TECENDO NARRATIVAS SOBRE O TRABALHO SEXUAL NO BRASIL

Autores

  • Clara Luisa Oliveira Silva Universidade Federal de Minas Gerais
  • Ana Paula da Silva Universidade Federal Fluminense
  • Andreia Skackauskas Vaz de Mello Pesquisadora independente
  • Leticia Cardoso Barreto Universidade do Estado de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.25113/farol.v8i23.7764

Palavras-chave:

Trabalho sexual, Mercados do sexo, Políticas, Práticas, Direitos

Resumo

Este texto apresenta o dossiê “Trabalho sexual: uma discussão sobre direitos, políticas e práticas”. Semelhante dossiê foi organizado a fim de oportunizar uma reflexão sobre os aspectos concretos e simbólicos que caracterizam o trabalho sexual, e como tais aspectos se articulam a diferentes modos de se fazer política em um campo em que estão em jogo direitos trabalhistas, direitos sexuais e direitos ao corpo. Os artigos que responderam a esta chamada abordam temas que conferem matizes diversos ao debate a respeito dos mercados do sexo. Especificamente a presente coletânea contribui para a compreensão da(s) (res)significações formuladas sobre a prostituição, uma das práticas dos mercados do sexo, e como aquelas são lastreadas pelos marcadores sociais da diferença. Além disso, os textos possibilitam pensarmos sobre as múltiplas relações e disputas que se dão no campo da prostituição, e as implicações das mesmas na mobilização dos direitos por diferentes atores sociais.

Biografia do Autor

Clara Luisa Oliveira Silva, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na linha de Estudos Organizacionais e Sociedade. Mestre em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui graduação em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Pesquisadora do Núcleo de Estudos Organizacionais (NEOS), grupo de pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Áreas de pesquisa: Teoria Geral das Organizações; Gestão de Recursos Humanos; Cultura e Simbolismos nas Organizações; Subjetividade nas Organizações; Estudos de Gênero.

Referências

Agustín, Laura M. (2007). Sex at the margins: migration, labour markets and the rescue industry. London: Zed Books.

Almeida, Ronaldo (2017). A onda quebrada – evangélicos e conservadorismo. Cadernos Pagu, 50, e175001.

Barreto, Letícia C. (2015). Somos sujeitas políticas de nossa própria história: prostituição e feminismos em Belo Horizonte. Tese de doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.

Barreto, Letícia C. (2008). Prostituição, gênero e sexualidade: hierarquias sociais e enfrentamentos no contexto de Belo Horizonte. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.

Barry, Kathleen (1994). The prostitution of sexuality. New York: New York University Press.

Bernstein, Elizabeth (2010). Militarized humanitarianism meets carceral feminism: the politics of sex, rights, and freedom in contemporary antitrafficking campaigns. Journal of Women in Culture and Society, 36(1), 45-71.

Bernstein, Elizabeth (2007). The sexual politics of the “new abolitionism”. Differences, 18(5), 128-151.

Blanchette, Thaddeus G., Silva, Ana P., & Bento, Andressa R. (2013). The mith of Maria and the imagining of sexual trafficking in Brazil. Dialectical Anthropology, 37(2), 195-227.

Calabria, Amanda M. (2020). “Eu sou puta”: Lourdes Barreto, história de vida e movimento de prostitutas no Brasil. Dissertação de mestrado, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Brasil.

Diniz, Andre G. R. (2018). Notas “zoneadas” sobre política-de-putas em tempos de golpe: sobre o encontro com prostitutas que lutam e labutam na zona boêmia de BH. Tese de doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.

Doezema, Jo (1999). Loose women or lost women? The re-emergence of the mith of White slavery in contemporary discourses of trafficking in women. Gender Issues, 18, 23-50.

Grant, Melissa G. (2021). Dando uma de puta: a luta de classes das profissionais do sexo. São Paulo: Autonomia Literária.

Guerra, Carolina B. M. (2019). “Mulher da vida, é preciso falar”: um estudo do movimento organizado de trabalhadoras sexuais. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil.

Juliano, Dolores (2005). El trabajo sexual en la mira: polémicas y estereotipos. Cadernos Pagu, 25, 79-106.

Kempadoo, Kamala (2016). Revitalizando o imperialismo: campanhas contemporâneas contra o tráfico sexual e escravidão moderna. Cadernos Pagu, 47, e16478.

Kempadoo, Kamala (2005). Mudando o debate sobre o tráfico de mulheres. Cadernos Pagu, 25, 55-78.

Mackinnon, Catharine A. (1982). Feminism, marxism, method, and the State: an agenda for theory. Signs, 7(3), 515-544.

Maldonado-Torres, Nelson (2016). Transdisciplinaridade e decolonialidade. Revista Sociedade e Estado, 31(1), 75-97.

Moraes, Aparecida F. (2020). Gabriela Leite e mudanças nas práticas discursivas sobre prostituição no Brasil. Estudos Históricos, 33(70), 254-279.

Moraes, Aparecida F. (1995). Mulheres da vila: prostituição, identidade social e movimento associativo. Petrópolis: Vozes.

Olivar, José M. N. (2012). Prostituição feminina e direitos sexuais… Diálogos possíveis? Sexualidad, Salud y Sociedad, 11, 88-121.

Olivar, José M. N. (2010). Guerras, trânsitos e apropriações: políticas da prostituição feminina a partir das experiências de quatro militantes em Porto Alegre. Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

Piscitelli, Adriana (2016). Economias sexuais, amor e tráfico de pessoas – novas questões conceituais. Cadernos Pagu, 47, 132-162.

Piscitelli, Adriana (2013). Trânsitos: brasileiras nos mercados transnacionais do sexo. Rio de Janeiro: EdUERJ.

Piscitelli, Adriana (2005). Apresentação: gênero no mercado do sexo. Cadernos Pagu, 25, 7-23.

Prada, Monique (2018). Putafeminista. São Paulo: Veneta.

Silva, Ana P. (2021). Prefácio à edição brasileira. In Melissa G. Grant. Dando uma de puta: a luta de classes das profissionais do sexo (s.p.). São Paulo: Autonomia Literária.

Silva, Ana P. & Blanchette, Thaddeus G. (2017). Por amor, por dinheiro? Trabalho (re)produtivo, trabalho sexual e a transformação da mão de obra feminina. Cadernos Pagu, 50, e175019.

Silva, Ana P. & Blanchette, Thaddeus (2005). “Nossa Senhora da Help”: sexo, turismo e deslocamento transnacional em Copacabana. Cadernos Pagu, 25, 249-280.

Silva, Clara L. O. & Silva, Caroline R. (2020, 10 agosto). O vírus e as trabalhadoras sexuais na Guaicurus: breves notas sobre a resistência e a solidariedade em tempos de pandemia. Nuevo Blog. https://nuevoblog.com/2020/08/10/o-virus-e-as-trabalhadoras-sexuais-na-guaicurus-breves-notas-sobre-a-resistencia-e-a-solidariedade-em-tempos-de-pandemia/.

Skackauskas, Andreia (2014). Prostituição, gênero e direitos: noções e tensões nas relações entre prostitutas e Pastoral da Mulher Marginalizada. Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, Brasil.

Skackauskas, Andreia & Olivar, José M. N. (2010). Prostitutas, feministas e direitos sexuais – diálogos possíveis ou impossíveis? Anais do Seminário Internacional Fazendo Gênero, Florianópolis, SC, Brasil, 9.

Sprandel, Marcia A. (2016). “Vou pra rua e bebo a tempestade”: observações sobre os dissabores do guarda-chuva do tráfico de pessoas no Brasil. Cadernos Pagu, 47, e16479.

Tavares, Aline G. C. (2016). Movimento feminista em disputa: paradoxos entre discursos nacionais e práticas regionais acerca do tema da prostituição no Brasil. In Magdalena Valdivieso, Aline G. C. Tavares, Jésica Báez, Martín Jaime, Lázaro Chávez, Ana L. Giorgi, Roxana Viruez, Anais López, Mireya Sánchez, & Teresa Díaz Canals. Movimientos de mujeres y lucha feminista en América Latina y el Caribe. (pp. 17-72). Buenos Aires: Clacso.

Zelizer, Viviana A. (2011). A negociação da intimidade. Petrópolis: Vozes.

Downloads

Publicado

2022-10-31

Edição

Seção

Dossiê "Trabalho sexual no Brasil: direitos, políticas e práticas"