Resumo
INTRODUÇÃO: De acordo com a Organização Mundial de Saúde os bebês com até seis meses de vida devem ser alimentados exclusivamente com leite materno (LM), começando na primeira hora de vida. Contudo, diante da impossibilidade do LM, deve-se utilizar uma fórmula infantil (FI) que satisfaça as necessidades nutricionais do lactente, conforme recomendado pelo Ministério da Saúde e sociedades científicas internacionais.
OBJETIVO: Analisar e comparar as fórmulas infantis comercializadas no Brasil.
METODOLOGIA: Avaliou-se a composição nutricional das FI de partida - FIP (do nascimento até 5 meses e 29 dias), de seguimento - FIS (6 meses até 11 meses e 29 dias) e para necessidades dietoterápicas específicas - FINDE (do nascimento até 11 meses e 29 dias). Para análise, considerou-se aquelas de acordo com a legislação brasileira segundo a RDC nº 43 e nº 44, de 19 de setembro de 2011. Analisou-se a densidade calórica (DC), macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) em g/100g e sua composição e micronutrientes em (mg/100g).
RESULTADOS: Das 45 FI analisadas, 15,5%(7) são classificadas como FIP, 15,5%(7) FIS e 69%(31) FINDE. A DC variou entre 0,66 (valor calórico médio encontrado no leite materno) a 1 Kcal/mL (hipercalórica). A lactose é o carboidrato presente em 100% das FIP e das fontes proteicas, 57%(4), eram compostas por 60% do soro do leite e 40% de caseína. Considerando os micronutrientes, 100%(7) apresentaram a relação cálcio:fósforo na proporção 1:1 a 2:1, os níveis de sódio estavam entre 130 a 200mg e nas FIS e FINDE há teor extra de ferro para compensar a menor biodisponibilidade do mineral e maior necessidade do lactente. De acordo com a Dietary Reference Intakes (DRI’s) ou Consumo Dietético de Referência, as recomendações aumentam de 0,27mg para 11mg (após o sexto mês de vida). Nas FIS a lactose foi mantida em 100% somente em 42% (3), nas demais houve acréscimo de maltodextrina (polímeros de glicose) em sua composição. Entre as FINDE houve uma maior variação entre as fontes de macronutrientes de sua composição, a fim de se adequarem às diferentes condições dietoterápicas propostas.
CONCLUSÃO: Apesar de toda pesquisa científica e seus constantes avanços, não existe FI capaz de manter todas as propriedades nutricionais, imunológicas e de excelência do LM. É papel do profissional saber analisar as diferenças entre as marcas e, quando necessário sua prescrição, realizar de maneira individual objetivando o adequado crescimento e desenvolvimento.