Resumo
INTRODUÇÃO: As hospitalizações pediátricas são experiências complexas que se apresentam como um desafio para implantar modelos de assistência de enfermagem com foco na atenção ao paciente e sua família. A qualidade da assistência de enfermagem aos pacientes hospitalizados está diretamente relacionada aos aspectos quantitativos e qualitativos dos recursos humanos, isto é, ao dimensionamento de pessoal de enfermagem (DPE). OBJETIVO: Caracterizar o perfil dos pacientes hospitalizados em uma unidade de internação pediátrica em categorias de cuidado, determinar o Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem adequado a este perfil e compará-lo à atual oferta de profissionais de enfermagem deste serviço. METODOLOGIA: Estudo descritivo, de caráter quantitativo, realizado na Unidade de Internação Pediátrica (UIP) de um hospital infantil público localizado em Belo Horizonte. A amostra do estudo foi composta por todos os pacientes hospitalizados na UIP. Os dados foram coletados de forma prospectiva, no período 05 de janeiro a 05 de fevereiro de 2019. Para classificação dos pacientes em categorias de cuidados de enfermagem, foi aplicada a versão beta do ICPP(9), instrumento sugerido pela Resolução COFEN 0543/2017. Estudo aprovado pelo Parecer nº 4.197.135. RESULTADOS: Foram obtidos um total de 2501 classificações através do Instrumento de Classificação de Pacientes Pediátricos versão beta proposto por Dini e Guirardello. A maioria das classificações foi do sexo masculino (53,97) e a faixa etária de maior frequência foi Lactentes (45,92%), seguida de Pré-escolares (20,60%). As pontuações das classificações variaram entre 12 e 40 com mediana de 29 (IQ 27 - 31). A maioria dos pacientes hospitalizados foi classificada como PCAD (55,46%), seguido de PCSI (31,55%). Identificou-se um déficit de 67,6% para enfermeiros e um excedente de 15,34% para auxiliares/técnicos de enfermagem. CONCLUSÃO: Os achados desta pesquisa foram coerentes com outros estudos. A adequação do dimensionamento da equipe de enfermagem pode reduzir a sobrecarga de trabalho, o acúmulo de tarefas e o conflito nos papéis vivenciados pelos enfermeiros. Esta adequação pode ainda favorecer a implantação do PE e da SAE, favorecendo a melhora da qualidade assistencial a redução do risco de eventos adversos relacionados à assistência em saúde.
Palavras-chave: Enfermagem; Dimensionamento de Pessoal; Pediatria