Revista de Administração Hospitalar e Inovação em Saúde
CRIMINALIDADE NO BRASIL: UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

Resumo

A decisão de aderir a um comportamento criminoso é pessoal. Entretanto, para cada criminoso que é preso podem surgir outros aderindo ao mesmo comportamento desviante caso os padrões de raciocínio cognitivo se repitam. Em outras palavras, para entendermos o crime precisamos entender as pessoas, seus padrões cognitivos (raciocínios), personalidade e motivos de adesão ao crime. Neste sentido, foi realizado um questionário com 413 respondentes através de um levantamento descritivo. Os dados foram tratados usando métodos que visaram primeiramente alinhar os pressupostos estatísticos, para em sequência explorar as dimensões das causas, cognições e consequências do crime. Os resultados explicam 59% das causas de desvios e crimes leves e 46% de crimes mais graves, com análise através de equações estruturais. Os resultados demonstram padrões de psicopatia (orientação ao poder, irresponsabilidade e impulsividade), padrões cognitivos (justificação direitos, justificação sociedade, socialização e civilidade), atitudes e percepções (normas subjetivas, benefícios do crime, custos do crime, banalização do crime e perspectivas de vida), elementos comportamentais (ociosidade) e sociopatia, como causas do comportamento criminoso. O trabalho se encerra questionando se podemos tratar estes transtornos de forma preventiva, reduzindo os custos do crime (mortes e internações entre outros), através de intervenções contributivas do sistema de saúde.  Neste sentido se por um lado o crime ajuda a saturar o sistema de saúde, este poderia atuar para sua mitigação do crime de forma antecipatória, tratando padrões patológicos identificados.

https://doi.org/10.21450/rahis.v17i3.6539
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