Resumo
Desde a primeira década do século XXI, há consideráveis avanços em procedimentos de doação de órgãos realizados pelo SUS no Brasil, porém, a demanda por doações ainda é superior à oferta de órgãos. O objetivo deste artigo é descrever e analisar os principais fatores que exercem influência na intenção de doar órgãos segundo a percepção de indivíduos doadores, não doadores e potenciais doadores. A pesquisa é quantitativa, onde 581 participantes responderam ao questionário estruturado , cuja análise foi feita pela Modelagem de Equações Estruturais. O modelo final apresentou como construto dependente a ‘Intenção de doar órgãos’, que é influenciado pela ‘Norma subjetiva’ e pela ‘Atitude relacionada à doação de órgãos’, e apresentou influência dos construtos ‘Atitude relacionada à doação de órgãos em vida’ e ‘Campanhas de marketing social’. O construto ‘Campanhas de marketing social’ apresentou uma considerável dependência do ‘apelo das campanhas’. Concluiu-se, portanto, que a intenção de doar órgãos pode ser compreendida como um construto de elevada carga emocional, no qual o altruísmo e a possibilidade de se reestabelecer uma vida a partir da doação se fazem presentes.