CARTOGRAFIA DAS TRAJETÓRIAS PROFISSIONAIS DOS SLASHERS NA CONTEMPORANEIDADE À LUZ DA PSICODINÂMICA DO TRABALHO
DOI:
https://doi.org/10.25113/farol.v8i23.6618Palavras-chave:
Fenômeno slash, Psicodinâmica do Trabalho, CarreiraResumo
O fenômeno slash refere-se a uma geração de profissionais que acumula e pratica diversas atividades, como: publicitário/escritor/chefe de cozinha. Nesta pesquisa, cujo objetivo principal é compreender as características que circunscrevem as trajetórias profissionais dos slashers na contemporaneidade, à luz da Psicodinâmica do Trabalho, conduzimos uma investigação estritamente qualitativa. Inspirados pelo método cartográfico, mapeamos as trajetórias profissionais de 06 slashers, de setembro/2017 a janeiro/2019. Como resultados, cartografamos um mapa com suas possíveis rotas profissionais, além de perceber que (i) “nem tudo é tão bonito quanto parece ser” e (ii) o funcionamento da dimensão trabalho como fonte de prazer-sofrimento, sublimação, estratégias defensivas, reconhecimento, identidade, inteligência, zelo, carga e descarga psíquica.
Referências
Alboher, Marci (2012). One person/multiple careers: the original guide to the slash careers. New York: Heymarci.
Alcadipani, Rafael & Medeiros, Cintia R. O. (2016) O herói-envergonhado: tensões e contradições no cotidiano do trabalho policial. Revista Brasileira de Segurança Pública, 10(2), 134-153.
Almeida, Maria I. M., Eugenio, Fernanda, & Bispo, Raphael (2016). Das solidões deliberadas às desmobilizações táticas: rastreamento descritivo de um processo de pesquisa. In Maria I. M. Almeida (Org.). Cartografias da paragem: desmobilizações jovens contemporâneas e o redesenho das formas de vida (pp. 11-20). Rio de Janeiro: Gramma.
Amaral, Graziele A., Mendes, Ana M. B., Chatelard, Daniela S., & Carvalho, Isalena S. (2017). O lugar do conceito de sublimação na Psicodinâmica do Trabalho. Revista Polis e Psique, 7(3), 200-223.
Antunes, Ricardo (2009). As configurações do trabalho na sociedade capitalista. Revista Katálysis, 12(2), 131-132.
Arruda, Katia M. (2011). As transformações no mundo do trabalho e suas repercussões no Brasil atual. Revista de Informação Legislativa, 48(191), 61-70.
Assis, Daniela T. F. & Macedo, Kátia B. (2008). Psicodinâmica do Trabalho dos músicos de uma banda de Blues. Revista Psicologia & Sociedade, 20(1), 117-124.
Barros, Paloma C. R. & Mendes, Ana M. (2003). Sofrimento psíquico no trabalho e estratégias defensivas dos operários terceirizados da construção civil. Psico USF, 8(1), 63-70.
Cintra, Amanda M. S., Mesquita, Luana P., Matumoto, Silvia, & Fortuna, Cinira M. (2017). Cartografia nas pesquisas científicas: uma revisão integrativa. Fractal, Revista de Psicologia, 29(1), 45-53.
Cohen, Marina (2012). Eles fazem de tudo: conheça a “slash generation”. Acesso em 18 agosto, 2020, de: http://oglobo.globo.com/cultura/megazine/eles-fazem-de-tudo-conheca-slash-generation-3949440.
Costa, Luciano B. (2014). Cartografia: uma outra forma de pesquisar. Revista digital do LAV, 7(2), 66-77.
Dashtipour, Parisa & Vidaillet, Bénédicte (2017). Work as affective experience: the contribution of Christophe Dejours ‘psychodynamics of work’. Organization, 24(1), 18-35.
Debout, Frédérique (2014). Quelques éléments de la théorie psychodynamique du travail. Champ Psy, 65, 11-26.
Dejours, Christophe (2012a). Trabalho Vivo (Tomo 1): Sexualidade e Trabalho. Brasília: Paralelo 15.
Dejours, Christophe (2012b). Psicodinâmica do Trabalho e Teoria da Sedução. Psicologia em Estudo, 17(3), 363-371.
Dejours, Christophe (2007). Uma nova visão do sofrimento humano nas organizações. In Jean-François Chanlat (Org.). O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. volume 1 (pp. 150-173). São Paulo: Atlas.
Dejours, Christophe (2005). O fator humano. Rio de Janeiro: FGV.
Dejours, Christophe (2004). Subjetividade, trabalho e ação. Revista Produção, 14(3), 27-34.
Dejours, Christophe (1999). Conferências brasileiras. São Paulo: Fundap/Eaesp.
Dejours, Christophe (1992). A loucura do trabalho. São Paulo: Cortez.
Dejours, Christophe & Deranty, Jean-Philippe (2010). The Centrality of Work. Critical Horizons: A Journal of Philosophy and Social Theory, 11(2), 167-180.
Deleuze, Gilles & Guattari, Felix (1995). Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia (5 volumes). São Paulo: Editora 34.
Diogenes, Glória (2016). Variações e conexões nas profissões de Tamara Alves: experimentar, borrar, sujar, brincar e criar. In Vitor Ferreira (Org.). Novas “profissões de sonho” entre jovens (s.p.). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais (no prelo).
Eugenio, Fernanda (2012). Criatividade situada, funcionamento consequente e orquestração do tempo nas práticas profissionais contemporâneas. In José M. Pais & Maria I. M. Almeida (Org.). Criatividade, juventude e novos horizontes profissionais (pp. 210-258). Rio de Janeiro: Zahar.
Ferreira, Vitor S. (2012). Das belas-artes à arte de tatuar: dinâmicas recentes no mundo português da tatuagem. In José M. Pais & Maria I. M. Almeida (Org.). Criatividade, juventude e novos horizontes profissionais (pp. 56-112). Rio de Janeiro: Zahar.
Ferreira, João B. & Macedo, Kátia B. & Martins, Soraya R. (2015). Real do trabalho, sublimação e subjetivação. In Janine K. Monteiro, Fernando O. Vieira, Ana M. Mendes (Orgs.). Trabalho & Prazer: Teoria, pesquisas e práticas (pp. 33-50). Curitiba: Juruá.
Ferreira, João B. O. & Martins, Soraya R. & Vieira, Fernando O. (2016). Trabalho vivo como apropriação no inapropriável e criação de formas de vida. Revista Trabalho (En)Cena, 1(1), 29-49.
Ferreira, João B. & Mendes, Ana M. (2012). A sabedoria prática: estudo com base na Psicodinâmica do Trabalho de criação literária. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 12(2), 141-154.
Godoi, Christianne K. & Mello, Rodrigo B. & Silva, Anielson B. (2006). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva.
Gomes Júnior, Admardo B., Lopes, Fernanda T., & Guimarães, Ludmila V. M. (2015). Diálogos sobre o trabalho humano: perspectivas clínicas de pesquisa e intervenção. Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, 2(5), 736-755.
Griffin, Amy L. & Robinson, Anthony C. & Roth, Robert E. (2017). Envisioning the future of cartographic research. International Journal of Cartography, 3(sup.1), 1-8.
Guimarães-Junior, Edward H. (2017). Modelo de gestão: uma proposição baseada na Psicodinâmica do Trabalho. Tese de doutorado, Pontífica Universidade Católica de Goiás, Goiânia, Brasil.
Kanan, Lilia A. & Arruda, Marina P. (2013). A organização do trabalho na era digital. Estudos de Psicologia, 30(4), 583-591.
Kantorski, Luciane P. (1997). As transformações no mundo do trabalho e a questão da saúde: algumas reflexões preliminares. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 5(2), 5-15.
Leclerc, Chantal & Maranda, Marie-France (2002). The Psychodynamics of Work: action research in an academic setting. Canadian Journal of Counselling, 36(3), 194-210.
Lima, Suzana C. C. (2012). O trabalho do cuidado: uma análise psicodinâmica. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 12(2), 203-216.
Marx, Karl (1998). O Capital. São Paulo: Nova Cultural.
Moraes, Rosângela D. (2013). Estratégias defensivas. In: Vieira, Fernando O., Mendes, Ana M., Merlo, Álvaro R. C. (Orgs.). Dicionário crítico de gestão e psicodinâmica do trabalho (pp. 153-159). Curitiba: Juruá.
Oleto, Alice F.; Melo, Marlene C. O. L., Lopes, Ana L. M. (2013). Análise bibliométrica da produção sobre prazer e sofrimento no trabalho nos encontros da Associação Nacional de Pós-Graduação em Administração (2000-2010). Psicologia Ciência e Profissão, 33(1), 60-73.
Pereira, Otaviano (1990). O que é teoria. São Paulo: Brasiliense.
Richter, Indira Z. & Oliveira, Andréia M. (2017). Cartografia como metodologia: uma experiência de pesquisa em Artes Visuais. Revista Paralelo 31, 8, 28-38.
Romagnoli, Roberta C. (2009). A cartografia e a relação pesquisa e vida. Psicologia & Sociedade, 21(2), 166-173.
Silva, Rafaela G. (2017). O fenômeno dos conflitos nas relações sociais de trabalho em organizações públicas no contexto da nova gestão pública: um estudo na perspectiva da Psicodinâmica do Trabalho. Dissertação de mestrado, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, Brasil.
Silva, Raquel V. S., Deusdedit-Junior, Manoel, & Batista, Matilde A. (2015). A relação entre reconhecimento, trabalho e saúde sob o olhar da Psicodinâmica do Trabalho e da Clínica da Atividade: debates em psicologia do trabalho. Revista Interinstitucional de Psicologia, 8(2), 415-247.
Sousa, Juliana C. & Batista-dos-Santos, Ana C. (2017). A psicodinâmica do trabalho nas fases do capitalismo: análise comparativa do taylorismo-fordismo e do toyotismo nos contextos do capitalismo burocrático e do capitalismo flexível. Revista Ciência Administrativa, 23(1), 186-216.
Souza, Severino R. & Francisco, Ana (2016). O método da cartografia em pesquisa qualitativa: estabelecendo princípios, desenhando caminhos. Investigação Qualitativa em Saúde, 2(1), 811-820.
Sznelwar, Laerte I., Uchida, Seiji, & Lancman, Selma (2011). A subjetividade no trabalho em questão. Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, 23(1), 11-30.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Eduardo Lima, Ana Cristina Batista dos Santos, Patrícia Passos Sampaio
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Assume-se que em qualquer das modalidades de contribuições aceitas pela Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, ao submeter um trabalho, o(s) autor(es) se reconhece(m) como detentor(es) do direito autoral sobre ele e autoriza(m) seu livre uso pelos leitores, podendo ser, além de lido, baixado, copiado, distribuído, adaptado e impresso, desde que seja atribuído o devido crédito pela criação original. Em caso de aprovação do trabalho para publicação, os direitos autorais (inclusive os direitos de tradução) são exclusivamente do(s) autor(es).
Os autores devem concordar com os seguintes termos relativos aos Direitos Autorais:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
