INSTITUTO DE PESQUISA E ESTUDOS SOCIAIS: A PRODUÇÃO DE SENTIDOS SIMBÓLICOS EM UM PAÍS POLARIZADO

Autores

  • Gabriel Filgueiras Marinho Documentarista

DOI:

https://doi.org/10.25113/farol.v3i8.3899

Palavras-chave:

Anticomunismo, cinema, Ipês, Jean Manzon, Canal 100, cultura política

Resumo

O início da década de 1960 foi marcada por uma extrema polarização política no país, capaz de mobilizar a sociedade civil organizada, militares e até mesmo empresas e instituições. Uma das marcas desse cenário é a intensa produção de bens culturais politicamente engajados. De forma desproporcional, essas obras circularam pelo país a fim de fazer valer o projeto político de seus autores e finanicadores. O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, o Ipês, foi uma das organizações sociais brasileiras a direcionar uma quantidade expressiva de recursos para a produção de bens simbólicos. Comprometida com uma cultura política anticomunista e com valores econômicos liberais, eles foram responsáveis pela produção de pelo menos quinze curtas-metragens documentários exibidos nas sessões de cinema. Esse trabalho busca discutir como essas obras audiovisuais refletem os valores da instituição mas também como se opera a subreposição dos valores políticos do Ipês e dos autores desses filmes. 

Biografia do Autor

Gabriel Filgueiras Marinho, Documentarista

Mestre em História pela Universidade Federal Fluminense.

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Publicado

2017-03-03

Edição

Seção

Dossiê "História, Memória, Cotidiano e Administração"