RELAÇÕES DESUMANAS: REFLEXÕES SOBRE “HUMANISMO” E CONTROLE NA RELAÇÃO INDIVÍDUO-ORGANIZAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.25113/farol.v3i6.2550Palavras-chave:
Humanismo, Controle, Relação indivíduo-organizaçãoResumo
Este ensaio discute a racionalidade que embasa o que se tem freqüentemente chamado na teoria organizacional, e entre gestores, de “Humanismo”. Para tal, expõe algumas definições relevantes sobre a questão do controle organizacional, destacando sua dimensão “super-ocultada” pelos processos de mediação psicológica na relação das grandes empresas com seus funcionários. A discussão segue, com a descrição da concepção de Alberto Guerreiro Ramos sobre razão substantiva, contraposta à razão instrumental, esta o padrão de ação da sociedade regida pelo mercado. A partir daí, o texto desenvolve argumentos que apontam para a inexistência de humanismo na relação indivíduo-organização. O artigo termina por concluir que é conceitualmente impróprio falar-se em “Humanismo Organizacional”, uma vez que as idéias que tal expressão sugere não se originam numa “teoria do homem” e numa racionalidade substantiva, mas numa lógica instrumental e numa estratégia de controle dos chamados “recursos humanos”.
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