Resumo
O direito a moradias para pessoas com deficiência é assegurado pela lei brasileira. É um direito difícil de ser assegurado, pois existe um imenso desafio entre a situação na qual o país se encontra e o nível que se deseja alcançar. Apresentamos, neste artigo, um conjunto de argumentos com base em revisão de literatura e na experiência do Instituto XXX, o qual foi criado para promover autonomia e vida independente para pessoas com deficiência por meio do modelo de moradias independentes. Utilizamos conceitos internacionais sobre dois tipos de modelos de moradias para pessoas com deficiência: o coletivo e o individual. Sobre essa base, apresentamos a experiência dos diálogos com famílias, pessoas com deficiência e representantes de diferentes instâncias de governo, para sugerir a hipótese de que a cultura da família brasileira – que acredita que o melhor cuidado a ser dado a um filho com deficiência é o de sua mãe e, na sua ausência, por outro familiar – reforça a ausência de políticas públicas, gerando um círculo vicioso e comprometendo o caráter de urgência para suprir a falta de opções de moradias para permitir que esse direito seja exercido.