Resumo
Introdução: Os defeitos segmentares da mandíbula podem levar a assimetrias e comprometimento da qualidade de vida. Através da realização da tomografia (TC), o cirurgião tem a possibilidade de trabalhar com uma réplica da região a ser operada, auxiliando na reconstrução de defeitos ósseos da face ¹,². Objetivo: Apresentar um caso clínico da remoção de osteossíntese prévia em mandíbula bilateral e reconstrução com fixação interna rígida associada a enxerto ósseo livre, com auxílio de biomodelo prototipado a partir da TC. Metodologia: Trata-se de um relato de caso, em que foi realizada a reconstrução parcial da mandíbula com enxerto ósseo livre de fíbula. Resultados: Paciente F.A.R., sexo masculino, 25 anos. História prévia de agressão física, há cerca de 4 anos, evoluindo com múltiplas fraturas em face necessitando de osteossíntese em mandíbula com placa de reconstrução. Compareceu ao serviço de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial do Hospital João XXIII apresentando aumento de volume em face associado a presença de fistula extra-oral submandibular iniciada há cerca de 3 meses. Ao exame físico observa-se aumento de volume endurecido, difuso, queixa álgica em região de espaço bucal a esquerda, presença de fístula extra-oral em região de parassínfise à esquerda com drenagem ativa de secreção purulenta. Em TC de face, observa-se material de osteossíntese em região fronto-zigomática à direita e região zigomática-maxilar à esquerda, além de placa de reconstrução 2.4 mm bilateralmente em mandíbula. Exame de imagem evidenciou presença de gap ósseo em corpo de mandíbula à esquerda e lesão periapical associada ao dente 37. Paciente foi submetido a desbridamento, remoção do material de osteossíntese e exodontia do 37, seguida de reconstrução parcial da mandíbula utilizando enxerto ósseo de fíbula e fixação interna rígida. Foi utilizado modelo prototipado da mandíbula para planejamento e execução da reconstrução. No 4º dia pós-operatório, paciente evoluiu com bom quadro clínico e sem alterações laboratoriais. No 7º dia pós-operatório, paciente não apresentou sinais infecciosos, recebeu alta hospitalar com orientações, prescrição antibiótica e analgésica. Após 2 meses de acompanhamento o paciente evoluiu sem sinais infecciosos. Conclusão: A remoção do foco infeccioso associado à reconstrução mandibular com enxerto ósseo livre com auxílio de biomodelo se mostrou eficiente e com boa previsibilidade. Porém, necessita-se de um maior tempo de acompanhamento para comprovar sua eficácia. Palavras-chaves: Trauma, Biomodelo, Reconstrução