Resumo
INTRODUÇÃO: A gravidez na adolescência impacta na estrutura socioeconômica, biológica, familiar e emocional.
OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico de gestantes adolescentes atendidas no pré-natal no Hospital Júlia Kubitschek.
METODOLOGIA: Estudo observacional, transversal envolvendo 186 pacientes atendidas entre os anos de 2018 a 2020 através de entrevista com questionário estruturado aplicado na primeira consulta de pré-natal em uma maternidade de referência de Belo Horizonte. RESULTADOS: O estudo acompanhou gestantes entre 11 a 17 anos de idade sendo a primiparidade relatada em 91,9% dos casos. Cerca de 75,3% das participantes eram solteiras e a maioria residia com a família/pais. O principal provedor foi a mãe das adolescentes com renda em média de um salário mínimo. Cerca de 38,2% abandonaram os estudos e 13,8% foi devido a gestação. A média de início da atividade sexual foi de 14 anos e menos de 16% relataram gestação planejada. Todas as entrevistadas conheciam pelo menos algum método contraceptivo e cerca de 78% relataram uso inconsistente dos métodos contraceptivos principalmente porque não quiseram usar o método (30,6%). 61,5% das entrevistas relataram que a mãe delas teve filhos na adolescência com média de idade de 15,9 anos. Cerca de 82,9% das participantes evoluíram para via de parto vaginal, 17,1% via de parto cesariana, sendo 15% dos partos prematuros. A média de peso dos recém-nascidos foi de 2.900 gramas enquanto a média do Apgar do primeiro minuto foi de 8,1 e do segundo minuto de 9.
CONCLUSÃO: Entender o perfil das adolescentes permite intervenções e melhorias nos processos de educação sexual, promoção do uso consistente e correto de contraceptivos através do acolhimento, da confidencialidade, visando a assistência multidisciplinar.