da B3. Revista Ambiente Contábil, 4 (2), 93-109.

Segura, L. C. & Formigoni, H. (2014). Influência do controle e da gestão familiar no endividamento das empresas abertas Brasileiras: um estudo quantitativo. Brazilian Business Review, 11 (6), 51-76. DOI:10.15728/bbr.2014.11.6.3.

Shyu, J. (2011). Family ownership and firm performance: evidence from Taiwanese firms. International Journal of Managerial Finance, 7 (4), 397-411. DOI:10.1108/17439131111166393

Singh, M. & Davidson, W.N. (2003). Agency costs, ownership structure and corporate governance mechanisms. Journal of Banking and Finance, 27, 793-816. DOI:10.1016/s0378-4266(01)00260-6.

Trasobares, A. H. & Górriz, C.G. (2016). Diversification and family control as determinants of performance: A study of listed business groups. European Research on Management and Business Economics, 3 (1), 46-54. DOI:10.1016/j.iedeen.2016.04.001.

Tres, G., Serra, F. & Ferreira, M. (2014). O tempo de mandato do CEO e o desempenho das empresas: Um estudo comparativo de empresas familiares e não-familiares brasileiras. Revista Gestão & Tecnologia, 14 (3), 5-31. DOI: 10.20397/2177-6652/2014.v14i3.732

Wang, K. T. & Shailer, G. (2017). Family ownership and financial performance relations in emerging markets. International Review of Economics and Finance, 51, 82-98. DOI:10.1016/j.iref.2017.05.014.

Wooldridge, J. M. (2011). Introdução à Econometria: Uma Abordagem Moderna. Tradução da 4a. Edição Norte-Americana.

Downloads

Publicado

2020-07-12

Como Citar

ALMEIDA, D. M.; FLACH, L. F. PROPRIEDADE FAMILIAR E DESEMPENHO EMPRESARIAL: EVIDÊNCIAS DE EMPRESAS BRASILEIRAS QUE COMPÕEM O ÍNDICE IBRx100 DA B3. Contabilidade Vista & Revista, [S. l.], v. 31, n. 2, 2020. DOI: 10.22561/cvr.v31i2.4924. Disponível em: https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/4924. Acesso em: 22 nov. 2024.