A FUNÇÃO MODERADORA DA AMBIGUIDADE CAUSAL NA RELAÇÃO ENTRE OS RECURSOS INTANGÍVEIS E O DESEMPENHO DAS FIRMAS
DOI:
https://doi.org/10.22561/cvr.v31i2.4705Palavras-chave:
Capital humano, Marca, Desenvolvimento de mercado, Interação com a comunidade, RBVResumo
Esta pesquisa objetiva debater a relação entre os recursos intangíveis e o desempenho das firmas, sob a moderação da ambiguidade causal. Baseado no referencial teórico, identificou-se que os recursos intangíveis (a) capital humano, (b) reputação, (c) desenvolvimento de mercado e (d) interação com a comunidade, possuem características causalmente ambíguas e que poderiam impactar o desempenho das firmas. Com base numa amostra de 66 empresas distribuídas em 5 países da América Latina (Brasil, México, Chile, Colômbia e Argentina), bem como, utilizando-se de regressão linear múltipla, a variável dependente desempenho das firmas, representada pelos indicadores ROA e ROE, foi regredida em função das variáveis independentes para o período de 2011 a 2013. Como resultado, a ambiguidade causal moderou positivamente a relação entre capital humano e desempenho (tanto para ROA como para ROE), bem como, moderou positivamente a relação entre desenvolvimento de mercado e desempenho (considerando o ROE). Desta forma, pode-se afirmar que para a amostra analisada, os investimentos em capital humano e desenvolvimento de mercado impactaram no desempenho das firmas, quando moderados pela ambiguidade causal. Por fim, é limitada a produção científica sobre o tema mecanismos de isolamento sob a ótica da RBV, onde se encaixa a ambiguidade causal, no Brasil, bem como, na América Latina. Desta forma, os resultados desta pesquisa exploratória intentam contribuir na ampliação das discussões sobre o assunto, na intersecção de estudos sobre recursos intangíveis, ambiguidade causal e desempenho, bem como, abre possibilidades para futuras pesquisas.
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